sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vídeo da semana

Relembrando Kubica no Canadá em 2007 com um ângulo inédito que dá a real velocidade do impacto do polonês.

De quebra, uma simulação em 3D do acidente.

Uma pancada de 75G, muita sorte e uma bela dor de cabeça no dia seguinte. Cara de sorte, esse Kubica...

De arrepiar os cabelos!






quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vídeo da Semana

Com a dica do Fábio Seixas, um clipe de ARREPIAR com os melhores momentos da temporada, cortesia da RTL 7, emissora de TV holandesa.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Red Bull Racing: a vitória da hipocrisia

Não é de admirar que um alemão esteja no centro de uma das comemorações mais hipócritas de que se tem notícia na F1. Navegando pelos sites e blogs do Brasil e do exterior, é notável nos textos a exaltação da F1, um resultado que ressalta a “lisura” da categoria (como disse o narrador global).

Chega a ser enojante a forma como se tem colocado a Red Bull como uma equipe correta, uma equipe que zela pelo bem do esporte. Dietrich Mateschitz acabou de provar mais uma vez o tamanho do gênio marqueteiro que existe em sua cabeça branca.

Não se discute e nem vai se discutir o mérito do merecimento por aqui. Sebastian Vettel foi magnânimo. Foi cirúrgico. Foi, enfim, campeão. Um rapaz que chega à F1 e faz o que ele faz não merece nada além de todos os louros. Dez pole-positions e 12 vezes largando à frente de Mark Webber não deixam ninguém ser enganado.

Entretanto, parece conveniente esquecer o episódio da Turquia, parece conveniente esquecer o episódio de Silverstone e parece conveniente esquecer o episódio de Interlagos. Mas o que um tem a ver com o outro?

Bom, primeiro, é bom lembrar que uma continha foi feita por aí demonstrando por A + B que, caso Webber tivesse vencido o GP do Brasil com uma ordem de equipe, tanto ele quanto Vettel teriam perdido o campeonato para Alonso e a Ferrari. Correto? Correto.

Mas essa conta é torta, maliciosa, porca até. Porque é muito, mas muito fácil mesmo dizer que a Red Bull é contra ordens de equipe quando seu primeiro piloto é quem está no lugar mais alto do pódio. É aí que mora a hipocrisia.

Este blog nunca foi fã de Vettel, da Red Bull e muito menos de Webber, mas este ano o australiano fez um trabalho irrepreensível, mostrando um talento que desde que chegou à categoria não mostrava.

No decorrer do campeonato, Webber se mostrou verdadeiramente um candidato ao título, e a Red Bull tentou cortar-lhe as asas mais de uma vez. Onde está a lisura nisso? Não existe lisura nisso. Existem má-fé e corporativismo travestido de detalhes técnicos.

Depois do show que Vettel deu este ano, alguém realmente acredita que ele precisa da ajuda de sua equipe contra seu parceiro para vencer alguma coisa? É óbvio que não. O que ele precisa é de um carro confiável. Só isso. O resto ele dá conta, e muito bem, sozinho.

Agora, depois da féria contada, é justo dizer que a Red Bull teve atitudes nobres e que o esporte venceu? Não.

Na opinião deste blog, a Red Bull (leia-se Helmut Marko e, em menor escala, Christian Horner) foi suja, mesquinha e antidesportiva. Do início ao fim do campeonato.

Vettel merece o campeonato que levou, mas a Red Bull não. A Red Bull não merece nenhum dos pontos que Mark Webber lhe deu e, por consequencia, não merece seu campeonato de construtores.

A F1 perde com tudo isso, mas a derrota é personificada em Mark Webber

A hipocrisia que se instalou na blogosfera e também na grande mídia (Globo incluída) é simplesmente chocante. Não há NADA no que a Red Bull fez no fim desta temporada que indique que ela estava ali pelo esporte.

Pode haver discordância quanto a isso, mas este blog não muda de opinião enquanto alguém não provar categórica e cabalmente que a equipe NÃO mandaria Webber encostar para Vettel passar em Interlagos caso os dois estivessem em posições invertidas, tanto na corrida quanto no campeonato.

É uma pena que Vettel tenha de estar ligado a uma equipe tão hipócrita e ele mesmo, por ingenuidade ou mau-caratismo, seja conivente com tamanha palhaçada.

Reste-se registrado: Sebastian Vettel foi o melhor e mais rápido piloto de 2010. E por isso, merece o campeonato. Mas a Red Bull não merece nada além do desprezo deste blog.

Nasce uma nova Ferrari.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vídeo da semana

Para quebrar o gelo, Massa e Alonso visitaram o Ferrari World em Abu Dhabi, um dos maiores centros de entretenimento tendo como tema o esporte a motor no mundo.

O parque foi inaugurado em 4 de novembro e conta com essa belezinha em que os pilotos estão, a montanha-russa mais rápida do planeta.

Simplesmente HILÁRIO!!!


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Relatos de Interlagos - Parte 3

Nosso amigo Itamar conta agora casos engraçados e curiosos que só aqueles que trabalham no circuito de Interlagos poderiam viver...

Vários casos curiosos aconteceram nesses anos. Um dos GPs mais engraçados talvez tenha sido o de 2003. Tínhamos certa amizade com o motorista do Barrichello e, no sábado, escutamos a transmissão do treino oficial graças ao áudio da Alfa 156 Sportwagon 2.0 do piloto. Curioso que sou, até sentei no banco do motorista para dar uma olhada nos comandos, no volante de madeira, etc.

Itamar testemunhou de perto a pole de Rubinho em 2003

Quando ele marcou a pole, o autódromo veio abaixo. O som da torcida celebrando o momento me deu muito mais arrepios que a Jordan do Takuma Sato. Era dia do meu aniversário, meu piloto preferido estava na pole, eu ouvi o treino dentro do carro dele e ainda tirei um sarro do Gino Rosato que havia me sacaneado na manhã perguntando quem era o nº 1.

Schumacher chegou ao autódromo com uma belezinha como essa...

Respondi que no Brasil era Barrichello e aguardei pacientemente pela sua volta. Ele estava dirigindo para o Schumacher, numa Alfa 156 Sportwagon 2.5 V6 azul. O massagista indiano também costumava chegar junto dos dois. Mas o alemão não circulava no estacionamento; o gordo de cavanhaque o deixava próximo aos boxes.

No domingo de manhã, quase todos os pilotos haviam chegado. Montoya chegou apontando o carro em direção a um rapaz da equipe, que tentou impedir que sua X5 fosse estacionada em local não permitido. Sua educação não permitiu que nutríssemos simpatia por ele; seu então companheiro Ralf, igualmente mala, era muito mais fácil de lidar.

O clombiano respondia “non” a todos que se aproximassem; já Sato e Villeneuve eram os mais populares do estacionamento, sendo que às vezes apareciam caras como Alex Dias Ribeiro. Em um dos anos ele apareceu no autódromo, e alguém me perguntou quem era aquele baixinho de moto. Um absurdo não saber quem era o Alex.

A maioria do pessoal esperava Schumacher, Alonso e Barrichello. Cristiano Da Matta, por exemplo, foi pouco assediado. O público conhecia mais o Pizzonia, esperança brasileira na época.


Voltando ao colombiano, o gorduchinho foi advertido sobre a infração assim que desceu do carro. Correndo, nos deixou falando sozinho, comunicando que voltaria rápido. E a melhor parte foi quando ele abandonou precocemente, se não me falha a memória, na 25ª volta (2003). Voltou bravo e ainda ouviu a gozação do Portuga, o cara mais sangue quente da equipe que gritava em alto e bom som: “Bem que você falou que ia voltar mais cedo mesmo! Você é bração, você se f*deu, %$#@&$#%”. Foi o momento mais hilariante de 2003.

E o colombiano foi vencer em Interlagos nos dois anos seguintes...

Leia os demais relatos de Itamar em Interlagos aqui
e aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

GP do Brasil: análise do discurso

Na comunicação social, um dos objetos de estudo mais discutidos e relevantes é o discurso. Mas não, não é aquele texto que as pessoas preparam para anunciar algo, agradecer, tomar posse, etc, etc, etc. O discurso, na comunicação, é o que se quer dizer quando se passa uma mensagem. Em outras palavras, é o que está nas entrelinhas.

Portanto, quando se analisa um discurso, se atribui um significado à mensagem que ultrapassa aquele das palavras que a compôem. Ou seja, é uma radiografia que revela a intenção, o viés, a agenda política de quem profere aquelas palavras.

E, não por acaso, a F1 está coalhada de discursos. Desde pilotos até mecânicos, passando por chefes de equipe, jornalistas, donos e, claro, os fãs. O discurso dos fãs é quase sempre doentio e unilateral. Não permite o contraditório e, portanto, não toca a realidade como deveria.

Passado o GP do Brasil que, fora um tal de Hulkenberg e um tal de Liuzzi, nada apresentou de extraordinário, diferentemente de outros anos, é curioso perceber o que se esconde por trás das palavras proferidas por cada um que se presta a falar sobre a F1.

Vários textos e depoimentos afirmam com certa veemência que a Red Bull deveria dar prioridade a Mark Webber, sem dúvida o mais próximo dos seus dois pilotos a levar o título. Alguns citam vingança contra a Ferrari. Outros dizem simplesmente que é estupidez não dar prioridade a essa altura do campeonato.

Isso nada mais é do que uma demonstração clara de como quem fala sobre F1 tem dois pesos e duas medidas. Mas aí não é só uma questão simples de ajudar ou não um piloto em detrimento de outro. Nesse caso específico, são três os pilotos envolvidos: Sebastian Vettel, Mark Webber e Fernando Alonso.


"OK, mas e daí?", você, leitor, pergunta.

E daí que, no Brasil, por exemplo, existe toda uma revolta velada (ou não) contra Felipe Massa ter dado passagem a Alonso em Hockenheim. Mas mais do que isso, existe uma raiva de Fernando Alonso, assim como sempre existiu de Michael Schumacher. Pilotos que sistematicamente arrebentaram seus companheiros de equipe. Veja bem... esses companheiros são brasileiros. Não existe coincidência neste caso. Existe a realidade.

No caso de Webber e Vettel, o público em geral parece de fato guardar uma antipatia do alemãozinho e, mais do que nunca em 2010, uma grande empatia com o canguru Webber por motivos bem expostos aqui pelo Splash-and-go.

Então o discurso reinante é de que a Red Bull colocou seus pilotos em uma posição difícil e se prejudicou no processo... que deveriam ter priorizado Webber no GP do Brasil que, então, dependeria exclusivamente de sua vitória.


No entanto, basta colocar Vettel no lugar de Webber na tabela atual que o discurso mudaria radicalmente. "A Red Bull deveria deixar seus dois pilotos livres para competir em Abu Dhabi. É um absurdo a RBR dar prioridade a Vettel quando Mark Webber pode vencer o campeonato na última corrida com uma simples falha no carro do companheiro..."

O discurso é devidamente empenado de acordo com quem o profere, da maneira que lhe convier e no momento em que lhe for apropriado. Fernando Alonso está próximo de vencer um campeonato histórico na Ferrari, sendo seu terceiro na F1.

Alonso foi um grande cavalheiro com Felipe Massa em 2010

O piloto espanhol se recuperou de forma brilhante na segunda etapa do campeonato, foi paciente com Massa no início, dando-lhe a chance de se defender, de se manter na frente em mais de uma corrida e, com isso, perdendo potntos importantes.

Mas hoje, quem depende apenas de si para vencer o campeonato é o asturiano. Massa foi massacrado, dizimado, humilhado. Não resta muito do vice-campeão de 2008 em 2010. Fernando Alonso foi soberano e hoje demonstra ser definitivamente o piloto mais completo, versátil e tenaz da F1 desde Michael Schumacher.

Um piloto não pode merecer um ponto, uma vitória ou um campeonato por ser ou não carismático, mas sim por ser o melhor. Vettel tem grandes chances de ter jogado fora sua segunda oportunidade de ter levado o título, um pouco por sua causa, um pouco por causa de seu equipamento.

Webber, o franco atirador, ganhou a simpatia de todos e também correspondeu com pilotagens dignas de um grande campeão, mas sua inconstância, assim como a de seu companheiro, o coloca numa situação dependente do terceiro oponente nesta briga triangular...

...que é Fernando Alonso. O espanhol não pode ter o título tirado de si porque seu companheiro foi obrigado a deixá-lo passar. Alonso passaria Massa em todas as oportunidades que teve.

A questão é se Massa deixaria passar sem levar a equipe a correr riscos. Então, para não correr riscos, a Ferrari mandou o brasileiro encostar... mas reste-se confirmado de que Alonso passaria de qualquer maneira, porque é o melhor piloto (e muito mais rápido, diga-se de passagem).


Desta forma, com o filtro dos discursos devidamente acionado nós concluímos que:
  • do ponto de vista da Red Bull, após o escândalo da Ferrari em julho, o melhor é deixar que os dois pilotos se digladiem na pista; do ponto de vista de Vettel, o melhor que a Red Bull faz é deixá-los brigarem para que o alemão ainda tenha uma chance;
  • do ponto de vista de Webber, a RBR deveria lhe dar prioridade, pois suas chances serão exponencialmente maiores com Vettel seu escudeiro;
  • do ponto de vista de Alonso, a ajuda de Massa nada mais foi do que uma decisão lógica e focada no campeonato, o que lhe rende frutos mais do que vistosos na última corrida do campeonato;
  • do ponto de vista da Ferrari, estava claro que Massa estava em má fase e não se recuperaria, o que de fato não ocorreu, ainda qe a decisão de lhe mandar abrir possa ter abalado sua confiança.
Repare como existem muitos interesses de quem inclusive gera discursos que serão absorvidos e refletidos em novos discursos na mídia, entre os fãs e outras personalidades relacionadas ao esporte.

É muito difícil concatenar tudo para alcançar um denominador comum, mas é importante saber dessa relação de forças que se dá por trás de cada palavra solta no ar, impressa no papel ou projetada na tela do computador.

Dito tudo isso, e você, qual seu ponto de vista sobre o assunto?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vídeo da semana

O 'Professor' faz o que ele sabe fazer melhor: dar aula de direção.

O material escolar? Um Lambo e um Porsche. Só para alunos veteranos.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Relatos de Interlagos - Parte 2

Nosso amigo Itamar conta agora qual era sua função no traçado de Interlagos quando trabalhou por lá.

Fala Itamar:

Como parte do staff, eu trabalhava controlando o acesso das pessoas e dos carros que adentravam o autódromo. Passava a maior parte do tempo no F1 Personnel, estacionamento exclusivo dos pilotos, chefes de equipe e mecânicos.

Mas quando tinha carro na pista, óbvio, não precisávamos ficar ali. Então ficávamos perto do asfalto para que nenhum maluco tentasse invadir a pista. Quando tinha visita nos boxes, era outro caso, ficávamos tomando conta dos equipamentos.

Era a melhor parte, pois dava pra conversar com os mecânicos, ouvir motores funcionando, sentir o cheiro da gasolina, que nada tem a ver com o que estamos acostumados a cheirar nos postos e refinarias daqui.

A primeira vez que vi um F1 rasgando a reta foi na primeira sessão de treinos livres, sexta feira, 9h da manhã. Takuma Sato saiu dos boxes com a Jordan. Na hora que esticou até a descida do lago, aquele barulho me arrepiou o corpo inteiro. Sensação indescritível!

No próximo post, Itamar conta casos dos bastidores da F1 no GP do Brasil.