quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Hipania Racing Team: há luz no fim do túnel?

Os testes de pré-temporada para o campeonato de 2011 já estão adiantados e muitas equipes estão bem seguras de onde estão e para onde querem e devem ir neste ano, mas a HRT parece estagnada, tão estagnada quanto no ano passado.

Além disso, pouco se falou da equipe nas últimas semanas, visto que a performance das grandes, o acidente de Kubica e agora o cancelamento do GP do Bahrein tomaram conta do noticiário da F1.

A única novidade do time foi a contratação do indiano Narain Karthikeyan e os testes com o escurraçado Vitantonio Liuzzi. Fora isso, o carro, cujo visual 2011 foi apresentado há alguns dias, é exatamente o mesmo que foi apresentado lá em 2010 com Bruno Senna e Karun Chandhok ao volante.

Nada mudou. Apenas os retrovisores, para adaptar o carro ao regulamento atual. Fora isso, o carro é o mesmo. Não se pode dizer que a HRT não está tirando proveito dos testes, pois tem uma boa referência com o carro do ano passado em relação aos pneus Pirelli.

Ainda em janeiro, Karthikeyan adiantou que a HRT só apresentaria seu bólido versão 2011 no último teste, o que já é um enorme ganho em relação a 2010, quando nem testar conseguiu.

Atitude ousada

Kolles: muita confiança e uma ponta de arrogância

Colin Kolles tem uma visão bastante confiante de sua contribuição à equipe. Ano passado, o chefe da HRT explicou que o segundo carro seria construído pela própria equipe, ao contrário do primeiro, quando a Dallara forneceu o chassi e depois abandonou o barco.


A ideia de Kolles é fazer da HRT uma Force India. Em vez de cinco anos para alcançar o pelotão do meio, quer levar a HRT em três. "Eu não tenho como estar na F1 sozinho, então crio valor para outras pessoas. Fiz isso com a Midland, com a Spyker e outras. As equipes sempre foram vendidas por mais grana porque elas se desenvolveram".

Kolles, se considera mais que um chefe de equipe. O romeno se coloca como um otimizador de resultados. "As pessoas sabem que eu sou o único que consegue fazer isso. Não digo isso de uma forma arrogante, mas simplesmente porque ninguém tem a infraestrutura e o know-how", disse na época.

Ora, para a F1, é excelente que a HRT se desenvolva a olhos vistos, mas até agora Colles não fez nada que indicasse um possível salto no desenvolvimento do carro, menos ainda por causa das rusgas que criou com Chandhok e Senna durante o ano de 2010.

A questão é que agora, com o cancelamento do GP do Bahrein, a HRT terá duas semanas extras para trabalhar seu carro e tentar entregar um bólido que seja competitivo.

Projeto de grife

A HRT versão 2011 é totalmente nova e não tem nenhum elemento do carro de 2010 a não ser o motor Cosworth. Toda a geometria em volta do motor Cosworth será exatamente igual à da Williams, já que a HRT está usando a caixa de câmbio da equipe inglesa.

O projeto de Geoff Willis, que trabalhou na Williams, na BAR e na Red Bull, deixou Colles mais do que confiante para 2011. "Há pessoas experientes trabalhando no carro, que não parece tão ruim; se parece com um carro moderno de F1. Vamos ver onde estamos - não posso dizer no momento. Acho que teremos uma performance melhor que no ano passado."

Isso pra não falar na contratação do premiado designer Daniel Simon, que bolou a identidade visual do carro de 2011 que, no fim das contas, não pareceu tão bacana como poderia ter sido... mas certamente é melhor que o de 2010.

HRT F111: um visual interessante, mas o que importa é a velocidade

Colles diz ainda que, se seu prognóstico estiver certo, a HRT F111 dará um salto espetacular de rendimento de uma equipe que mal tem dinheiro para contratar um segundo piloto.


"Acho que se tivermos o tempo e se o nosso programa estiver no lugar, Lotus não será um problema. Nem a Virgin. Porque eu confio nas pessoas que temos e também em sua qualidade. Não tenho medo nenhum...", explicou o chefe da equipe ao Autosport.

São muitos "ses" na frase de Colles, muitas promessas e muitas expectativas. Fica a esperança de que tudo isso se concretizará em um carro charmoso e principalmente rápido.

Vídeo da semana

Um divertido comercial em que a Vodafone divulga os benefícios de se conseguir ingressos para os principais shows da Inglaterra com até 48 horas antecedência...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

GP do Bahrein: quem ganhe e quem perde com a confusão

O autor deste blog foi convidado e aceitou de bom grado a tarefa de tecer palavras sobre a F1 no novíssimo site Podium GP, nobre iniciativa de alguns colegas da blogosfera da velocidade.

A primeira contribuição já está no ar, discorrendo sobre as vantagens e desvantagens do cancelamento do GP do Bahrein para algumas pessoas e equipes. Visite, leia, comente... volte sempre, enfim.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vídeo da semana

Uma pequena amostra de porque pilotos não podem ficar longe das pistas, seja ela qual for.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Robert Kubica: três considerações

Kubica: a ironia da foto não pode ser desconsiderada

Praticamente uma semana depois do acidente do polonês mais rápido da Europa, as discussões se desdobraram em vários outros subassuntos relacionados direta ou indiretamente à Kubica, à F1 e ao rally em geral.

O Splash-and-go faz agora breves comentários sobre três desses assuntos. Você, leitor, também pode contribuir na seção de comentários.

1 - Sobre pilotos de F1 se aventurarem em atividades de alto risco

Pilotos gostam de velocidade. E dentro de qualquer atividade que se relacione à velocidade, existe o risco advindo da possibilidade de falha humana ou falha mecânica (intra ou extra carro) que pode causar sérias consquencias, dentre elas a morte.

Pilotos que praticam esportes perigosos fora daquele que o tornou famoso estão praticando um tipo de auto-indulgência que vai muito além do que o ser humano comum pode compreender. Todas as pessoas têm lá seus momentos de auto-indulgência, mas essas atividades podem ser premiadas com a morte no caso de certos indivíduos.

Dentro dessa realidade, causa espanto a velocidade com que certos fãs correram para crucificar Kubica por seu acidente. Eles esquecem que Kubica é, antes de mais nada, uma pessoa normal como qualquer outra. Mas essa semelhança vai só até um determinado ponto.

Kubica é um dos raros afortunados nessa Terra dos homens que conseguiu ser pleno em uma atividade. Mas não só isso. Ele é pleno e tem a benção de poder praticá-la todos os dias de sua vida, coisa que muitos dos reles mortais jamais se darão o prazer de fazer.

As pessoas veem em Kubica um exemplo, um modelo, e pensar na vida mundana de ir ao trabalho e voltar para casa sem ver o astro correr no domingo é impensável para muitos. Mas Kubica não está nem aí para isso. Ele vive a vida dele e é isso que importa. Quem quiser se identificar, que se identifique. Se não, que vá plantar batatas na Cracóvia.

É por isso que Kubica deveria ser admirado incondicionalmente pelo que fez e faz. Porque ele é autêntico e não segue regras predeterminadas e nem fica se martirizando por estar na posição que está. Ele usa dessa condição de astro para ser feliz fazendo o que gosta. Se alguém não consegue entender isso, é porque está longe de saborear o que de bom a vida pode oferecer.

Se esse for o seu caso, corra para o psicólogo, faça alguns meses de análise e comece a se ocupar do que importa para você e sua felicidade, e não se preocupe com a felicidade e os infortúnios dos outros. Inspire-se e viva.

2 - Sobre a (falta de) segurança no rally

No rally, o controle sobre a segurança é deveras limitado

Francamente, discutir segurança no rally não é igual discutir segurança na F1. F1 é praticamente um balão de ensaio. A categoria esportiva mais cara do planeta tem um investimento em segurança diretamente proporcional a esse poderio financeiro. Se ainda é falha ou não, isso não importa. A segurança aumenta todo dia a olhos vistos.

Tudo é controlado na F1. Os novos autódromos são desenhados milimetricamente para que o piloto tenha o maior número de elementos possível que o separe da parede mais próxima.

Lembra do Tilke? Pois é, seus autódromos são chatos? Provavelmente são, mas também são os mais seguros do calendário. Não é à toa que grandes pistas já sumiram da temporada (Ímola lembra alguma coisa?) e outras tendem a sumir se não se adaptarem.

São áreas de escape, chicanes, brita, areia, asfalto mais aderente, zebras menos altas, muros reforçados e protegidos com pneus e mais pneus... a lista é infinita, para não falar dos itens dentro do cockpit.

O rally, embora forte no mundo da velocidae, está longe de ter a mesma preocupação, porque tem bem menos espectadores e, por conseguinte, menos dinheiro. Mas não é só isso.

As pistas são em locais irregulares, uma nunca é igual a outra e muitas vezes os pilotos mal sabem onde e como será a próxima etapa. Eles confiam cegamente em seu escudeiro, o copiloto.

Basta assistir ao vídeo abaixo de Kubica no 34° Rally 1000 Miglia... é possível controlar algum dos elementos fora do carro?



Não.

E mesmo que o guard-rail que empalou seu carro tivesse sido mal instalado, isso não depõe em nada contra a organização de um rally, qualquer que seja. É o chamado freak accident, quando todas as improbabilidades se unem por uma fração de segundo e algo catastrófico acontece. É só estudar a morte de Senna para concluir isso...

O rally é uma caixinha de boas e más surpresas

Resumo da ópera? A segurança no rally não tem nada a ver com o acidente de Kubica. Muitos vão bater nessa tecla a partir de agora e certamente a segurança na categoria VAI aumentar, mas não vai impedir que acidentes como esse se repitam a cada vez que os planetas do Sistema Solar se alinharem de um determinado jeito em uma determinada hora...

3 - Sobre a substituição de Kubica

Já foi falado neste blog mais de uma vez (aqui e aqui) sobre a maldição que recai sobre o primeiro-sobrinho, Bruno Senna Lalli. Ora, o blog Bandeira Verde postou um brilhante retrospecto da carreira do rapaz que ajuda a ter uma visão mais realista sobre quem é o piloto profissional Bruno Senna... porque da celebridade global, todo mundo já cansou.

Tudo indica que os testes darão a vaga a Nick Heidfeld, um morto-vivo, mais morto do que vivo, que continua rondando o paddock sempre em busca de uma chance... E não é como se o Splash-and-go não gostasse do alemão barbudo...

Pelo contrário, é um excelente piloto e, do ponto de vista do pragmatismo, merece a vaga de fato e de direito. Afinal, bateu Kubica por dois anos em três dos que foram companheiros, e isso não é pouca coisa.

Mas nada tira a sensação de que Bruno não foi talhado para a F1. Se não pelo talento (ou falta dele), por uma maldição... É a segunda vez que Senna tem a chance de entrar na F1 chutando a porta... e pela segunda vez ele deve perder a parada para um velho aposentado.

Primeiro em 2008 na Honda, que acabou sendo comprada por Ross Brawn que recrutou Rubens Barrichello, mesmo elogiando Senna. Agora com a Renault, que vai de novo chutar seu traseiro com vistas a um piloto experiente e rodado...

Os anos longe do automobilismo estão custando muito caro a Bruno, porque caso tivesse seguido a carreira normalmente, teria muito provavelmente chegado na F1 mais cedo e, por agora, teria aí pelo menos três anos de experiência em equipes menores e seria uma opção mais séria para Eric Boullier e a cúpula da equipe...

Com o perdão do trocadilho, essa "cena" não se repetirá em 2011

Mas não foi isso que aconteceu e, a não ser que Bruno encarne seu tio nesse fim de semana em Jerez de la Frontera, provavelmente é a última vez que ele terá uma chance real de pilotar um carro competitivo na F1. E o Brasil mais uma vez estará torcendo por Felipe Massa e... Rubens Barrichello.

Vídeo da semana

Um vídeo comparando a velocidade entre carros da FIA GT e os carros da F1.

Guardadas as diferenças de posicionamento de câmera e também a característica da objetiva de cada câmera, dá pra der uma boa ideia do que é fazer a Eau Rouge pé embaixo...

Linda comparação!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vídeo da semana

F1 em HD? Este blog aprova.