segunda-feira, 31 de maio de 2010

GP da Turquia: loucura, loucura, loucura...

A simpatia deste blog por Mark Webber quintuplicou após a corrida em Istambul. Graças a uma manobra cabeçuda de Vettel, que já se especializou em jogar tudo fora tanto quando está na frente como quando larga atrás.

Mark Webber nunca impressionou ninguém, mas a terceira pole seguida e a vitória garantida (até o menino alemão começar a fazer birra) agora realmente coloca o australiano a caminho do título mundial da F1 em 2010.

Guardadas as proporções, o que Webber faz hoje é o que Button fez em 2009, mas a diferença é que a Red Bull é muito melhor, mas até então muito mais propensa a quebras que a super confiável Brawn GP.

Não há o que discutir. Independentemente das “ordens de equipe” que, aliás, quase causaram um estrago também na corrida da McLaren, o fato é que Vettel errou, perdeu a cabeça, quis passar onde não dava e, o pior, subestimou Webber.

E é por causa disso que agora o Splash-and-go espera e torce para que Mark Webber trucide Vettel a partir de agora em todas as classificações e corridas que estão por vir. É necessário que o menino aprenda com o homem.

É claro que Vettel levou uma bordoada da assessoria de imprensa logo após a corrida, mas a forma como Horner, Newey e cia. ficaram dando beijinhos e abraços em Vettel após a prova diz muito sobre seu status dentro da Red Bull.

Foi dito inclusive que Horner e Helmut Marko, braço direito do dono da gigante austríaca, Dietrich Mateschitz, afirmaram categoricamente que a responsabilidade era de Webber. É o início do fim da harmonia à equipe que dá asas à tudo.

Segundo Marko, “Ele [Vettel] já estava na frente, pelo menos dois metros na frente, e havia uma curva à esquerda se aproximando, então ele precisava fazer a tomada. Ele não pode frear na sujeira porque com certeza ele sabe o que acontece”.

Marko disse ainda que Mateschitz não estava “feliz” com o que aconteceu. Bom, é de se esperar que não, mas se continuar assim, a Red Bull dará asas aos títulos certos, que irão repousar faceiros no colo da McLaren, com Button (a preferência deste blog) ou Hamilton.

Incrível...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vídeo da semana

Barrichello e Kubica se divertem na TV.

sábado, 22 de maio de 2010

Como funciona Mark Webber?

Ele pilotou soberbamente na Espanha e em Mônaco, mas algo não parece tão bem no reino australiano de Mark Webber. Dois aspectos depõem contra o piloto da Red Bull e seu incensamento após as vitórias.

O primeiro aspecto

Em 2009, a Red Bull se tornou rapidamente o carro a ser batido na temporada. Fora duas vitórias suadas de Barrichello em uma Brawn que já não era mais o melhor carro, a redentora vitória de Raikkonen em Spa e as duas grandes pilotagens de Hamilton (incluindo uma vitória acachapante na Hungria), a Red Bull venceu seis corridas no ano, cinco do meio do campeonato para frente, sendo que duas foram com Webber e três com Vettel.

Em um carro como esse, Webber deveria ter feito mais do que fez. Ele não se tornou melhor piloto esse ano em relação ao ano passado. Com o RB5, ficou atrás de Barrichello no campeonato enquanto Vettel só perdeu o título por detalhes, mas nunca por falta de velocidade no bólido da RBR. Em linhas gerais, o campeonato de Webber foi tremendamente inconsistente e o piloto pouco fez quando largava do meio do pilotão, descapitalizando para a Red Bull em momentos importantes.

O segundo aspecto

Em 2010, Webber sobrou em suas vitórias. Até demais. E em 2009 também, quando venceu na Alemanha e no Brasil. Em Interlagos, perdeu a pole porque Rubinho quis dar show para a torcida, mas uma vez que pegou a liderança após a primeira parada, venceu confortavelmente adiante de Kubica e Hamilton. Na Alemanha, nem um stop & go impediu Webber de destruir Rubens Barrichello e a Brawn GP.

Nos GPs da Espanha e de Mônaco, não deu outra. Com um carro por vezes mais de um segundo mais rápido que os das outras equipes, Webber pilotou impecavelmente, destruiu a concorrência, não deu chance a ninguém. O diferencial dessas duas provas foi que ele bateu Vettel também com muita facilidade. O alemão parecia longe de sua forma e mesmo em território notadamente seu, a classificação, Vettel foi trucidado por Webber.

A conclusão

Um detalhe une as quatro vitórias de Webber: um carro MUITO mais veloz que os outros, inclusive do seu companheiro de equipe. Tanto é que a Red Bull afirmou que Vettel correu com um chassi avariado nas duas corridas em que Webber levou o troféu. Se é verdade ou não, não dá pra saber, mas é um comunicado oficial do time.

Como avaliar corretamente um piloto que só vence em um carro distintamente melhor? Quando a concorrência não assusta, não reage, não faz cócegas? Ano passado Button se deu mal em corridas em que a Brawn não esteve bem, ao contrário de Barrichello, mas este ano o atual campeão mundial se redimiu com excelentes pilotagens e decisões acertadas saindo do meio do pelotão nem sempre com o carro mais rápido.

Já Webber parece realmente funcionar apenas com um carro perfeito, tipo a Williams de outro mundo de 1992. Dê ao australiano a perfeição e ele responde a contento. Dê a ele um pé-de-boi e ele retoma suas origens de piloto medíocre com pouquíssimos bons resultados em carros medianos.

Aos 33 anos o australiano tem a chance de mostrar em 2010 que pode quebrar os paradigmas e se tornar um piloto consistente e, claro, por que não, campeão do mundo, inaugurando a prateleira da Red Bull de campeonato de pilotos.

Acontece que, até agora, em seis corridas, embora líder do campeonato, Webber não demonstrou que consegue manter seu nível de excelência do meio do pilotão para trás.

Tudo vai depender então de quantas vezes a RBR e Adrian Newey vão conseguir colocá-lo na primeira fila. Se McLaren ou Ferrari quebrarem esse protocolo nas próximas provas, é provável que Vettel continue sendo a estrela inconteste da equipe, o cara que destroi o companheiro, enfim, o primeiro piloto.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vídeo da semana

Clique para ampliar

Ainda no ritmo do GP de Mônaco, um vídeo interessantíssimo, muito bonito e curioso de Patrick Depailler pilotando o bizarro P34 da Tyrrell nas ruas do principado.


Repare na estranha posição da câmera onboard, nas imagens de Mônaco há mais de 30 anos e também no fato de o carro estar sem a carenagem (na foto acima, toda a parte branca do carro), expondo o corpo do piloto praticamente inteiro.

É possível ver o trabalho de mudança de marchas e também o footwork de Depailler no acelerador, embreagem e freio. Um vídeo para se valorizar a arte de se pilotar nas ruas de Monte Carlo em alta velocidade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

GP de Mônaco: Barrichello e o volante

No exterior, foi e está sendo muito mais falado que no Brasil o episódio em que Barrichello simplesmente joga seu volante para fora do carro após o forte acidente que teve na subida da Beau Rivage entrando na Massanet, em Mônaco.

A opinião quase unânime é de que o brasileiro tinha de ser punido. Nada justifica atirar o volante para fora do cockpit e em acidentes muito mais graves e traumatizantes, pilotos calmamente colocaram de volta seus volantes, conforme reza a regra.

O artigo 30.5 do regulamento diz que "O piloto que abandona o carro deve deixá-lo em ponto morto ou desengatado, com o KERS desativado e o volante colocado no lugar". Barrichello claramente não fez isso, conforme pode ser visto no vídeo abaixo.



No Twitter, Rubens disse que jogou o volante porque queria sair rápido do carro, mas conhecendo o temperamento do piloto e também sua atitude, o que se percebe é um piloto frustrado e com raiva do que acabou de acontecer, talvez um pouco desorientado pelo forte impacto em duas partes da pista, e que simplesmente joga longe o volante, que é inclusive interceptado pela Hispania de Karun Chandhok e de Bruno Senna mais adiante.

Fora as óbvias consequencias de um objeto desses sob o assoalho de um carro de F1 a menos de cinco centímetros do chão, o fato é que Rubens fez o que fez sim por raiva e frustração. Se não, observe esse vídeo de uma batida entre ele e Mark Blundell em 1995.



Da mesmíssima forma, Rubens desta feita nem joga o volante, mas o isola num claro ato de frustração, sem nenhum impacto aparente do carro em nada sólido ou mesmo uma situação iminente de perigo. Se se analisar com base nos precendentes, Barrichello é culpado do mesmo jeito.

A punição em si é irrelevante, pois mesmo que haja uma multa, o próprio volante já custa mais de 30 mil dólares e, incrivelmente, segundo Chandhok no Twitter, está funcionando normalmente, se não com alguns arranhões e botões arrancados.

Mas o ato de punir neste caso teria de ser levado a cabo, pois regras são regras e precedentes são sempre perigosos para a idoneidade do esporte.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

GP de Mônaco: o franco-atirador

Se você acompanha o Splash-and-go, sabe que este escriba não simpatiza e nunca simpatizou com o polonês Robert Kubica. Se não por seus resultados até 2009 pouco consistentes, pelo simples fato de "Quick" Nick Heidfeld, muito menos badalado, ter batido o polaco em dois dos três anos que correram juntos na BMW, fato este que derruba o frenesi que se causou em cima de Kubica.

Becken Lima aliás fez em seu F1 Around um bom apanhado da disputa entre os dois nesses três anos e apontou de forma clara e inequívoca a derrota do polonês. Além disso, embora Heidfeld nunca tenha vencido, não fosse uma série de desventuras dos primeiros colocados, Kubica também não teria tido sua almejada primeira vitória em Montreal em 2008.

Essa introdução serve apenas para demonstrar que é possível ter uma visão e depois mudá-la. Ser levado pelos fatos a trocar de lado, a rever sua posição e admitir que estava errado. Kubica este ano está simplesmente fora de série. O autor deste blog está quieto no seu canto saboreando uma amarga "humble pie", algo como as "sandálias da humildade" dos britânicos.

Neste post, o Splash-and-go cravou que Kubica nada faria de diferente pela Renault e recíproca seria verdadeira. Mas hoje é justo dizer que, embora provável, tal situação está se mostrando irreal. A Renault tem feito um trabalho incrível e, não fosse Petrov no segundo assento desperdiçando pontos, é provável que estivesse até à frente de Mercedes e McLaren no campeonato de construtores.

Isso não é pouco para uma equipe que, após o campeonato de 2006, se tornou medíocre, mesmo nas mãos do grande Fernando Alonso. Para completar, o escândalo de Cingapura e as péssimas performances de Piquet Jr e Grosjean não ajudaram a levantar o nome da gigante francesa.

Mais eis que surge Robert Kubica com uma performance sensacional, uma tenacidade de campeão, uma motivação de estreante. "Mas Mônaco é uma pista diferenciada. Uma exceção à regra", dirão alguns. É, mas basta uma rápida olhada na tabela de pontos para ver que o polonês está "on fire".

Com 59 pontos, empatado com Hamilton, mas à frente do inglês por conta de critérios de desempate, a dois pontos de Felipe Massa, dois pódios e um quase terceiro lugar na Malásia, Kubica ocupa o sexto lugar na tabela, mas a uma distância curta de Jenson Button, quarto lugar, com 70 pontos.


É razoável dizer que Kubica perdeu o segundo lugar em Mônaco na largada. Preocupado que estava em bloquear Vettel, quase perdeu a posição para Massa, mas conseguiu se manter em terceiro. Foi nítida a falta de grip de Kubica, pois Vettel e Webber largaram na mesma toada e melhor.

Foi uma pena porque depois da largada, Kubica se manteve firme atrás do alemão enquanto Webber sumia à frente. Vettel parecia de fato não estar na sua melhor forma, mas mesmo assim, ele pilotava a mesmíssima Red Bull de Webber que com certeza é um carro bem melhor que o R30 de Kubica.

A Mercedes era considerada a quarta força do campeonato,
mas Kubica está estragando a festa das flechas prateadas


Neste momento, o melhor para o campeonato é assistir à ascensão de Robert Kubica, se colocando firmemente entre as duas McLaren de Hamilton e Button, separando também as duas Ferrari de Massa e Alonso e, o melhor, deixando o chassi W01 de Schumacher e Rosberg para trás.


O GP da Turquia muito provavelmente voltará a ser dominado pelas Red Bull, mas será interessante continuar especulando qual dos times do G4 Kubica vai "partir" ao meio. Não tem nada mais interessante que um franco-atirador com claras chances de título para o campeonato pegar fogo.

Que o diga Kimi Raikkonen em 2007.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Wallpaper, NOW!

Sem dúvida, um dos carros mais bonitos da F1 em muitos e muitos anos.

Clique para ampliar (bastante)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Vídeo da semana

Mônaco é demais, realmente. Um local maravilhoso, inspirador. Até quando se joga games de F1 a pista é mais legal de se correr do que em outras.

Para esquentar os motores, aí vai uma sequência de imagens incríveis e maravilhosas do pitlane da prova de 1996, com direito à Jordan dourada de Rubens Barrichello.

MARAVILHOSO!!!

terça-feira, 11 de maio de 2010

GP da Espanha: Mercedes se complica

O melhor motor da F1 em 2009, os propulsores da Mercedes agora dão o torque necessário às suas próprias flechas de prata, motivo de grande alegria para os fãs do automobilismo que sentiam falta da equipe da estrela de três pontas na categoria.

Em 2010, Rosberg fez até a quarta corrida o que dele se esperava. Conseguiu pontuar em todas, beliscou um pódio e não fez a Mercedes passar vergonha. Isso tudo além de bater consistentemente seu estelar companheiro Michael Schumacher.

Já Schumacher fez apenas 10% dos pontos disponíveis e simplesmente esteve irreconhecível. A F1 se arrepiou ao ver o heptacampeão tomando 'X' da Virgin de Timo Glock e levando banho de Jamie Alguersuari na Toro Rosso.

Na quinta corrida, no entanto, tudo se inverteu, entre Schumi e Nico, e se complicou para a equipe. Schumacher fez uma corrida decente, constante e bastante decidida. Pela primeira vez bateu Rosberg e por uma boa margem tanto nos treinos quanto na prova.

Entretanto, para desespero dos fãs da Mercedes, Rosberg teve uma prova para esquecer. Ele não fazia (ou sofria) tanta lambança assim desde o GP de Cingapura do ano passado, quando jogou fora um pódio certo pela Williams.

O carro da Mercedes foi todo modificado para Schumacher e Rosberg se deu mal. Coincidência? Talvez não, mas Ross Brawn disse que fundamentalmente os mesmos elementos que fazem Schumacher pilotar bem fazerm Rosberg pilotar bem, então uma mudança no chassi W01 não implicaria imediatamente em um aumento de rendimento de Michael e uma queda de performance de Nico.

Mas seria isso uma verdade ou apenas um elemento para desviar a atenção da mudança de direção do time em favor de Schumacher?

Fato é que, após a quinta etapa do campeonato, a Mercedes GP amarga um quarto lugar no campeonato de construtores, mais de 40 pontos atrás da terceira colocada, a toda-poderosa Red Bull Racing.

Para esquentar a disputa, o GP de Mônaco vem aí, e não será bolinho para nenhuma das equipes do G4. Ano passado, a Brawn GP foi maravilhosa e soberana no principado. Conseguirá a Mercedes ao menos honrar a sombra da equipe que lhe deu origem?

sábado, 8 de maio de 2010

Classificação GP da Espanha: continua o calvário de Massa

Era algo meio que aceito entre as rodas de conversa da F1 que Alonso poderia bater Massa durante o ano, mas certamente ninguém esperava a dominância do espanhol sobre o brasileiro nos treinos de classificação, principalmente agora na quinta corrida quando o placar chega a humilhantes 4 a 1 para Fernando.

Felipe Massa sempre foi um piloto muito rápido e suas performances inclusive diante de Kimi Raikkonen mostravam que uma de suas grandes forças são as voltas lançadas em condição de classificação.

A questão agora é: Massa piorou sua performance ou Alonso está realmente colocando o brasileiro em seu lugar? Tanto no Q1 quanto no Q3, Alonso ficou a distantes seis décimos de segundo do brasileiro enquanto no Q2 a diferença caiu um pouco, para apenas três.

Entretanto, essa difereça de seis décimos é a mesma que muitas vezes Alonso impunha sobre Nelson Piquet Jr. quando ainda na Renault. Seria Massa tão lento quanto Piquet? Ou seria Alonso REALMENTE seis décimos mais rápido que qualquer companheiro de equipe? É bom lembrar que Piquet nunca teve uma chance de realmente se mostrar em uma equipe que lhe tratasse como ao menos um piloto decente.

Felipe Massa foi o único piloto desde 1980 a vencer o GP da Espanha sem nunca ter sido campeão mundial. Todos os outros vencedores levaram o caneco em algum ponto, incluindo Michael Schumacher, que tem impressionantes seis vitórias no circuito catalão.

Acontece que na corrida de amanhã Massa estará tão distante da vitória como em qualquer corrida do ano passado, quando a Ferrari era seguramente um péssimo carro. E Fernando Alonso, oito pontos à frente do brasileiro no campeonato, segue nesta etapa para aumentar a distância e também os rumores de que este será o último ano de Felipe na equipe rossa.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vídeo da semana

No fim do GP da Inglaterra de 1975 caiu uma chuva torrencial e a direção da prova só resolveu lançar mão da bandeira vermelha quando três dos quatro carros que ponteavam o certame se amonotoaram em uma curva por não conseguirem se manter na pista. Vários outros carros também bateram no mesmo ponto em uma situação tão perigosa quanto inusitada.

Emerson Fittipaldi trocou os pneus para compostos de chuva e manteve sua McLaren na frente até o momento do cancelamento da prova, vencendo a corrida. José Carlos Pace fechou a dobradinha brasileira, embora tb tenha batido sua Brabham.

Dos 28 carros que começaram a corrida, apenas cinco completaram, incluindo Emmo,, sendo que quatro deles estavam no mínimo uma volta atrás de Fittipaldi.

Simplesmente um clássico!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quer fazer bom jornalismo? Seja parcial

O blog passou em branco no dia 1º de maio, mas ao tomar contato com o texto escrito por Flavio Gomes nove meses após a morte de Ayrton Senna, já em 1995, coube por bem prestar essa homenagem, não ao ídolo, não ao piloto, não ao brasileiro, mas ao jornalismo bem feito, que é algo realmente muito difícil de se conseguir.

Aos futuros jornalistas de plantão e àqueles que se acham no direito de criticar o jornalismo por uma preconcepção jurássica de que o profissional da notícia não pode se envolver com o fato, com a fonte, com nada, este texto é uma aula de muitas coisas. Entre elas, principalmente, a postura de um ser humano em relação a algo que o afeta diretamente.

A notícia só é totalmente compreendida quando se demonstra de forma clara e inequívoca a consequência dela sobre a vida de uma, duas ou várias pessoas, uma comunidade, uma cidade, às vezes um país inteiro. Foi o que Flavio Gomes fez, de forma catártica, e compartilhou com quem quisesse conhecer, os bastidores de uma das notícias mais impactantes que o Brasil já recebeu: a morte de Senna.

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Imola, 1994

Há nove meses ensaio a abertura deste texto. Por uma série de circunstâncias eu, o enviado especial do maior jornal do país que estava lá, em Imola, naquele dia, nunca escrevi sobre a morte de Ayrton Senna. De certa forma, sou um privilegiado. Não caí na vala comum. Não elaborei teorias. Não filosofei em público. Fui demitido antes. Estou isento. Ninguém pode me acusar de omissão.

'È morto', assim imaginei a primeira frase. Abrir com aspas, desde que seja uma declaração forte, importante, decisiva. É o que ensinam alguns manuais de redação.

'È morto.' Estávamos parados na fila do pedágio, na entrada de Bolonha, no carro que eu aluguei. Um Fiat Punto vinho metálico, sem rádio. Eu dirigia. Ao meu lado, Mario Andrada e Silva, do Jornal do Brasil. Meu 'partner', o cara que começou no jornalismo comigo, na Folha, em 88. Eu editor-assistente, ele um ex-economista que resolveu virar jornalista, o sujeito que mais conhece Fórmula 1 no Brasil. Foi meu repórter, eu editor, depois trocamos as funções, mais adiante viramos concorrentes.

'È morto.' Sem rádio no carro, eu e o Mario vivíamos momentos de uma agonia indescritível. Saímos de Imola logo depois da corrida, direto para o Hospital Maggiore de Bolonha. No meio de um congestionamento monstruoso, a falta de notícias dava nos nervos. Sabíamos que ele ia morrer, arriscávamos até que já estava morto quando entrou naquele helicóptero. Mario dormiu no caminho. Era seu jeito de enfrentar a tensão. Eu, agitado, procurava algum jeito de fugir daquele mar de carros. Não dava.

No pedágio, pedi a ele que perguntasse ao carinha do carro ao lado se havia alguma notícia sobre Senna. 'È morto', respondeu o rapaz. Eram quase sete da noite. Comecei a tremer. Enquanto pegava as moedas no console, repetia 'puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu'.

É horrível admitir que minha primeira reação tinha a ver com o que me esperava nas próximas horas. De uma maneira ridícula, esqueci qualquer tipo de sentimento para me envolver com a cobertura. Não me venham com o papo furado de que fiz o que qualquer bom jornalista teria que fazer. É balela. Preferia ter chorado. Puta que pariu, puta que pariu. A gente não sabia onde ficava o Maggiore. Seguimos as placas e achamos. Descemos do carro correndo, como se fosse possível registrar os últimos suspiros do Ayrton, como se ele estivesse nos esperando para morrer.

Não gosto de lembrar, e provavelmente vou rechear estas linhas de clichês, coisas como 'parece que foi ontem'. Mas parece mesmo. É indiscutível que essa foi a cobertura da minha vida, que jamais vou passar por coisa parecida. Por isso é natural lembrar de tantos detalhes com tamanha precisão. Fiz questão de guardá-los. Senti que poderia ser a última corrida da minha vida. Era preciso preservá-la.

Imola, sábado à noite. Saio do autódromo com uma sensação esquisita. Nunca tinha visto ninguém morrer ao vivo, perto de mim. Dou carona a uma jornalista alemã, Karen, que estava hospedada num hotel ao lado do nosso, em Riolo Terme -uma cidadezinha a 15 km do circuito. Ela chorava feito doida. Ratzenberger era seu amigo. Karen se envolvia demais com os pilotos. No caminho, exercitando um desconhecido inglês sentimental, tentava estancar aquela choradeira com as bobagens de sempre: acontece, esse negócio é perigoso, a Fórmula 1 precisa rever seus conceitos, calma, a gente tá vivo ainda, porra.

Não saímos para jantar. Estávamos no quarto eu, Mario e o Marcelo D'Angelo, da Rádio Eldorado. No mesmo andar, Lemyr Martins e Alex Ruffo, da Quatro Rodas. Cansados, fomos direto para a cama. O fim-de-semana vinha sendo desgastante. Na sexta, o acidente de Rubinho. Para piorar, um furgão da Williams atropelou a mala onde eu levava meu computador, na saída do autódromo. Foi uma aventura fazê-lo funcionar à noite. No sábado, morre um cara. Chega. Acaba logo antes que piore.

Como sempre, eu, Mario e Marcelo acordamos tarde no domingo. Um capuccino urgente e pista.

Duas horas antes da largada, cada um em seu posto. Os dois na cabine da Eldorado. Eu, na da Jovem Pan, onde era comentarista. Em Imola, as cabines de rádio ficam em containers sobre o terraço do edifício dos boxes. No andar logo abaixo fica a sala de imprensa. É muito ruim para transmitir. Locutores e cometaristas só têm à disposição dois monitores: um com as imagens da TV e outro com os tempos. O ar-condicionado não funciona direito e não há janelas.

Logo na largada, uma batida feia de Pedro Lamy em J.J. Lehto. Um sinal, talvez. Quando Ayrton bateu, berrei 'Senna!' no microfone. Apesar dos precedentes, não era para morrer. Caramba, o cara mexeu a cabeça! Não, não ia morrer. Mas percebi que havia algo de errado quando os comissários de pista chegaram ao carro e se mantiveram à distância. A partir daquele momento, a correria atrás de informações era frenética. Eram 9h13 quando Senna bateu na Tamburello. Subi e desci as escadas atrás de notícias uma dezena de vezes. Na segunda, terceira, sei lá, passei pela cabine da Globo. Galvão Bueno me perguntou se eu sabia de alguma coisa. Idiota, respondi que a corrida iria recomeçar, como se aquela fosse a informação mais importante do momento. 'Eu quero saber se ele está vivo, porra!', me disse o Galvão. Foi até gentil demais.

Soube que Ayrton estava morto ainda no autódromo, pelas informações que chegavam de Bolonha. Tivera paradas respiratórias e morte cerebral. A corrida não tinha terminado, e relutei em matar Senna antes da hora, no ar. No corre-corre, entre a cabine e a sala de imprensa, liguei para a redação do jornal. Não havia ninguém. Só consegui falar com meu editor por volta das 11h, horário de Brasília, no final do GP. 'Pode se preparar para o pior', disse. 'O cara morreu.' Ouvi, do outro lado da linha, que iríamos fazer um caderno de oito páginas. Ok, ok, estou indo para o hospital.

'È morto.' Quando entrei no saguão do Maggiore, a primeira pessoa que vi foi o Luiz Roberto, da Rádio Globo/CBN, de São Paulo. Com um celular, me colocou no ar, ao vivo. Não sabia direito o que dizer. Fazia meia hora que Senna tinha morrido e eu ainda não tinha me dado conta do tamanho da notícia. Procurei ser sensato. Disse que estava chocado e que o Brasil perdera um grande esportista. Muito original. A cabeça estava em outra. Quem ouviu a Adriane? E a família? E a Xuxa? E o presidente? Pela primeira vez, em oito anos de Folha, sentia que a edição fugia do meu controle. Maldito vício, esse de repórter que já foi editor querer editar tudo à distância. À minha esquerda, Nílson César, o locutor da Pan, me chama para uma entrada ao vivo também pelo telefone. No aparelho ao lado, Cândido Garcia, da Bandeirantes, faz o mesmo. Ameaço chorar quando ele se refere ao Mario, 'seu grande amigo', que disse não sei o quê. Naquele momento, naquele exato momento, caí na real. Percebi que uma fase da minha vida, das nossas vidas, tinha chegado ao fim. 'Meu grande amigo' Mario. Será que voltaríamos a nos ver uma vez a cada 15 dias, cada vez num país diferente, eu filando seu Marlboro Menthol Lights, ele usando meu shampoo?

É gozado esse egoísmo que tomou conta de mim. Pensava na minha vida, na minha carreira, na família que a gente formava e que nunca mais seria a mesma. Fim, fim. Não chorei e fiz um discurso indignado, algo do tipo 'meu jornal me manda aqui para cobrir um evento esportivo e eu sou obrigado a relatar uma carnificina'. Cara, quanta bobagem.

Ficamos no hospital até as 21h30, quando, no 12º andar, vi uma maca passar à minha frente, com um corpo coberto por um lençol. Subi num banco para poder enxergar melhor. Abracei o Galvão. Abracei a Betise, assessora de imprensa do Senna. Não derramei uma lágrima. Precisava falar com o jornal, urgente.

Não havia mais nada a fazer no Maggiore. Tinha a hora da morte, 18h42, o comunicado da médica-chefe do Centro de Reanimação do hospital, vi as pessoas chorando no saguão, sabia o que tinha acontecido com Senna. Voltamos para o autódromo. Era hora de escrever. Jamais havia imaginado que um dia escreveria sobre a morte daquele sujeito. Antes, liguei para o jornal. 'Temos isso, temos aquilo, temos fulano?', falava, sem parar. Meu editor tentou me tranquilizar. 'Se precisar, a gente faz tudo daqui.' E reiterou: 'Nada de emoção nos textos'. Fiquei puto. Como, a gente faz tudo daqui? Claro que vou escrever sem emoção! Mas quero um espaço para um texto em primeira pessoa. Vamos ver, vamos ver. Quando cheguei de volta a Imola, me informaram que não precisava de texto na primeira pessoa.

Havia poucas pessoas na sala de imprensa. Eu, Mario, Celso Itiberê, de O Globo, a Karen desesperada, alguns ingleses e japoneses. Poucos italianos, já que era 1º de maio e a maioria dos jornais não circulou no dia seguinte. Liguei meu velho Toshiba T1000 e o 'lead', surpreendentemente, saiu fácil. Tinha usado o ideal no dia anterior: 'A Fórmula 1 matou ontem o austríaco Roland Ratzenberger...' Era bom. Mas decidi escrever o texto mais gelado e despido de emoções da minha vida. Nem precisava. Há certos fatos que falam por si só. Dane-se o que o jornalista pensa. Resolvi usar uma construção inédita do meu repertório: 'O brasileiro Ayrton Senna da Silva'. O brasileiro. Nunca tinha chamado Senna de 'o brasileiro'. 'O brasileiro Ayrton Senna da Silva, piloto profissional de Fórmula 1, morreu ontem...' Ficou legal.

Escrevi rápido. Cinco ou seis matérias. A Williams, a suspensão, o hospital, a pista, essas coisas. Quando terminei de transmitir tudo, me veio uma sensação horrível de trabalho mal-feito. Aquela coisa de não interferir na edição. Cheguei a escrever um recado emocionado aos colegas da redação que ajudaram naquele dia, que tiveram suas folgas cassadas, que colaboraram na elaboração de um produto bom num episódio tão trágico. Meu drama interior era um só: não fiz nada que os outros não tenham feito. E o resultado da edição do dia seguinte dependia muito mais de quem estava em São Paulo do que de mim. Ninguém nunca leu esse recado, que está guardado num disquete em casa ao lado da caneta que eu usei para minhas anotações naquele domingo. Uma caneta que eu achei na sala de imprensa de Aida, com a ponta mordida. Ninguém leu porque o texto não chegou a ser transmitido. A linha caiu, deu ocupado, sei lá. Desisti.

Os dias seguintes foram piores que o domingo. Na segunda-feira, fomos cedo para o Instituto Médico Legal de Bolonha, sempre eu, Mario e Marcelo. Tinha gente para todos os lados e nenhuma notícia. Às 8h de Brasília, 13h na Itália, falei com meu pauteiro de um telefone público num bar. Não tinha muito a dizer, daria retorno mais tarde, e ele me avisou que alguém na redação queria falar comigo antes de eu desligar. Era uma moça, Cleusa Turra, secretária-assistente de redação. Pensei o pior. Vão querer que eu entreviste o caixão, o muro, essas coisas da Folha. Caí do cavalo. Cleusa queria saber apenas se eu estava legal. Me emocionei pela segunda vez. Não esperava nada muito humano do jornal. Estou legal, respondi.

Foi um dia fraco de notícias, cheio de desencontros e alarmes falsos. A Folha enviara um fotógrafo para Bolonha, o Pisco Del Gaiso, hoje na Placar. Só o vi no IML. Perdemos o contato depois. No fim da tarde, nos transferimos de mala e cuia para o Novotel de Bolonha, onde estava instalado o QG da diplomacia brasileira que iria cuidar da transferência do corpo no dia seguinte. Alguns colegas voltaram ao Brasil na segunda à noite, no mesmo vôo que levou o irmão de Senna, Leonardo. Os que ficaram viraram atração; só eu fui entrevistado por uma rádio italiana e uma TV alemã. À noite, liguei para o jornal. 'Chegou tudo?', perguntei. Sim, chegou. Eram 22h aqui, 3h de terça-feira lá. Fulana quer falar com você. Era a secretária de redação do jornal, uma figura que raramente me cumprimentava na redação. Vinha bomba, com certeza. Resumo da nossa conversa, um tanto quanto áspera: nossa avaliação (deles) é de que O Globo saiu melhor, blá-blá-blá. E achamos que você deveria ter ido para o hospital na hora do acidente. Por que não foi? Porque achei que não deveria ficar uma hora no escuro, sem informações, sabendo que ele poderia morrer a qualquer momento. Não foi por causa da rádio?, insinuou a secretária. Ali percebi que meus dias na Folha estavam contados. Inventaram uma desculpa para me implodir.

Na terça-feira, irritado com a insinuação da véspera, alguns quilos mais magro (não dava tempo de comer direito e faltava apetite, essa é a verdade), vivi novos momentos de emoção. O corpo embarcou no fim da tarde num avião da Força Aérea Italiana, em Bolonha. Não vi a decolagem. Estava falando com o jornal. Na mesma hora, a maioria dos jornalistas brasileiros embarcou para Paris, de onde voltariam a São Paulo no mesmo vôo do caixão. Me senti só. Ficamos eu e o Mario em Bolonha. O resto foi embora. Foi nessa terça-feira que consegui minha melhor matéria. Uma ex-namorada, de 13 anos antes, quando eu ainda morava no interior, era legista no IML de Bolonha. Consegui encontrá-la. Brigou comigo, depois de tantos anos, porque eu não a procurei antes. 'Eu te mostrava o corpo!', me disse, num português bastante razoável. Foi até meu hotel e me deu uma longa entrevista. Descreveu a cabeça de Senna, contou que colocou uma rosa na sua mão antes de fecharem o caixão, falou sobre os legistas, seus professores. E me revelou que o laudo iria concluir que ele morreu na pista. Foi uma grande matéria. Minha última na Folha, manchete do jornal no dia seguinte, 4 de maio.

Naquela noite, no mesmo horário, três da manhã, liguei para a redação para avisar que estaria voltando no dia seguinte. A secretária de redação queria falar comigo de novo. Dois assuntos: 1) você não pode mais colaborar com a rádio; 2) decidimos que você vai ficar na Itália acompanhando o inquérito. Como acompanhar o inquérito? Isso vai levar meses! Pela primeira vez na minha vida, gritei com alguém no telefone. Queria voltar. Tinha motivos de sobra para isso. Primeiro, os jornalísticos: havia o velório, o enterro, todos os pilotos estariam no Brasil, eu precisava cobrir essa merda! Além do mais, um inquérito policial é um negócio que demora muito tempo. Não vou descobrir um assassino para o Senna, argumentei. Todo mundo já foi embora. 'A Folha não é todo mundo', ouvi. Seguiu-se um bate-boca. Chegamos a um impasse. Apelei para o pessoal. Queria voltar, estava estressado, emagreci cinco quilos, precisava ver gente viva. 'Nós decidimos. Você vai ficar e pronto', me disse a secretária. Eram três da manhã e eu não queria esticar aquele papo. Fui bem claro: 'Quem decide o que eu faço sou eu. Peço demissão e estou voltando amanhã'. Do outro lado da linha, ela tentou contemporizar. 'Não é bem assim, vou falar com fulano e te ligo depois', disse. Eu encerrei de vez: 'Não, ninguém me liga mais hoje. São três da manhã e eu tenho um avião amanhã cedo. Tchau'. Desliguei e pedi à recepção que não passasse mais nenhuma ligação para meu quarto. 'Eles vão dar para trás', resmungou o Mario, que já dormia. Ligaram, eu soube depois. Mas eu já estava dormindo. Pela primeira vez, desde a morte de Senna.

Na quarta-feira, saímos os dois do hotel. Mario para Pisa, onde pegaria um avião para Londres. Eu para Milão, de onde voaria para Madri. Ambos, como sempre, atrasados. Mas, também como sempre, chegamos a tempo. No aeroporto de Linate, devolvi o Punto vinho e só embarquei porque era brasileiro. Ficaram com pena de mim. Cheguei a Madri, fui para o bom e velho Trip Hotel, liguei para meu editor, comuniquei-lhe que estava demissionário e fui ao cinema assistir 'Proposta Indecente'. No fim da noite, emocionei-me pela quarta vez: na TV, mostraram as imagens do Morumbi lotado gritando o nome de Senna antes do clássico São Paulo x Palmeiras. No gramado, um jogador, ajoelhado, rezava. Era Gilmar, zagueiro são-paulino, hoje na Portuguesa.

Tentei esquecer Senna, a Fórmula 1 e a Folha. Na manhã seguinte, embarquei em Barajas levando um monte de acessórios que comprei numa concessionária Renault para meu carro novo, que eu ainda não tinha nem visto. Cheguei a São Paulo na quinta à noite, logo depois do enterro. Minha mulher me esperava. Nos abraçamos em silêncio. Tentei manter a pose. Na av. Tiradentes, vi bandeiras negras, faixas, ônibus com a inscrição 'Valeu Senna'. Na sexta, fui ao jornal para oficializar minha saída. Não fui recebido pela direção de redação. O pessoal da editoria não sabia que eu estava fora. Minha coluna, 'Warm Up', estava diagramada para ser publicada no dia seguinte. Ela nunca foi escrita. Fui demitido na segunda-feira, por insubordinação.

Flavio Gomes, jornalista desde 1982, começou a carreira no "Popular da Tarde", passou pelas rádios Cultura e USP, "Folha de S.Paulo" e "Placar", antes de montar a agência Warm Up, que desde 1995 cobre o Mundial de F-1 para jornais brasileiros.