segunda-feira, 30 de agosto de 2010

GP da Bélgica: bom, mas nem tanto

A corrida de Spa deste ano não foi o espetáculo de tensão que foi em 2008. A chuva veio fraca, sem fazer com que os pilotos tivessem que correr grandes riscos.

O único que tentou tirar um coelho da cartola foi Alonso, devido à porrada que levou de Rubens Barrichello na Bus Stop logo no fim da primeira volta. A estratégia do espanhol de colocar os intermediários prevendo uma chuva mais forte deu errado e ele logo teve de voltar para os slicks algumas voltas depois.

Mas o que vai ficar desta prova, e quiçá de todo o campeonato, foi o fato de Sebastian Vettel estar fazendo um esforço sobreumano para jogar fora um título que deveria ser seu por ser um dos três pilotos mais rápidos do grid.

Com o resultado da prova, o campeonato passa a ser mais polarizado, mesmo faltando ainda seis provas para o final. Se não pelas chances matemáticas, Button, Alonso e Vettel têm de vencer em Monza de qualquer maneira para manterem um momento de confiança e solidez na próxima etapa até o fim do campeonato.

É inegável a agressividade pura com que Vettel escala o grid quando têm de vir de trás, mas sua ansiedade e afobação têm feito com que a cada degrau vencido, dois são perdidos para o jovem alemão. O custo-benefício de suas pilotagens têm sido com certeza o pior entre os líderes do campeonato.

Na pontuação velha, Vettel estaria a apenas 12 pontos do líder, o que é uma distância bem menor, por exemplo, do que Rubens chegou a estar de Button ano passado na Brawn. As chances de Vettel ainda são bastante altas, mas para levar a taça ao final, ele precisa terminar constantemente no pódio até o fim do campeonato.

Webber: o normal seria que ele ajudasse Vettel, mas o alemão está fazendo todo o trabalho sujo, deixando Mark com uma mão na taça

Diante do mega equipamento que tem a mãos, é uma tarefa relativamente fácil... para Mark Webber! Sim, porque o australiano tem muito mais condições de fazer isso e, claro, ainda vencer mais algumas corridas, do que o alemão.

O fato é que, dentro da Red Bull, Webber tem toda a vantagem psicológica num momento crucial do campeonato. Vettel de uma vez só derrubou a si próprio e a Jenson Button no GP da Bélgica, abrindo caminho para que Webber conquistasse o segundo lugar mesmo tendo uma largada para se esquecer.

No fim das contas, o melhor piloto venceu a corrida, e este piloto foi Lewis Hamilton. Correu como gente grande, fez tudo certo, foi muito rápido, deixou Button pra trás com autoridade no início da prova e, depois que choveu, fora a escapada que deu (que seria normal pra qualquer piloto dadas as condições), venceu de ponta a ponta apenas a segunda corrida em sua carreira. A primeira foi no GP da China em 2007.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A F1 e os games - Parte 2

Afinal, o que você busca ao jogar um jogo de corridas? Você quer se divertir ou quer simular a realidade?

Já há um certo consenso do ponto de vista dos jogos comerciais domésticos de que a simulação nunca será 100% perfeita, quiçá satisfatória.

Na verdade não tem nada a ver uma coisa com a outra. A simulação tem determinados parâmetros para tentar copiar a realidade, mas muitos destes parâmetros não podem ser simulados como os dois mais básicos: velocidade (movimento) e força G.

Resta então aos desenvolvedores de jogos tentar trabalhar com os parâmetros que de fato podem ser manipulados. Hoje em dia, com a alta capcidade de preocessamento dos consoles e computadores, o aspecto gráfico é o que mais se aproxima da realidade.

O grau de perfeição é tamanho que, dependendo do ângulo que se olha, determinados jogos podem ser facilmente confundidos com a vida real, e os simuladores de corrida estão muito próximos disso. Basta ver este impressionante vídeo-trailer do Gran Turismo 5, que será lançado em 2 de novembro de 2010 no mundo todo.



Este jogo, popularmente conhecido como GT5, promete ser a experiência mais divertida e real de se pilotar um carro de corrida desde que se fala em simulação. Só promete, é claro, mas repare na riqueza de detalhes e texturas. O olho humano identifica a "falsidade" do jogo, porque nada é tão perfeito na vida real, mas em uma TV com menos resolução, esse jogo se passa pela realidade facilmente.

Mas como nosso assunto é F1, a Codemasters, que é uma das produtoras de games de corrida mais tradicionais do ramo, adquiriu a licença da FOM em 2008 para lançar o jogo com a chancela da categoria nos próximos cinco anos.

Antes dela, a Sony detinha essa licença e lançou alguns jogos que, claro, fizeram relativo sucesso, como o F1 Challenge Edition, que refletia a temporada de 2006. O game já era primoroso do ponto de vista visual, já que foi o pioneiro em termos de F1 para os consoles de última geração.



Em 2009, a Codemasters já se aproveitou da licença para lançar o F12009, com os carros da temporada passada, inclusive as duas Brawn de Rubens Barrichello e Jenson Button. Entretanto, por ser um título para o console Wii, da Nintendo, e o Playstation portátil da Sony (PSP), não se aproveitou muito do jogo, que é bastante simples graficamente se comparado até ao F1CE citado acima.



Em 2010, finalmente, após quatro anos de espera, será lançado oficialmente o F12010, o primeiro jogo licenciado da F1 desde o F1CE. A qualidade visual deste jogo vem deixando embasbacados até os mais céticos. Além disso, um sistema climático inédito foi criado, dando a cada 30cm de todas as pistas do jogo uma condição autônoma de temperatura e umidade. Um marco no mundo da simulação e um feito no mundo da programação.

No próxima e última parte desta série, algumas palavras sobre a melhor forma de experimentar esse e outros jogos de simulação no conforto da sua casa.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A F1 e os games - Parte 1

Se você é fã de F1, é claro que já deve ao menos ter dado uma pilotada em uma das centenas de opções de jogos que têm como tema o automobilismo e a F1.

Dependendo da sua idade, você alcançou uma satisfação ainda maior ao acompanhar a evolução dos jogos de corrida dentro de cada plataforma ou console desde o Atari.

Quem nunca jogou Enduro no Atari horas a fio chegando à frustrante conclusão que o jogo quase não tem fim (alguém sabe se tem?) e que a dificuldade é exponencial?

Ou no PC, você sonhou em ter uma Ferrari Testarossa no jogo Test Drive, da Accolade? Ou mesmo emular Piquet e Mansell no clássico Grand Prix Circuit?


Accolade Grand Prix: ficava horas tentando baixar o tempo em Monza

Isso para não falar do mega divertido Stunts, sem dúvida um dos jogos mais bacanas que já saíram para o PC.

Stunts: Loopings, saltos incríveis e carros bacanas

De todos os jogos automobilísticos que já existiram, o jogo que este escriba passou mais tempo jogando foi, sem dúvida, o Formula 1 Grand Prix (conhecido como World Circuit nos EUA), da Microprose, a obra prima da simulação de Geoff Crammond.

Conhecido pelos fãs como F1GP ou simplesmente GP1, esse jogo mudou o conceito de simuladores de corrida.


Introdução do F1GP: na vanguarda dos simuladores em 1992

Antes dele, o Indianapolis 500: The Simulation, da Papyrus, foi uma revolução em termos de gráficos e física, mas o jogo era limitado a apenas uma pista, Indianápolis, e os gráficos, embora muito bons para a época, não traziam textura.

Indy 500: The Simulation: diversão limitada, mas garantida

O F1GP não só texturizou as superfícies como também teve um cuidado especial com os cenários de cada GP, algo impensável para jogos como Super Monaco GP, em que todas as pistas eram praticamente iguais.

Fora, é claro, a quantidade de coisas que podiam ser alteradas no carro e que diferença isso fazia na performance em cada pista. Um jogo que marcou época.

Acredite, em 1992, um jogo como esse era o suprassumo da diversão para um garoto de 12 anos. Além do jogo (cujos disquetes de 5 e 1/4, além da caixa e do manual, guardo até hoje), reunia os amigos para curtir um "volante" do tipo manche de avião que havia comprado apenas para nos divertirmos com o F1GP.

Não era lá muito apropriado usar um manche para um jogo de carros, já que para acelerar, você tinha de empurrar o manche para frente e a frenagem ocorria com o manche para trás. Além do que, o manche era digital, ou seja, era o mesmo que pilotar pelo teclado, que não tem graduação de pressão de freio ou acelerador.

Tanto o jogo quanto o manche foram comprados na Fenasoft daquele ano, uma das maiores feiras de tecnologia da América Latina, que era (e ainda é) um mundo de diversão para qualquer pessoa que goste de computadores.

Logo depois do F1GP, uma outra revolução veio na forma do IndyCar Racing, da Papyrus. O jogo era um primor de gráficos, com todos os pilotos que correram na FIndy naquela época, além de um sem-número de formas de trabalhar o setup do carro.


Introdução do IndyRacing: muito melhor, mas não foi páreo para o F1GP

Um grau na inclinação da asa, um ponto na dureza da suspensão, um grau na cambagem dos pneus dianteiros faziam toda a diferença nesse que sem dúvida permanece como um dos jogos mais completos de simulação já lançados para o PC. Este é outro que ainda é guardado com carinho, tanto caixa, quanto discos originais (agora os de 3 e 1/2) além do manual. Coisa fina!

Capricho: Indycar tem direção de arte irretocável

Aliás, o manual é uma aula técnica sobre carros de corrida. Cada detalhe do carro é explicado com clareza didática, tanto quanto a relação de causa e consequencia entre, por exemplo, uma pressão mais baixa e mais alta do pneu. Tudo era esclarecido para que você se torne um craque no setup. O manual era quase mais divertido de se ler do que o jogo de se jogar. Clássico!

Depois de divertir-me bastante com estes jogos, a constante atualização, tanto dos games quanto do hardware necessário para rodá-los, fez com que o mundo dos simuladores ficasse mais distante a partir de 1995, mas continuei ativamente jogando estes jogos e outros como Nascar Racing, também da Papyrus, enquanto era possível rodá-los no meu computador.

Houve também, é claro os GPs 2, 3 e 4, que são até hoje jogados no mundo todo. Saudosistas ainda consideram o GP4 um dos melhores de todos os tempos.

Não tive a felicidade de jogá-lo como gostaria, mas sei que é um jogo sensacional e até hoje saem mods, ou seja, pacotes com atualizações de carros e pistas atuais para que você possa jogar com Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel em pleno 2010 um jogo lançado há quase uma década.

No próximo post, considerações sobre a nova geração de games, que alcançam patamares cada vez maiores de realismo gráfico, embora às vezes em detrimento da simulação em si, um tema bastante discutido e polêmico entre os simracers, ou os fãs de simuladores.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Vídeo da semana

Nos próximos dias, o assunto será jogos, simuladores, cockpits, volantes e Playstation 3.

Como aperitivo, fica esse sensacional simulador robótico construído por engenheiros de automação, que deve ser mais divertido que muito brinquedo presente nesses parques temáticos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vídeo da semana

O público presente no autódromo tem uma reação não tão revoltada quanto divertida a uma singela troca de posições entre companheiros no GP da Alemanha de 2008.

Como tudo na vida, o que importa é o contexto. E o contexto nessa ocasião era bem diferente. Tanto que, em vez de raiva, vemos sorrisos e gestos resignados.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ordens de equipe: o veredicto popular

É claro que considerar 61 votos num universo de milhões de fãs como um "veredicto" é deveras pretensioso, mas o fato é que os leitores que visitam o Splash-and-go e outros blogs sobre F1 têm um olhar bastante aguçado e crítico sobre categoria, e o resultado da enquete reflete essas características.

Trinta e seis porcento dos votos, ou mais de um terço da amostragem, considera que a Ferrari teria de ser multada e desclassificada do GP da Alemanha. Isso significaria a perda total dos pontos dos pilotos e da equipe, além de uma multa mais salgada que a imposta pela direção de prova daquele GP (US$ 100 mil).

Em segundo lugar, com 27%, vem uma pena mais branda: apenas a desclassificação, sem uma multa maior. Para esses leitores, a perda dos pontos sozinha já é punição suficiente para a Scuderia amargar um péssimo resultado, que poderia enterrar de vez seu campeonato.

A suspensão de uma ou mais corridas, uma pena considerada muito severa para uma equipe do porte da Ferrari, foi corroborada por 24% dos votantes. Há de se lembrar que a ausência da Ferrari de uma corrida é algo tão raro, se não inédito -a equipe participou de todos os campeonatos de F1 já disputados-, que causaria um furor mundial entre os fãs da categoria.

Nenhum mísero voto para uma pena pecuniária mais robusta, o que demonstra que os fãs consideram a equipe tão abastada que uma multa não vale absolutamente nada do ponto de vista da "lição" a ser dada por um malfeito na pista.

Por fim, 11% dos leitores são a favor das ordens de equipe.

As ordens em si são palatáveis e até necessárias em um esporte tão caro. O problema está no modus operandi de Domenicali e cia.

Com a poeira mais baixa e o golpe acusado, é possível ver que a maioria dos insiders da F1 defende o banimento da regra que proíbe as ordens de equipe, e não das ordens em si.

Isso ocorre justamente porque é impossível banir as ordens de equipe enquanto houver comunicação entre os pilotos e seu pitwall. Houve quem sugerisse o banimento das comunicações via rádio entre piloto e equipe, mas isso sem dúvida tornaria a F1 mais perigosa, e não é isso que a maioria quer.

Há também aqueles que defendem uma visão sobre a F1 como se fosse futebol. Torceria-se pela equipe, e não pelo piloto. Há muitos que torcem dessa forma, mas a F1 é um esporte global e o primeiro elemento de identificação entre a torcida e o esporte é a nacionalidade. Além do quê, a personalidade de cada piloto é um grande chamariz para os mais diversos tipos de torcida.

Do ponto de vista do marketing, as ordens de equipe óbvias como as que ocorreram no GP da Alemanha e no GP da Áustria de 2002 são um desastre. Seria bom que uma espécie de "acordo de cavalheiros" continuasse a valer entre F1 e o torcedor. Todos sabem que o esporte não é um esporte puro, então, que as mutretas sejam feitas por baixo dos panos.

Erradicar de vez as ordens não é possível em nenhuma hipótese, mas para o bem da relação entre a F1 e o resto do mundo, as coisas tinham de ocorrer de uma forma um pouco mais dissimulada e menos arrogante. A regra contra as ordens de equipe deveria existir para que o fã sentisse que ao menos algo está sendo feito contra tais ordens.

O resultado das corridas e do campeonata nada vale sem a anuência dos fãs que ano após ano enchem os bolsos das equipes, patrocinadores, pilotos, TVs, da FOM, das cidades que abrigam as corridas, etc, etc, etc...

sábado, 7 de agosto de 2010

Senna: publicadas fotos inéditas do campeão

Deu no Twitter neste sábado. O Cahier Archive postou uma bela coleção de fotos nunca antes vistas de ninguém menos que Ayrton Senna. É para entrar, baixar e montar um belo quadro para colocar na parede...

Coisa fina, como a bela foto acima da Lotus-Renault de 1987 no GP da Bélgica.


Segundo o site, "o Cahier Archive é a única coleção de fotos cobrindo a história do campeonato de F1 que se manteve nas mãos de seus autores originais; as 15 mil fotos atualmente disponíveis neste site são parte de um total de 400 mil originais que compõem nosso arquivo.

Dois fotógrafos construíram este arquivo: Bernard Cahier e seu filho, Paul-Henri, dando à coleção dois estilos muito diferentes. Bernard foi um repórter que tinha o dom de fazer as pessoas viverem de verdade os acontecimentos por meio de suas imagens.

Paul Henri, por outro lado, sempre se inclinou mais em direção a uma abordagem artística da fotografia. O ponto em comum de suas fotos, de todo modo, é que elas sempre vão além da dimensão ilustrativa."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Splash-and-go: de visita no Blog Fórmula 1

O promissor jornalista especializado em F1 Tomás Motta convidou a este escriba para falar sobre um assunto que não morre nunca: Michael Schumacher.

Você provavelmente já conhece o jovem Tomás, mas, se não conhece, corra lá no blog dele para ver o que um prodígio pode fazer com as palavras com apenas 14 anos de idade, a serem completados no fim deste mês.

Difícil conhecer um garoto nessa idade que escreva em um português consistente, com desenvoltura e entusiasmo, sobre um assunto que, muitas vezes, passa longe de ser simples: a F1.

Por isso, é uma honra ter um texto publicado em um espaço tão caprichado como o blog do jovem Motta.

Visite já o Blog Fórmula 1 e salve nos seus favoritos!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vídeo da semana

Se você encontrasse este garoto na escola, você acharia que ele faz parte do grupo dos nerds ou dos valentões filhinhos de papai?

Pois é...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

GP da Hungria: testemunha ocular

Hungaroring foi testemunha de um massacre que há muito não se via. Talvez desde 1992, com a Williams "de outro mundo" que Senna tanto admirava e com a qual o "Leão" Nigel Mansell levou seu único título mundial.

No GP da Alemanha de 2009, Mark Webber teve uma largada ruim e perdeu a posição para Rubens Barrichello. Na briga até a primeira curva com Rubens, o australiano foi desleixado, jogou o carro em cima da Brawn e acabou punido com um drive-through.

Mesmo com a punição, Webber ainda foi rápido o suficiente para fechar em cima de Rubinho, destruir a estratégia de três paradas do brasileiro e vencer a folgados nove segundos de Vettel e 15 de Felipe Massa, o primeiro piloto de outra equipe que não a Red Bull.

Esta dominância foi amplificada este ano. No GP da Hungria, a RBR alcançou o maior domínio em uma corrida até agora. Para se ter uma ideia da disparidade, em 2009 algumas corridas tinham os 10 primeiros separados por no máximo sete décimos de segundo.

Em Hungaroring, pista que só não é menor que Monte Carlo, Interlagos e Montreal, a pole de Vettel era astronômicos três segundos mais rápida do que o 10º colocado, Nico Hulkenberg. Essa diferença de performance em um esporte altamente competitivo como a F1 é considerada estapafúrdia. Não à toa, os adversários estão de olho no carro dos rubrotaurinos desde o início do ano para saber se há algo de errado com ele

É bom lembrar que o fato de uma pista ser pequena relativiza a distância entre os competidores. Quanto menor a pista, menor será a distância nominal entre um e outro.

Em outras palavras, uma distância de dois segundos na Bélgica (uma pista longa) seria o mesmo que um segundo em Interlagos (uma pista curta). Então, a distância de três segundos de Vettel sobre Hulkenberg seria de mais de cinco segundos numa pista longa como Spa-Francorchamps. Sim, mais de CINCO segundos para o DÉCIMO colocado.

Mas mais do que isso, como provado ano passado e em outros anos, o verdadeiro campeão é aquele que, ao ter à sua disposição o melhor carro, amplia sua vantagem para os outros de forma exponencial. Ao contrário de Vettel, Webber, quando dominou, o fez de tal forma que a concorrência foi esmagada, atrofiada, desfigurada.

Existe um certo desânimo das outras equipes de ver a RBR tão rápida, mas é bonito de se ver uma equipe sendo elevada ao topo por um piloto que, se não é consistente, é destruidor no seu dia de rei. Mark Webber não tem quatro vitórias à toa e teria tido uma quinta na Turquia caso Vettel não tivesse jogado tudo para as cucuias.

O campeonato continua apertado por questão de detalhes, mas a verdade é que Mark Webber merece mais do que nunca levantar o troféu ao fim do ano e entrar para o panteão dos grandes. Sua união com a Red Bull finalmente lhe renderá os frutos que, talvez, nem ele acreditasse que um dia colheria.