sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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Webber: Maldito teto orçamentário!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Trulli x Sutil: basta!

Algum desavisado (ou talvez alguém mal-intencionado) colocou Sutil e Trulli um ao lado do outro na primeira entrevista coletiva dos pilotos em Abu Dhabi.

O arranca-rabo entre os dois no GP do Brasil está sendo requentado por Trulli, que continua convicto de que foi jogado para fora da pista.

Essa discussão é complicada, mas uma regra de ouro do automobilismo diz que se você está na frente e está no traçado correto da pista, você não precisa sair do lugar para dar a posição a outro piloto. A isso, chamam de defesa de posição.

Basicamente, o que ocorreu foi que Trulli veio por fora na curva, ou seja, fora do traçado, e resolveu achar que Sutil tinha que lhe dar espaço, mesmo não estando na frente de fato.

Aí ocorreu o que ocorreu. E Trulli não é nenhum santo na defesa de posição. Seu título de "piloto mais difícil de ultrapassar" na F1 não veio à toa.

Mas mesmo que Sutil estivesse errado, Trulli está sendo hipócrita, e é surpreendente que duas semanas depois seu sangue italiano ainda siga fervendo diante do piloto alemão.

O episódio não vai dar em nada, mas, se Trulli continuar, pode até ser advertido pela FIA.

O fato é que a cena deve ter sido hilária. Para se ter uma ideia, até o inabalável Kimi Raikkonen riu! Impagável!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vídeo da semana

Sensacional compilação de ultrapassagens do sempre discreto Nick "Quick Nick" Heidfeld. Curiosamente, várias de suas ultrapassagens são em cima do grande Fernando Alonso.

domingo, 25 de outubro de 2009

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Fotógrafo: Ponha as mãos pra cima quem tem equipe pro ano que vem!

Raikkonen: ...

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Todt: Michael, dei mais um passo para me tornar o maior homem do autmobilismo mundial!!!

Schumacher: Parabéns Jean, mas será que você pode descer de cima dos meus pés...?

sábado, 24 de outubro de 2009

Raikkonen: vale o quanto pesa?

Já há algum tempo a F1 não tinha um free agent do calibre de Kimi Raikkonen. O finlandês viu seu contrato ser rasgado em frente a seus olhos pela Ferrari após uma parceria de resultado duvidoso.

A diferença entre Alonso e Raikkonen foi que o espanhol assinou contrato com a McLaren enquanto estava bem empregado pela Renault e foi bicampeão do mundo.

Já o finlandês, que ainda tinha mais uma temporada de serviços a serem prestados para Maranello, foi terminantemente excluído dos quadros da equipe antes mesmo de pensar se havia outro lugar para ele. Ou seja, está desempregado.

O fato é que há vários chefes de equipe ávidos para terem Kimi Raikkonen dirigindo seus carros, mas aparentemente as negociações com os empresários de Kimi, os Robertson (David, o pai, e Steve, o filho), estão ferrenhas.

Os Robertson são conhecidos por conseguirem contratos vultosos para seus representados e são mestres na arte da barganha e da venda.

Entretanto, pela segunda vez um chefe de equipe parece cortar as asas dos Robertson e de Raikkonen.

O chefe da Toyota, John Howett, já havia dito esta semana que o preço de Kimi estava exagerado e que a proposta da Toyota está na mesa, se o finlandês quiser.

Já Norbert Haug mandou um recado que, se não teve endereço certo, não é difícil saber de quem se trata.

Disse ele: "Kimi é uma opção, mas há várias outras opções por aí. Mas uma coisa é certa: caras que estão à procura de dinheiro não são os certos para nós, quem quer que eles sejam".

O dirigente da Mercedes disse que não ia citar nomes, mas que queria alguém 100% comprometido com o sucesso, "e não alguém dizendo ´sou um grande nome. Pague-me muito dinheiro e vou pilotar para vocês´".

"A McLaren tem que estar convencida de que o piloto está ávido, motivado, focado, e que seu primeiro objetivo não pode ser o dinheiro", disse Haug.

O recém-coroado campeão da F1, Jenson Button, chegou à categoria trazido pelos mesmos Robertson. Entretanto, em algum momento nos seus primeiros anos na F1, resolveu romper com os empresários.

O suposto motivo seria que a agressividade na banca de negociação dos dois negociantes estava se tornando contraproducente, ou seja, o delicado balanço entre oferta e demanda foi rompido e oportunidades excelentes começaram a ser perdidas.

Os Robertson fizeram de Kimi Raikkonen um piloto milionário, um dos mais bem pagos da cateogoria após a aposentadoria de Schumacher.

Entretanto, essa mesma habilidade pode acabar fazendo com que um dos pilotos mais brilhantes da F1 fique de fora do grid em 2010.

Aparentemente, para Raikkonen, isso não é problema, mas para o automobilismo, para os fãs e para a F1, isso seria um desastre.

Resta saber se o dinheiro é mais importante para Kimi do que correr. Ele já deixou claro que não quer correr em uma equipe para disputar o 10º lugar.

"Se eu quero correr, quero ter um carro que esteja pronto ano que vem para vencer o campeonato. Quero pelo menos me dar a chance. Depois é deixar comigo e com a equipe pra ver o que vai acontecer. Mas pelo menos você tem de ter um carro que lhe dê a chance de vencer".

Uma coisa é certa: em 2010, a F1 sem Kimi Raikkonen vai ser bem chatinha...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vídeo da semana

Jenson Button ensina a um repórter de TV os truques de se pilotar bem em Silverstone a bordo de um Honda S2000 e de um protótipo híbrido impulsionado tanto por gasolina como por eletricidade.

O vídeo foi feito em 2007, na época em que a Honda desistiu dos patrocinadores e fez um carro de F1 politicamente correto, com imagens do planeta Terra na carenagem (embora gastasse o mesmo tanto de gasolina para andar).

Entre outros assuntos, Button conta que -pasmém!- tomou bomba no seu primeiro teste de direção.

Diversão garantida!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Relatos de Interlagos - parte 2

Paulo Meyge continua com os relatos de sua saga em Interlagos, cujo início você pode ler neste post.

Fala PMeyge:

Sobre minhas experiências em Interlagos, tenho mais algumas imagens interessantes para compartilhar (acredito que fotos antigas e analógicas valham mais nessa brincadeira).

Após a temporada de 1992, fiquei quatro anos ausente de Interlagos por diversas razões, mas a principal em todos os casos foi grana (exceto 1994, quando não consegui o ingresso).

1996

Voltei à pista em 1996 e tive uma agradável surpresa: o autódromo estava bem mais bem cuidado do que nas duas edições anteriores que tinha ido (1991 e 1992).

Pela primeira vez havia uma organização boa de trânsito para chegar à pista e, nessa ocasião, assisti pela segunda vez à corrida no setor G (que é o mais barato e pior na minha opinião).

A corrida foi emocionante, mas os carros sofreram uma alteração sensível desde a última vez que tinha ido. O bico de tubarão era padrão em todas as equipes com exceção da Ferrari que, naquele ano, utilizou o bico convencional.


Vale a a observação de que o modelo da Ferrari de 1996, até o meio da temporada, foi um dos carros de corrida mais belos feitos até hoje.

As rodas e pneus eram mais estreitos e os carros menores. Este padrão não mudou muito até a temporada de 2009 acredito.

A corrida de 1996 foi emocionante, em especial o pega entre Barrichello e Schumacher pelo terceiro lugar. Fiquei na primeira perna da curva do Lago, onde Villeneuve errou e abandonou, e onde Barrichello também errou e abandonou em um pega alucinante com o grande Schumi.

Uma coisa a se notar é o período de vacas magras que foram estes anos da F1 para o Brasil, entre a morte de Senna e a ida de Barrichello para a Ferrari. Em 1996, a vitória acabou ficando com o grande Damon Hill, piloto para quem eu torcia na época.

1997

Em 1997 mais uma vez voltei a Interlagos (para depois viver um jejum de 10 anos e voltar somente em 2006) e desta vez assisti à corrida no setor A (dentro dos setores economicamente viáveis, sem dúvida a melhor opção de visibilidade da pista).

Michael Schumacher

David Coulthard

Heinz-Harald Frentzen

Mika Hakkinen

Mika Salo

Ao chegar no autódromo, uma das mais agradáveis surpresas que já tive como amante de F1: o modelo da Ferrari de Schumacher de 1996 estava exposto em um estande na parte de trás da arquibancada no setor A.

Foi a primeira vez que pude chegar perto de um carro de F1, encostar nos pneus, apreciar os detalhes. Foi realmente emocionante. A corrida em si, naquele ano, foi um pouco sem graça, com uma vitória muito fácil de Villeneuve.

Mas vale a pena pelas imagens.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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Massa: Bem-vindo ao primeiro capítulo do curso virtual "Como se tornar um piloto da Ferrari". Obrigado por comprar este DVD.

domingo, 18 de outubro de 2009

Jenson Button: Campeão Mundial de F1 2009

É, não deu pra Barrichello...

Jenson Button produziu hoje uma daquelas pilotagens que dificilmente são esquecidas.

Se ano passado Lewis Hamilton levou a taça, mas não sem antes colocar uma colônia inteira de pulgas atrás da orelha de todo mundo, este ano Button fez o contrário.

O piloto da Brawn #22 foi incrível, rápido, convincente, agressivo, seguro, enfim. Todos os adjetivos que cabem a um campeão podem ser usados para descrever Jenson.

A comparação entre Hamilton e Button cabe apenas ao GP de Interlagos, claro. O GP que decidiu o campeonato tanto ano passado como este.

Mas Button foi determinado para não correr o risco de colocar tudo a perder em Abu Dhabi. E fez certo. E fez bem.

E a sorte deu uma mão danada pro inglês. Como Rubinho cansou de dizer este fim de semana, "só se tem sorte quando se trabalha".

Hoje Button trabalhou muito. Trabalhou demais. Arregaçou as mangas e meteu a mão na massa. E, claro, a sorte veio faceira, sorridente, feliz de abraçar quem fez por merecer.

A festa de Button foi bonita. Foi emocionante ver o abraço de Button pai e Button filho, porque quem reconhece o trabalho e o talento do outro sempre fica tocado quando esse trabalho gera resultado. Os frutos são sempre mais doces.

Hoje não cabe análise de tempo de volta, de pit-stop, de stints, estratégia de pneus ou penalidades.

Hoje cabe apenas parabenizar à Brawn GP e Jenson Button pelo irrepreensível campeonato. Irrepreensível porque não interessa em que ponto do certame a Brawn foi dominante. O que importa é que no somatório, a constância foi premiada.

E, claro, não dá pra não parabenizar Rubens Barrichello, que mais uma vez se mostrou um ativo magnífico para a equipe da qual faz parte.

Sem ele, a Brawn GP certamente teria muito mais dificuldade para ganhar o título. Quiçá a possibilidade de vencê-lo diante da Red Bull. Mas Rubens é assunto para outro post.

Hoje é dia de Jenson Alexander Lyons Button, 29 anos, piloto da Brawn GP e Campeão Mundial de F1 2009.

Congratulations, Jenson!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

GP do Brasil: treinos elucidativos

Se sexta-feira é incógnita na maioria das pistas, em Interlagos ela foi o retrato da temporada, mostrando claramente quem está na frente por ser rápido e quem está tirando onda.

Vêm fortes para a classificação Vettel, Webber, Barrichello, Button, Trulli, Hamilton e Kovalainen.

A pole pode cair no colo de qualquer um desses pilotos.

Entretanto, a corrida vai ser um universo à parte. Flávio Gomes notou no Twitter aqui que muitos, inclusive o autor deste blog, destacaram o quão próximos os pilotos estão entre si, com apenas nove décimos separando o primeiro do vigésimo.

Mas o jornalista contrapôes esta informação aqui dizendo que Interlagos é uma das pistas mais curtas do calendário e, proporcionalmente ao tempo de volta, a diferença entre os pilotos é normal.

Tem lógica a afirmação de Gomes, mas não deixa de ser um indicativo de que a corrida de fato vai ser muito disputada, nos mínimos detalhes.

James Allen notou que os pneus macios, claramente muito mais rápidos que os duros nos treinos de hoje, estavam sofrendo graining em stints maiores.

Isso significa que os pilotos vão ter que ser inteligentes no gerenciamento dos pneus, principalmente se não chover.

Rubinho passou mais de uma hora da segunda sessão de treinos fazendo stints com o composto mais duro e, por causa disso, se manteve sempre na rabeira da tabela.

Foi só trocá-los pelos macios faltando 10 minutos, para poder simular a classificação, que fez o terceiro tempo, em apenas duas ou três tentativas.

A questão é que, aparentemente, as Brawn não se comportaram muito bem com pneus duros e tanque cheio, mas esse é o problema de não saber os programas que os outros carros estão seguindo. Neste caso, não dá pra saber se a média das voltas do brasileiro está de acordo com as médias dos outros pilotos.

A diferença brutal entre pneus duros e macios vai ser o fator determinante no domingo para o desenrolar da corrida. Inteligência e regularidade vão ser os segredos para a busca da vitória, sempre lembrando que isso ocorrerá caso não chova.

Se chover, aí é outra história...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Massa x Alonso: a onça é brava e a vara é curta

Massa e Alonso: esta cena pode não existir em 2010

Depois do bafafá causado pelos comentários de Felipe Massa em almoço com jornalistas brasileiros, a mídia internacional correu para cutucar Alonso nesta quinta-feira.

Ao contrário do que alguém poderia esperar, Alonso foi absolutamente diplomático e cordial. Na verdade, ficou a sensação de que o espanhol conversou com a cúpula da Ferrari antes de se manifestar.

Em entrevista publicada hoje pelo site Autosport, Alonso negou que a guerra tenha começado entre ele e o brasileiro. "Para começo de conversa, eu não sei o que é verdade ou não. Talvez tenha sido um mal entendido com o Felipe ou a mídia, enfim. Depois ele disse outra coisa. Não é importante para mim e não me preocupei muito".

Alonso disse que a Ferrari é uma família e que, na equipe, "o grupo é mais importante que o indivíduo". É, Barrichello sabe muito bem disso. Será que Massa sabe?

Perguntado se ia falar com Felipe no fim de semana, Alonso disse que, se falarem, não será sobre este assunto. E bancou o humilde. "Ele está há três ou quatro anos na Ferrari. Preciso aprender e pegar essa experiência que ele tem no início para me adaptar um pouco mais rápido se for possível", argumentou.

No geral, Alonso foi irretocável em sua entrevista e demonstra estar muito tranquilo, tanto no tocante ao Crashgate quanto à sua ida a Maranello em 2010.

Ao contrário do que anda se falando, Felipe Massa não está com a "batata assando", mas certamente está muito ansioso para marcar seu território e voltar ao volante da Ferrari.

O que vai ditar o seu rumo dentro da Scuderia certamente será o sucesso (ou a falta dele) de Alonso e como o brasileiro vai lidar com os chiliques do espanhol ano que vem.


A vantagem é que tudo pode ser resolvido na pista. Resta saber quem é o melhor e o mais rápido. A partir daí, as máscaras cairão rapidamente.

Raikkonen: querido preterido

A história mais marcante deste final de temporada não é o Crashgate, não é a recuperação de Massa, não é Alonso na Ferrari e nem Barrichello na Williams.

A história que custa a encaixar é a da dispensa de Kimi Raikkonen por Maranello.

Há vários cenários para justificar o encerramento precoce do contrato de Kimi com a Scuderia, mas nenhum deles é realmente compreensível do ponto de vista lógico.

Não existe em nenhuma esfera premonitória a garantia de que Fernando Alonso vai trazer à Ferrari o que dizem que vai trazer.

No limite, é possível dizer que Alonso vai trazer controvérsias, como trouxe a todos os times em que correu.

Raikkonen, por outro lado, trouxe o primeiro e único título de pilotos que a Ferrari venceu depois da era Schumacher.

Embora frio e distante, o piloto nunca entrou em polêmicas dentro da F1. Sua preferência por uma boa vodca e rally nunca foi segredo e tampouco atrapalhou seu desempenho na pista.

É claro que Raikkonen ficou triste e chateado por ser preterido por Alonso. Isso não faz bem ao ego de nenhum piloto, por mais finlandês seja.

A questão é que Kimi deu azar e o timing das coisas não ocorreu para seu benefício. A Ferrari fez uma bomba de carro em 2009 e o finlandês não se deu bem com o F60 no início do ano. Entretanto, quando o piloto começava sua ascensão, Felipe Massa sofreu seu acidente.

E foi nesse momento que a Ferrari mostrou claramente que não queria mais Raikkonen na sua folha de pagamento. Aproveitando-se do mal momento da equipe no ano, Domenicali falou que não mais investiriam no desenvolvimento do carro para o resto da temporada.

Foi o último golpe para Kimi Raikkonen.

Disse Domenicali: "eu considero Raikkonen, em todos os sentidos, no mesmo nível de Fernando, Felipe, Lewis. Então, por que mudar? Porque tenho certeza que nossa equipe, a Ferrari, necessita de um homem parecido com Schumi no trato com a equipe.

Kimi é muito rápido, muito competitivo, mas também muito fechado, introvertido. Não é uma limitação ou defeito: é o seu temperamento. Com um carro vencedor ele é perfeito. Com um carro para desenvolver e uma equipe para liderar, eu acredito que Alonso é superior. Eu expliquei isso para Raikkonen: ele não ficou feliz, mas entendeu."

É muito difícil entender o que Domenicali quis dizer com isso, pois, segundo várias fontes, Felipe Massa, para todos os efeitos, é a liderança que a Ferrari precisa. Com dois líderes casca-grossa, temperamentais, competitivos e desbocados, o que vai ser da equipe?

A lógica seria trocar Alonso por Massa, e não Raikkonen. Massa sofreu um acidente, havia dúvidas sobre sua recuperação plena (principalmente nas semanas após o acidente), é desbocado, impetuoso e competitivo.

Já Raikkonen é o campeão mundial da equipe, é rápido, preciso, introvertido e, em linhas gerais, fácil de lidar. Se a equipe precisava de um líder, que chamasse Alonso e apenas desse o carro para Kimi pilotar. É o que ele faz melhor. E a equipe veria os resultados vindo como nunca.

Kimi Raikkonen não tem pressa, pois sabe que seu passe vale ouro. Por ele, a Ferrari seria sua equipe em 2010 e ele poderia encerrar sua carreira por lá, quem sabe com um bicampeoanto.

Agora, embora ele diga que não, permanecer na F1 é uma questão de honra. E, avaliando suas opções, a McLaren é a única que pode fazer frente à Ferrari e sua explosiva dupla ano que vem.

Com Hamilton, Raikkonen faria a dupla perfeita, e duplas perfeitas vencem campeonatos, dão espetáculo e, claro, destroem duplas menos perfeitas como Alonso e Massa.

Mas isso, só o futuro dirá.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vídeo da semana

Para continuar no clima de Interlagos 1992, um pequeno acidente envolvendo Senna e Mansell nos treinos classificatórios para o GP do Brasil daquele ano.

Senna disse que foi um "mal entendido", que ambos não chegaram a tocar e que Mansell provavelmente errou a curva.

Já Mansell disse que Senna simplesmente não deixou espaço suficiente para ele fazer a ultrapassagem.

Como todo bom campeão, o orgulho de ambos os pilotos sempre foi maior que sua humildade e os dois jamais admitiriam o erro ou o ato pensado de forma a prejudicar o oponente.

Grandes personalidades da F1, mas, ao mesmo tempo, grandes cretinos.

Relatos de Interlagos

O Grande Prêmio do Brasil de F1 mexe com o imaginário de dezenas de milhares de torcedores e admiradores do automobilismo que um dia sonharam em pilotar um carro de corrida.

Ver a categoria máxima tão de perto é uma experiência que alguns poucos afortunados podem se gabar de terem tido, ainda que a F1 visite o país toda temporada há 37 anos.

Os preços geralmente são proibitivos para a grande maioria, fora a dimensão continental do Brasil, o que dificulta e encarece o transporte oriundo de outras regiões para prestigiar o evento.

Mas isso não impede que Interlagos, o circuito que abriga a F1 em território nacional, seja considerado um dos mais interessantes, desafiadores e tradicionais circuitos do automobilismo mundial.

Hoje você vai ler o relato de um grande conhecedor e admirador da F1, Paulo Meyge. Seu piloto preferido foi Ayrton Senna, e ele guarda com emoção as memórias de ter visto o "Chefe" correr e vencer em casa.

Fala PMeyge:

Meu nome é Paulo Meyge e, como muitos, sou um grande amante de Fórmula 1. Nesta semana resolvi, a pedido do Daniel, amigo de longa data, compartilhar recordações de algumas edições do GP Brasil de F1.

A primeira vez que fui a Interlagos foi em 1991, na companhia de um primo e um tio. Assisti à corrida no Setor G, que fica na reta oposta, e pude conferir de perto a primeira vitória do grande Ayrton Senna em casa.

Sempre escutei pessoas mais velhas falando sobre assistir a Pelé, Garrincha e outros grandes do esporte.

Eu vi Senna.

Sempre terei isso na minha memória como uma das coisas mais especiais que me ocorreram. Nenhum outro esportista influenciou tanto a minha personalidade. Nunca vi nada parecido com aquilo. Infelizmente perdi, em uma mudança, as fotos do ano de 1991.

Porém, ainda tenho as fotos de 1992 que, na verdade, são as melhores fotos que já tirei até hoje. Nesta ocasião, vale ressaltar, assiti à corrida do Setor B, onde não se tem uma visibilidade muito boa do resto da pista e fica em frente aos boxes.

No entanto, em termos de sensação de barulho e velocidade, não ha nada parecido. O barulho dos motores V10 e V12 do início dos anos 1990 era consideravelmente mais ensurdecedor, assim como os carros eram maiores.

Mansell e Patrese terminaram a uma volta do terceiro colocado,
um certo Michael Schumacher


Foi uma corrida amplamente dominada pelas Williams, com destaque para o pega entre Senna e um jovem ousado chamado Schumacher pelo terceiro lugar.

Naquele ano de 1992, ficou evidente que aquele jovem era diferenciado, que ele era especial. Foi impressionante o desempenho dele nas pistas onde corria pela primeira vez, e na época não existiam os simuladores de hoje.


Érik Comas em sua Ligier-Renault Gitanes

O austríaco Karl Wendlinger, promessa que nunca deslanchou

Vale registrar que, na época, a organização do GP Brasil era vergonhosa. Nada se comparado a hoje. Nas duas ocasiões, foi quase uma hora de caminhada até o autódromo, uma verdadeira confusão. Hoje São Paulo dá um show nesse aspecto.

Fotos: Paulo Meyge

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

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Mecânico: Jarno... Jar... posso te chamar de Jar...? Fica com a gente, vai... por favor... vou sentir tanto sua falta...

Trulli: Se toca cara, para de me bolinar. Tem fotógrafos por perto!!! Tenho que manter minha imagem de Garanhão Italiano para a mídia!!!

Mecânico: Ah, você é demais!!! Me amarrota que tô passada!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vídeo da semana

Nick Heidfeld mostra um lado seu totalmente desconhecido do grande público em uma festa com sua ex-equipe, Sauber.

Repare que outra figura conhecida aparece logo aos 25 segundos do vídeo.

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Kubica
: E aí pessoal! Não se preocupem. Tá tudo ótimo!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

2010: choques à vista

2010 promete tempestades elétricas à la Senna x Prost

Enquete encerrada, 30 votos que provavelmente representam a totalidade de visitantes deste blog.

Em sete dias, quarenta por cento dos visitantes votantes da enquete do Splash-and-go opinaram a favor de quão eletrizante será 2010 desde Senna/Prost.

Depois das previsões feitas aqui e aqui sobre as duplas de pilotos e suas respectivas equipes, este blog também acredita que ano que vem será ainda melhor que este ano do ponto de vista da surpresa e da competitividade corrida a corrida.

Brawn: nenhuma mudança drástica para 2010

Alguns indicativos de que isso será verdade foram dados por Ross Brawn hoje em entrevista ao site Autosport.

Segundo o chefe da equipe que leva seu nome, o carro de 2010 é conceitualmente similar ao carro de 2009.

"(O carro de 2010) tem capacidade de levar mais combustível e tem pneus diferentes, mas as coisas que estamos fazendo na aerodinâmica do carro agora podem ser levadas para o ano que vem, então não é uma mudança tão dramática", disse Brawn.

Em relação à vantagem da equipe este ano, Ross Brawn diz que as outras equipes agora sabem aonde devem ir para terem uma boa performance em 2010.

"Algumas equipes chegaram neste ano sem saber onde deveriam estar. Não acho que será um desafio tão grande ano que vem como foi de 2008 para 2009", pondera o dirigente.

Domenicali: não há mágica na dominância da Brawn GP

Stefano Domenicali afirma também ao Autosport que a performance da Brawn é resultado de trabalho e recursos. "Penso que as razões pelas quais eles foram tão fortes são bem claras e estou muito feliz por eles pelo que fizeram, mas não tem mágica".

De acordo com Domenicali, com tempo e recursos, é possível fazer um bom trabalho e a performance da Brawn não é circunstância da mudança de regras este ano.

"É claro que (Ross Brawn) vai fazer o que puder com a equipe para dar continuidade à sua história na F1, mas as coisas podem ser diferentes. Mas devemos esperar pelo trabalho que fizeram e com certeza vão estar lá lutando pelo campeonato no futuro", explicou o chefe da Ferrari.

Isso indica que a Brawn vai continuar numa ascendente, embora mais lenta, e que as grandes equipes da F1, Ferrari e McLaren, já sabem bem o que devem fazer para 2010 e os projetos de seus MP4-25 e F70 já devem estar em estado adiantado de execução.

Sem a tremenda vantagem do início deste ano, a Brawn vai ter muito mais dificuldade para dominar o grid, e a competitividade de Ferrari e McLaren, além da Red Bull, aliada às fortes duplas de pilotos sendo formadas agora, vai contribuir para uma temporada fora de qualquer referência nos últimos anos.

Tudo isso não passa de torcida, mas, se a pré-temporada custou a passar este ano, ano que vem vai demorar mais ainda, mesmo que o GP do Bahrein seja quase duas semanas antes do que foi o GP da Austrália este ano.

Chega logo, 2010!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

2010: previsões – Parte 2

Leia a Parte 1 aqui.

Por motivos lógicos, você não verá nada sobre as novas equipes. Apenas sobre as nove equipes definidas no grid (a décima é a BMW, que anunciou sua saída e nada foi definido sobre sua substituta).

Renault | Kubica & Kovalainen

Robert Kubica é um dos pilotos mais superestimados do grid na opinião do Splash-and-go. Depois de sua circunstancial vitória em 2008, o polonês nada fez para justificar o oba-oba em torno de si mesmo.

Mesmo que a BMW tenha entrado em processo de queda livre ano passado, Kubica tem demonstrado ser um piloto afoito e geralmente pouco confiável.

Este ano se envolveu em vários incidentes em corrida e tem sido invariavelmente batido por seu companheiro super discreto Nick Heidfeld, tanto em classificação como em corrida, além de ter marcado menos pontos.

Por essa razão é difícil entender todo o frisson que se causa quando se fala em Kubica. Mas como há gosto para tudo, a Renault acredita que o piloto será a solução de seus problemas.

Este blog acredita que não, e acredita ainda que ano que vem Kubica não fará nada diferente do que fez este ano, mesmo porque dificilmente a Renault vai produzir um carro tão bom quanto acha que pode.

Para ser companheiro do polonês, a Renault deve recrutar de volta seu ex-piloto Hekki Kovalainen. Kova até hoje não mostrou a que veio na F1, venceu uma corrida por pura sorte, não apresenta resultados consistentes e simplesmente não vai fazer melhor do que fez na super McLaren de 2008, ou seja, nada.

O finlandês é a gentileza em pessoa, muito diferente de seu conterrâneo Raikkonen. É sorridente, brincalhão e se dá muito bem com a McLaren, mas nada justifica uma equipe do calibre da Renault, que já teve o piloto antes, traze-lo de volta.

A dupla da Renault será uma das mais chatas e estagnadas da F1 ano que vem, e isso é triste para uma equipe que foi campeã mundial há três anos. Merecia algo melhor, ainda mais agora sem Briatore e Alonso.

Williams | Barrichello & Hulkenberg

Rubinho chega à Williams dez anos atrasado. No auge de sua ascensão ao estrelato (1996 a 1999) Barrichello foi assediado pelas três maiores equipes da F1. Todas venceram campeonatos na época com carros maravilhosos, mas Rubens acabou optando pelo dinheiro, embora diga que não.

Depois disso, sua carreira declinou, ainda que tenha produzido pilotagens do mais alto calibre na Ferrari. Na Honda, nada mais foi do que um piloto enchendo o grid, assim como seu companheiro Jenson Button.

Na Brawn, Rubens teve a chance que queria, mas sua adaptação ao carro foi lenta demais e reagiu muito tarde, apenas para ver seu companheiro mais uma vez arrematando o título mundial com que o piloto brasileiro tanto sonhou.

O casamento entre Williams e Barrichello é bonito e cheira à tradição da F1 que todo brasileiro gosta, do fim dos anos 1980 e início de 1990. Entretanto, a capacidade da Williams de produzir um carro vencendor nunca mais foi a mesma depois que Juan Pablo Montoya pilotou para Sir Frank.

É tentador pensar que a equipe de Grove tem um bom projeto nas mãos, mas o mais provável é que veremos Rubinho ocupando o meio do grid como Nico Rosberg faz agora, mas com menos consistência.

Já Nico Hulkenberg é mais um piloto da GP2 que chega à F1 com toda pompa. Entretanto é fácil enxergar que apenas Lewis Hamilton conseguiu algo realmente estupendo na F1. Todos os outros pilotos oriundos da GP2 cumprem tabela. Seria “the Hulk” mais uma exceção à regra?

Hulkenberg provavelmente vai tomar aulas de direção de Rubinho ano que vem, mas pelo menos tende a aprender mais rápido com o brasileiro boa-praça e congregador, além de contar com sua vasta experiência. Será uma dupla interessante de se observar, se a TV deixar.

Toyota | ?

A equipe japonesa acaba de produzir seus dois melhores resultados no ano bem no momento em que praticamente demite sua dedicada dupla de pilotos.

Há algo de ironia nisso, pois dificilmente a escuderia nipônica será capaz de montar uma dupla como essa para a temporada 2010.

Há quem diga que Kazuki Nakajima vai finalmente pilotar para a montadora que o empurrou para a Williams, o que seria algo triste do ponto de vista dos resultados.

Já Kamui Kobayashi tem a chance de ser promovido, mas conta com um histórico humilde no automobilismo.

A Toyota se veria no céu com uma dupla de pilotos japoneses, mas a verdade é que se veria ao mesmo tempo no inferno com resultados pífios e seu nome na lama da F1.

McLaren | Hamilton & Raikkonen

O atual campeão da F1 fez uma temporada vencedora e se redimiu dos pecados australianos no início do ano.

Hamilton correspondeu ao árduo trabalho de Woking com pilotagens de primeira categoria, venceu duas provas até agora e não deixou, é claro, de cometer seus erros de jovem afobado.

Ano que vem, será realmente um dos grandes favoritos ao título.

Já Kimi Raikkonen foi vítima do outro lado de Maranello, o lado frio, hostil, “just business”. O finlandês, fiel à equipe, fez de tudo para levar a Scuderia ao topo do pódio. E conseguiu com a incrível pilotagem do GP da Bélgica.

Depois de ser preterido por Alonso, Raikkonen só pode ter a McLaren como destino. E a volta do Iceman seria ótimo para os fãs, para a F1 e para o automobilismo.

Kimi é um piloto completo, rápido, destemido, consistente. É um prazer assisti-lo pilotar com toda sua precisão e velocidade.

Sua dupla com Hamilton será fascinante. A relação entre os dois deve ser amistosa e tranquila, e Raikkonen não costuma guardar mágoas de disputas na pista, mas com certeza vai querer fazer a Ferrari provar do próprio veneno e, de quebra, levar a McLaren mais uma vez ao campeonato de construtores.

Além disso, Hamilton terá finalmente um companheiro que trará perspectiva às suas performances, mas sem implodir as coisas na equipe inglesa, como foi com Alonso.

Dificilmente os dois se prejudicarão ou jogarão sujo um com o outro. Vai ser uma disputa limpa de uma dupla que, com certeza, tende a bater Massa e Alonso, se a McLaren produzir um carro rápido.

É por isso que 2010 deve ser a temporada mais eletrizante dos últimos anos.

Resta apenas esperar.

GP do Japão: sem referência

Mais uma vez o campeonato de 2009 dá demonstrações de ser o mais irregular e confuso dos últimos anos. O GP do Japão foi a corrida de uma equipe só, com a Red Bull Racing dominando do início ao fim sem a menor chance para os adversários.

Enquanto algumas corridas vêem os 15 melhores pilotos sendo separados por no máximo oito décimos, na tabela das melhores voltas da corrida, Mark Webber girou um segundo mais rápido que a melhor volta de Nico Rosberg, 9º colocado.

Mas não é só isso. A diferença das melhores voltas de Vettel e Webber foi de míseros três milésimos. Webber virou 1:32.569 e Vettel 1:32.572. A partir daí, longínquos 430 milésimos atrás, se encontra a Ferrari de Kimi Raikkonen, que cravou o terceiro melhor tempo do dia.

Para fechar o absurdo, as Red Bull foram cerca de dois segundos e meio mais rápidas que os dois mais lentos, Nakajima e Buemi.

É difícil definir com clareza se é irritante ou excitante não ter a mínima noção do que faz um carro ser veloz em uma pista e lento em outra.

Para o campeonato, do ponto de vista da disputa, certamente é muito bom. Mas mais do que nunca, 2009 tem delineado a qualidade do carro em detrimento da do piloto.

Para se ter uma ideia, no primeiro GP do ano, na Austrália, Jenson Button marcou a pole position com incríveis seis décimos de diferença para o terceiro colocado, o mesmo Sebastian Vettel, com sete quilos a mais de combustível.

Ou seja, corrigido o combustível, o inglês estaria a quase um segundo de diferença do alemão, absurdamente mais rápido.

Vettel: o melhor carro e o melhor piloto... de vez em quando

É claro que, em Suzuka, Vettel teve uma performance de gala. A velocidade com que o piloto voltava a girar rápido logo depois de suas paradas é incrível. Suas voltas todas giravam em torno de 1.33:300, ou seja, apenas oito décimos de sua volta mais rápida. Ele demorava não mais que cinco voltas para restabelecer o ritmo de antes das paradas e sua consistência faria inveja ao Big Ben.

A vitória foi incontestável na feliz união do melhor piloto na pista com o carro mais acertado, mas não é como se Button tivesse ido mal.

Aliás, Button foi muito melhor que Barrichello, que explicou não estar feliz com o acerto do carro no fim-de-semana. Rubinho marcou apenas o 13º melhor giro e, nos setores da pista, só esteve entre os dez primeiros no último setor.

Já Button teve simplesmente o melhor terceiro setor de toda a prova e ocupava a quinta posição no segundo setor. Apenas o primeiro setor que custava muito ao inglês, marcando também apenas o 13º melhor tempo.

Já Webber fez um giro tão rápido que se dava ao luxo de ocupar a mesma 13ª posição no terceiro setor e ainda assim ser o mais rápido da pista, mesmo com Vettel tendo o segundo melhor tempo no primeiro e no segundo setores.

As previsões dizem que a próxima etapa em Interlagos é compatível com todos os grandes carros do grid. É boa para o KERS da McLaren e da Ferrari, é boa para a velocidade final da Brawn e sua boa aerodinâmica para curvas travadas e boa também para a Red Bull e sua performance acachapante para curvas de alta velocidade.

Se é bom para todo mundo, a ironia está em que, num campeonato onde o carro é o mais importante, o piloto vai acabar fazendo a diferença.

É impossível palpitar sobre o vencedor da próxima corrida, mas Interlagos promete ser o que Suzuka não foi: emocionante. Isso porque Interlagos está longe de ser Silverstone ou Suzuka, com curvas rápidas e estreitas onde é impossível se aproximar do carro da frente devido à velocidade e poucos pontos de freada busca.

Nesse quesito, Interlagos tem tudo para ser bem melhor e a história da pista não deixa ninguém se enganar. São Paulo vai ferver!

sábado, 3 de outubro de 2009

Classificação GP do Japão: crash test dummies

Glock: era melhor ter continuado gripado

O festival de acidentes nos treinos classificatórias para o Grande Prêmio do Japão, em Suzuka, não ocorreu por acaso.

Dos pilotos envolvidos em acidentes, apenas Mark Webber e Timo Glock já correram no lendário circuito nipônico.

Todos os outros nunca tiveram a chance de se aventurar em Suzuka, e isso diz muito da extrema dificuldade de se dominar as curvas de alta velocidade.

Buemi, Alguersuari e Kovalainen aprenderam na marra porque Suzuka é considerado um dos mais desafiadores circuitos ao lado de Spa-Francorchamps.

A pista é uma espécie de Silverstone, mas em terreno irregular, cheio de sobe e desce. É estreita na maioria do circuito e as áreas de escape são pequenas.

Alie-se a isso o tempo escasso de obtenção de setup no dilúvio de sexta-feira e está instalada a confusão.

Dada a dificuldade, é realmente impressionante a frieza com que Jenson Button e Rubens Barrichello fizeram suas voltas rápidas, tanto no Q2 quanto no Q3.

Não é uma questão de um erro apenas possa arruinar os treinos, mas sim de que o erro é algo muito mais provável nessa pista do que Monza, por exemplo.

As cenas dos dois postulantes ao título em seus cockpits concentrados antes de suas voltas lançadas é bastante interessante e demonstra uma batalha que, chegando ao seu final, se torna mais fria e calculista.

Muitos criticam Button por estar correndo pelos pontos, mas fato é que o inglês sabe que suas chances de dar espetáculo acabaram há muito tempo.

Rubens Barrichello também nunca foi visto tão sereno e confiante, mesmo com a alta probabilidade de não conseguir vencer o título.

De todo modo, uma coisa é certa: ambos os pilotos merecem estar disputando o campeonato e o troféu estará bem entregue, seja em que lado da garagem da Brawn GP for.

Que vença o melhor!

Errata: Glock já havia corrido antes em Suzuka, quando substituiu Giorgio Pantano na Jordan em 2004. O post foi corrigido.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fernando > Ferrari

Hilário!

2010: previsões – Parte 1

Há anos que o mercado de pilotos não vê a possibilidade de tantas mudanças de uma só vez. Isso abre perspectivas interessantes para o campeonato de 2010, principalmente ao se considerar que não há mais testes no meio da temporada.

Por isso, o Splash-and-go traz agora um exercício de futurologia, não só no que diz respeito às duplas não confirmadas, como também quanto ao seus relacionamentos entre si e com suas respectivas equipes.

Ferrari | Alonso & Massa: A equipe italiana deve alcançar seu vermelho mais sanguíneo na temporada do ano que vem com a disputa acirrada entre o espanhol e o brasileiro.

É impressionante, do ponto de vista corporativo, o quanto a Scuderia mostrou seu mole coração este ano com o apoio a Massa, o sonho da volta de Schumacher e o conto de fadas de Luca Badoer e Giancarlo Fisichella.

O prejuízo foi enorme, tanto financeiro quanto esportivo, muito mais porque Kimi Raikkonen rejuvenesceu na segunda metade da temporada e levou a equipe nas costas. O que poderia ter acontecido com um bom piloto ao lado de Raikkonen?

A frieza com que Kimi foi dispensado vai contra todo o resto de patacoadas que a Ferrari cometeu esse ano em relação aos substitutos de Felipe Massa.

Talvez o mais certo seria dispensar Massa, ou colocá-lo no estaleiro, e manter a dupla Raikkonen/Alonso, tiro certo para 2010, já que Massa ainda franze muitas testas no paddock.

Mas a Ferrari é mole e não fez isso. A ver se ano que vem a equipe vai se arrepender amargamente ou não, mas é certo que os dois pilotos não vão dar colher-de-chá um pro outro, e isso vai ser sensacional para o público, mas ruim para a Ferrari.

Brawn GP | Button & Rosberg: O milagre de Ross Brawn parece estar delineando essa insossa dupla de pilotos. Insossa porque é bonitinha, mas ordinária.

É claro que ambos os pilotos são incríveis, precisos e consistentemente rápidos, uma commodity rara nas pistas da F1 atual. Mas ao mesmo tempo, são sem graça, sem faca nos dentes (que expressão chata) e sem sal.

Button é bonito, rico e adorado pelas mulheres, coisa que Nico também é. Mas ambos são ofuscados por seus conterrâneos, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, que tiram grande parte do brilho dos dois em seus países de origem.

Se a Brawn se mantiver forte tecnicamente, é certo que essa dupla manterá a equipe bem perto das duas grandes do grid no campeonato de construtores. A constância será o nome da Brawn ano que vem, se depender de seus dois bons pilotos.

Red Bull | Vettel & Webber: É certo dizer que a decepção de 2009 foi a RBR. A equipe fez frente à Brawn em vários momentos, mas foi traída pela inexperiência de sua estrela e por uma oscilante performance de seu franco atirador.

A queda de rendimento de Mark Webber durante a temporada é inexplicável, pois a partir do meio da temporada, o piloto foi de uma vitória acachapante a vergonhosos nonos lugares e corridas sem terminar.

Vettel brilhou e apagou tantas vezes que sua luz deve ter queimado. E muitas vezes por pura ansiedade (Austrália e Turquia, por exemplo).

Dito tudo isso, a Red Bull é uma grande incógnita em 2010. Sabe-se que devem estar investindo pesado para criar mais um carro competitivo, e seus pilotos virão ainda mais fortes, mas a dúvida vai pairar no ar por um bom tempo. Há quem diga que Red Bull como vista em 2009, nunca mais.

Force India | Sutil e Senna: Em um campeonato tão louco como 2009, a equipe indiana foi certamente a que mais capitalizou resultados ao lado da Brawn GP.

Entretanto, Sutil continua um piloto inconstante, ainda que tenha se mostrado extremamente rápido em alguns momentos. Ano que vem deve melhorar, mas talvez sua equipe não lhe dê um carro tão bom quanto está dando neste fim de temporada.

Fisichella não deve voltar ao cockpit e Liuzzi não dá pinta de ser mantido por Vijay Mallya, que deve estar próximo de fechar com Bruno Senna.

A relação entre o alemão e o brasileiro deve ser bem tranquila, mas Sutil provavelmente vai dar um banho em Senna em sua primeira temporada na categoria.

É bom pro sobrinho de Ayrton aprender e se estabelecer na F1. Pode ser que tenha um bom futuro adiante, mas deve passar 2010 praticamente em branco, sem chamar muita atenção.

Toro Rosso | Buemi e Alguersuari: O suíço começou muito bem a temporada, beneficiado pela confusão dos difusores, e pontuou logo na corrida de estreia.

Depois disso, entretanto, foi lentamente ocupar sua posição de direito, que é entre os últimos do grid.

O rapaz parece ser bom e não aparenta ser afobado. Se a Toro Rosso conseguir um carro um pouco melhor, ele deve começar a se destacar como Vettel fez, embora sem vitórias inacreditáveis.

Já o garoto Jaime ainda não mostrou a que veio. A STR não deve dispensá-lo no fim da temporada na opinião deste blog, e os testes de inverno vão dar muito mais confiança pro jovem piloto, que foi jogado vivo no moedor da F1 e até agora tem se safado bem.

Bourdais teria feito um fim de temporada muito mais digno para a irmã mais nova da Red Bull, mas a F1 é assim e quem pode discutir com Franz Tost?

Leia a Parte 2 aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Caption this!

Engenheiro: Bob, perdemos nossos motores no caminho pra Suzuka. O motorista do caminhão bateu numa ponte!

Kubica: Putz! Bem que o Mario falou que ia mandar o cara bater de propósito só pra gente não ser penalizado com a troca de motores! Eu só queria saber de onde ele tira essas ideias esdrúxulas...