segunda-feira, 31 de agosto de 2009

GP da Bélgica: tudo fora da ordem (ou não)

O que precisava ser dito sobre a corrida de Spa-Francorchamps já foi dito com propriedade pelos autores dos vários blogs cujos links você encontra ao lado direito do seu monitor.

Entretanto, algumas observações pendem maior destaque.

O feito da Force India de Fisichella, ainda que monumental em si só, retrata fielmente uma temporada que teve como tônica um novo regulamento técnico.

A Force India fez pole position e terminou em segundo pressionando a Ferrari 4 de Raikkonen pelo mesmíssimo motivo que Hamilton venceu na Hungria, Barrichello venceu na Espanha, Webber venceu na Alemanha...

A lista segue e a loucura é tanta que nas últimas seis provas, a F1 viu seis vencedores diferentes, a saber:
  • Button
  • Vettel
  • Webber
  • Hamilton
  • Barrichello
  • Raikkonen
Não é pouca coisa se se considerar que, ano passado, Massa e Hamilton venceram nada menos que 11 provas juntos de 18 possíveis, nunca permitindo uma sequencia de vencedores tão variada.

Há quem critique a imprevisibilidade do campeonato, pois consistência (após a derrocada de Button a partir da oportunista vitória na Turquia) se tornou artigo de luxo.

A falta de testes quase torna a adaptabilidade das equipes um lance de sorte, e certamente a Force India teve muita sorte, ainda que Vijay Mallya diga o contrário.

De todo modo, para os fãs, tudo se torna um grande ponto de interrogação e os méritos de equipes como a Force India, a BMW (que alcançou seu melhor resultado este ano) e a própria Brawn são constantemente colocados sob perspectiva.

Talvez, ao se observar a temporada até aqui, a única equipe que constantemente subiu, desenvolveu, buscou resultados cada vez melhores corrida após corrida foi a Ferrari.

E isso é um indicativo de duas coisas:
  • é a mais poderosa e tecnicamente apurada equipe da F1 hoje e;
  • em 2010, será muito certamente a equipe a ser batida.
Mas alguém achava o contrário?

Talvez a McLaren seja tão forte quanto, mas fato é que a temporada de 2009, por caótica que seja, mostra que quem domina os fundamentos e tem os recursos vai se manter no topo ou vai se recuperar rápida e consistentemente após um tombo.

Kimi: motivação foi sempre a mesma. O carro é que não ajudava.

Dito tudo isso, Kimi Raikkonen, sem a sombra de Felipe Massa, tem brilhado à bordo da única Ferrari competitiva de Maranello. Nas últimas três provas, o Homem de Gelo amealhou 24 pontos em 30 possíveis, com um segundo, um terceiro e um primeiro lugares.

Sozinho, Raikkonen conseguiu mais pontos que os três mais bem colocados postulantes ao título somados (20 pontos). Tivesse chegado em segundo em Valência teria feito o mesmo montante de pontos que os quatro primeiros somados (26).

Caso a Scuderia contasse com Felipe Massa no carro número 3, certamente o cenário seria ainda melhor para o time de Maranello.

Muito se falou da falta de motivação de Raikkonen, mas o fato é que, sem Massa para comparar, o finlandês parece pilotar melhor.

Entretanto, isso não é verdade.

O que mudou foi a performance do time vermelho e Raikkonen, piloto fantástico e campeão mundial, está apenas fazendo jus ao carro.

Massa foi e sempre será um adversário duríssimo para Raikkonen e é por causa do brasileiro que o finlandês não parece tão sensacional ao volante. Simplesmente porque Massa também é muito bom.

O campeonato está muito bonito e aberto. É uma pena que o caso Renault vá tomar tanto tempo dos fãs e cartolas da categoria nos próximos dias.

sábado, 29 de agosto de 2009

Classificação GP da Bélgica: separando os homens dos meninos

A imagem acima foi tudo o que se viu de
Giancarlo Fisichella nos treinos do GP da Bélgica


Alguns minutos após o treino, depois de buscar o queixo que caiu não se sabe onde, pode-se aferir um dado interessante sobre esse grid de Spa-Francorchamps:

Fisichella - 36
Trulli - 35
Heidfeld - 32
Barrichello - 37

Com a média de 35 anos, os quatro pilotos que dominaram a classificação do GP da Bélgica certamente têm uma coisa ou duas para ensinar às jovens promessas da F1.

Como não poderia deixar de ser, Spa mostra seu lado indefectível de chacoalhar o status quo e mostrar ao mundo da velocidade que sim, a experiência também faz diferença.

Resta o raio-x do treino com os pesos, mas o sábado já justificou a contínua presença de Spa no calendário.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ferrari: prepotência na hora errada

Após algumas semanas do grave acidente de Felipe Massa e a consequente comoção por parte do mundo da F1 e também dos fãs, o caso agora começa a partir para a base da palhaçada.

Se já não bastasse o mundo inteiro ficar em polvorosa com a volta de Schumacher e agora rir envergonhadamente da performance de Luca Badoer, a Ferrari soltou um comunicado irônico e bem condizente com a arrogância da Scuderia italiana.

Com o título de "Lista de Espera", o release diz o seguinte:

Pode não ser a melhor temporada da Scuderia Ferrari Malrboro, mas a possibilidade de guiar um dos carros vermelhos deve ser bem apetitosa, ao menos quando se considera o número de pilotos que foi trazido pela mídia e pelos fãs e até por alguns dos próprios pilotos como candidatos ao F60 número 3 de Felipe Massa sem contar as sugestões de pilotos do além-mundo.

A lista é tão longa que quase todas as letras do alfabeto têm um piloto correspondente. Vamos aos detalhes:

A as in Fernando Alonso
B as in Jules Bianchi, Mirko Bortolotti and Sebastien Bourdais

C as in David Coulthard

D as in Anthony Davidson

F as in Giancarlo Fisichella and Luca Filippi

G as in Marc Gené
H as in Nico Hulkenberg

K as in Robert Kubica

L as in André Lotterer and Vitantonio Liuzzi
P as in Nelson Piquet (Jr.) and Giorgio Pantano

R as in Valentino Rossi and Davide Rigon

S as in Takuma Sato and Bruno Senna
T as in Jarno Trulli

V as in Jos Verstappen


Antes de alguém se sentir ofendido, queremos destacar que temos o máximo respeito por todos esses pilotos e nos desculpamos também em nome daqueles que trouxeram seus nomes à tona e também àqueles que não foram mencionados, como Lewis Hamilton e Jenson Button, mas há sempre tempo para algumas idéias novas.

A assessoria da Ferrari tentou parecer delicada com os nomes envolvidos com a Scuderia, mas a parte final do texto entrega a extrema arrogância com que a equipe tem tratado o assunto.

Nunca é demais lembrar que Felipe Massa quase morreu na pista e isso deveria ser a primeira a coisa a se observar no momento de escrever um texto sobre um assunto que, querendo ou não, é muito delicado.

Para completar, o texto é tão mal escrito que parece trabalho de estagiário italiano com pouco domínio da língua inglesa.


Nota zero pra Ferrari e sua assessoria.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A máquina ou o homem: qual faz uma equipe vencer?

Artigo de autoria de Brad Spurgeon publicado hoje pelo jornal International Herald Tribune e traduzido pelo UOL.

Os comentários no decorrer do texto em negrito pelo autor deste blog.


A pergunta existe quase há tanto tempo quanto as corridas de automóveis. Mas raramente foi feita com tanta frequência quanto neste ano, com uma das maiores confusões na ordem natural das equipes e pilotos de Fórmula 1: o que é mais importante, o carro ou o piloto?

"O vencedor não é o que tem o carro mais rápido, é o que se recusa a perder", disse certa vez Dale Earnhardt, um piloto de corridas da Nascar.

Esse comentário do lendário Ernhardt ilustra bem porque Rubens Barrichello é tão criticado. Explica também esta característica de um certo heptacampeão mundial.

Isso pode ser verdade às vezes, mas em uma série como a Fórmula 1, onde a qualidade e o estilo, tanto dos carros quanto das pistas, variam enormemente, a realidade é muito mais complexa.

Enquanto a série se prepara para a disputa em uma de suas pistas mais difíceis, no Grande Prêmio da Bélgica em Spa-Francorchamps, a pergunta é ainda mais pertinente.

As exigências da pista, através dos morros das Ardennes, são tais que os melhores pilotos quase sempre venceram lá. Juan Manuel Fangio ganhou três vezes, Jim Clark quatro, Ayrton Senna cinco e Michael Schumacher detém o recorde, com seis vitórias.

Faz sentido.

É a pista mais longa da série, com 7 km, e tem grandes mudanças de elevação, longas retas e curvas tanto rápidas quanto lentas. Ela foi modificada para ser mais segura, e muitos pilotos não a consideram mais um grande desafio como antes. Mas ainda é um teste sério da habilidade e da coragem dos pilotos.

Nico Rosberg deu uma entrevista hoje ao site Autosport dizendo que a Eau Rouge não (!) é um desafio... Haja coragem!

Aliás, coragem é o que não faltou a Kimi Raikkonen na classificação de 2002, quando a BAR-Honda de Olivier Panis estourou o motor e envolveu a saída da curva mais famosa da F1 em fumaça. Kimi não só não tirou o pé como continou acelerando inacreditavelmente. É de tirar o fôlego.



A volta completa.


Onboard no carro de Raikkonen.

Essa temporada trouxe uma súbita inversão da hierarquia habitual. Equipes que nunca tinham vencido corridas, ou que venceram apenas uma, de repente lideram a classificação. Pilotos que não haviam vencido, ou apenas uma vez, têm ganhado as corridas.

Durante décadas a Fórmula 1 foi dominada por Ferrari, McLaren, Renault e Williams. Este ano, a Brawn - que esteve à beira da falência antes da temporada, depois que seu proprietário anterior, a Honda, saiu da série - e a Red Bull, que nunca tinha vencido uma corrida, dominam o campeonato.

As equipes fortes do passado enfrentaram dificuldades. Seus pilotos campeões do mundo nada puderam fazer para conter os antigos "lanternas". Jenson Button, com uma carreira de nove anos no esporte e apenas uma vitória, ganhou seis das primeiras oito corridas. Seu companheiro de equipe, Rubens Barrichello, que não ganhava desde 2004, quando pilotava para a Ferrari, ganhou em Valência, Espanha, no último domingo.

Para a Red Bull, Sebastian Vettel, um dos mais jovens pilotos da série, ganhou duas corridas, e Mark Webber venceu pela primeira vez depois de 130 provas no esporte.

Isto é claramente influência do carro. Essas duas equipes reagiram melhor às maiores mudanças de regulamentos técnicos já feitas, dando a seus pilotos os instrumentos para vencer. Mas isso levantou a pergunta: qual o objetivo de um piloto, se o que conta é o carro?

"A diferença entre cada piloto da Fórmula 1, do melhor ao pior, é de cerca de 0.3 segundo por volta", disse Nico Rosberg, um piloto da Williams. "Do melhor carro ao pior carro, acho que são 2 segundos ou 1,5 segundo. Então faça uma porcentagem com isso: 20% piloto e 80% carro."

Nossa, Nico hoje está cheio de declarações polêmicas. Alguém concorda com o que o alemão falou? Talvez seja melhor dizer que isso é uma tendência, mas certamente em uma corrida inteira essa diferença de três décimos vai ser muito, digamos, flexível.

Se o carro contasse tanto, Luca Badoer tinha chegado nos pontos em Valência. Senão vejamos: a 1,5 segundo do 19º, sendo que o carro conta 80% e o carro é um dos quatro melhores do grid, significa que Badoer na verdade contou com 99% da má performance da Ferrari...

As equipes gastam milhões em tecnologia para produzir pequenas vantagens em velocidade. Elas também pagam milhões para os pilotos.

"Se seu carro está um quarto de segundo ou meio segundo atrás da primeira fila no 'grid', e você tem o melhor piloto do mundo, ele fará uma diferença", disse Frank Williams, proprietário e diretor da Williams.

"Mas se seu carro está um segundo atrás, nem ele fará uma diferença - ou talvez faça apenas uma ou duas vezes por temporada", acrescentou. "Por isso o carro tem, no mínimo, a mesma importância. E o truque é colocar os melhores carros com os melhores pilotos."

Ele disse isso no momento em que a Williams - a terceira equipe de maior sucesso na história da Fórmula 1 - não tem um carro rápido o suficiente, por isso não procurou pilotos astros. Em vez disso, usa pilotos em desenvolvimento como Rosberg, enquanto a equipe desenvolve um carro.

É por isso que a Williams provavelmente vai perder Rosberg para a McLaren. E justiça seja feita, Nico é o piloto que mais se desenvolveu nos últimos três anos ao lado de Felipe Massa.

Naturalmente, esses pilotos não custam tanto quanto os vencedores comprovados ou outros com vasta experiência.

Por mais vasta que seja a experiência de Barrichello, é provável que seu salário hoje seja um dos mais baixos do grid.

Mas se os 20 pilotos no pico das corridas de automóveis estão tão próximos em velocidade, outro fator os distingue.

"Um bom piloto é aquele que trabalha bem, cria um bom clima, está realmente comprometido com todo mundo com quem trabalha", disse Jarno Trulli, piloto da equipe Toyota. "Isso é o mais importante para um piloto em seu trabalho."

Kimi Raikkonen é o extremo oposto do que Trulli diz, mas ainda assim foi campeão. Entretanto, quem é amado na Ferrari é Felipe Massa. Será que Trulli tem razão no que diz? É melhor um piloto chato, mas campeão ou um bonzinho meia-boca?

Fica a pergunta!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vídeo da semana

Uma interessante corrida entre os Safety Cars e os Medical Cars da F1 no GP dos EUA em 2006.

Repare no controle, na velocidade e no slide que os carros apresentam nas curvas e retas do circuito misto de Indianápolis.

Um show de precisão e pilotagem!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Caption this!

Âncora de telejornal: Finalmente o presidente da Ferrari, Luca Di Montezemolo, vai anunciar a contratação do finlandês Kimi Raikkonen, que chegou agora há pouco na sede da Scuderia Italiana, em Maranello, na Itália!

Luca: Kimi, está contratado... mas esse boné não vai dar não!
Kimi: Desculpe, mas é exigência dos patrocinadores. Está no contrato!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

GP da Europa: Barrichello à la Schumacher

A maior crítica em relação à F1 moderna advém da falta de ultrapassagens na pista, sendo elas o que, segundo uma vertente de admiradores do esporte a motor, define o automobilismo.

De fato, visualmente as ultrapassagens são algo sensacional de se ver e de se sentir. Mas num esporte em que as margens são cada vez mais ínfimas, é válido analisar, interpretar e admirar os detalhes que os olhos não podem ver.

No domingo, o Grande Prêmio da Europa de F1, abrigado pela nova pista de Valência, na Espanha, assistiu a uma das performances mais cerebrais e precisas que um piloto deu nos últimos 10 anos.

Rubens Barrichello foi muito além da costumeira performance precisa de seu companheiro Jenson Button, que lhe rendeu valiosas vitórias e pontos na primeira metade do campeonato.

O piloto brasileiro foi de uma regularidade assustadora, quase irreal para os seus próprios padrões, tantas vezes responsáveis por suas derrotas dentro da pista.

Não, o pit-stop errado da McLaren não rendeu a vitória a Rubens, como ocorreu com Kovalainen na Hungria em 2008, quando Massa abandonou. Heikki jamais venceria aquela corrida se a Ferrari apenas errasse o pit-stop de Massa.

Já Rubens estava lá na hora e lugar certos. Schumacher deve ter ficado orgulhoso de seu ex-companheiro, atual desafeto. O grande campeão que se preze não é só soberano, absoluto, dentro da pista. Ele também é oportunista.

A corrida de Valência em tudo lembrou a Ferrari dominante da primeira metade da década. A diferença é que o carro era branco e o piloto era Barrichello, e não Schumi.

A precisão foi tamanha que Barrichello, antes de seu primeiro pit-stop, melhorou seu tempo consistentemente a partir da terceira volta da prova, mesmo atrás da McLaren de Kova.

Na tabela abaixo, estão marcadas em quadros as voltas em que Barrichello girou no mesmo décimo de segundo consecutivamente ou muito próximo disso.

Também estão marcados as sequencias de tempos em que ele constantemente melhorou suas voltas (praticamente a corrida toda).

Após a primeira parada, a história se repetiu e Rubens só girou mais lento no momento em que pegou o primeiro retardatário, precisamente Luca Badoer, na volta 35.

Mesmo assim, como um relógio, o brasileiro na volta seguinte já virou um décimo mais rápido que na volta anterior ao seu encontro com o ferrarista.

E continuou melhorando seu tempo, quando seu engenheiro, Jock Clear, gritou no rádio: "That's it Rubens! Hamilton is in! Give me five qualifying laps! FIVE QUALIFYING LAPS!!!". E assim Rubens fez, marcando inclusive sua melhor volta na corrida e a melhor da prova àquela altura.

No total, o brasileiro tirou quase 10 segundos de Hamilton, contanto o erro de pit-stop do inglês e o excelente trabalho da equipe Brawn GP nos boxes.

É por isso que muitos defendem a hipótese de que Barrichello voltaria à frente de Hamilton de qualquer jeito, principalmente se tivesse ficado mais uma ou duas voltas na pista, como deveria ter ocorrido.

Os 10 segundos que Barrichello tirou de Lewis eram mais do que suficientes pra compensar o erro do pit-stop da McLaren (total de 5,5 segundos de perda) e a diferença de ambos antes da parada do atual campeão (3,6 segundos).

Para provar de uma vez por todas que seu carro estava irretocável, Barrichello correu um terceiro stint rigorosamente preciso como os dois primeiros melhorando seu tempo a cada volta, mas já mantendo uma velocidade de cruzeiro.

Hamilton acabou marcando sua melhor volta da corrida no último giro, mas a vitória não mais escaparia das mãos de Rubens Barrichello, merecidamente.

Pode-se dizer que os grandes campeões fazem o que Rubens fez com a diferença de tornarem isso um hábito corrida a corrida, mas é fato que a maioria dos pilotos jamais conseguiu manter um ritmo alucinante como esse durante uma corrida inteira no decorrer de suas carreiras. Poucos fazem isso com tanta autoridade quanto Rubens fez em Valência.

É difícil dizer que ele pode repetir a dose.
É difícil dizer se poderá realmente fazer frente a Button no fim do campeonato.

Mas essa vitória, além de todas as efemérides relacionadas, demonstra que, aos 37 anos, não é qualquer piloto que encontra força e concentração o suficiente, principalmente em uma situação adversa, para entregar uma performance arrebatadora como essa.


Não houve ultrapassagens, não houve brigas na pista, não houve manobras ousadas, mas reste-se registrada neste blog a corrida mais perfeita já feita por Rubens Gonçalves Barrichello.

Apenas quem olha além da pista vai poder apreciar tal feito e sabemos que poucos estão interessados em fazê-lo, mas a F1 moderna é feita disso e é isso que deve ser destacado e imortalizado.

Parabéns Rubens.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

1984: time das estrelas da F1

Ontem no Twitter o Tazio postou um ótimo vídeo de uma partida de futebol entre jornalistas e pilotos em 1984, aparentemente às vésperas do GP do Canadá de F1, com direito a Reginaldo Leme na linha e Galvão Bueno na reportagem de campo.


Procurando na internet, deu pra encontrar a foto do time dos sonhos, mas não deu pra identificar todo mundo.

Alguém se arrisca?

Clique para ampliar

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Renault: diplomacia ou cinismo?

Algo curioso chamou a atenção no divórcio entre Piquet Jr. e Renault. Lembra um pouco o que houve na época da separação entre Barrichello e a Ferrari.

A guerra de palavras por meio da imprensa entre Piquet e Briatore foi intensa, verborrágica e cínica.

Por mais que seja interessante ver um piloto dizendo o que pensa, ou um dirigente, é difícil ver de fato o que Piquezinho ganhou com o que falou.

Ainda que o piloto seja filho de um tricampeão pra lá de influente, é Briatore quem comanda uma das mais bem sucedidas equipes da moderna F1 há 20 anos.

Além disso, levou Michael Schumacher aos seus dois primeiros títulos e, como se não bastasse, Fernando Alonso ao seu também debutante bicampeonato.

Argumente-se o contrário, mas Alonso e Schumacher são os dois melhores pilotos dos mesmos últimos 20 anos na categoria.

Dito isso, com a confirmação de Romain Grosjean no lugar de Nelsinho, a Renault soltou um comunicado curto e conciso sobre a transição.

Muito diferente da longa carta aberta que Piquet publicou em seu site oficial, justificando, lamuriando e atacando sua ex-equipe.

O comunicado da Renault (leia na íntegra aqui) diz exatamente o seguinte:

A equipe ING Renault F1 anunciou hoje que Nelson Piquet foi liberado de suas obrigações para com a equipe com efeito imediato. A saída de Nelson segue um acordo mútuo sobre o fato de este curso de ação estar nos melhores interesses de ambas as partes.

E mais:

Estamos felizes de dar a Romain a chance de começar a correr com a equipe. Ele é um jovem talento de destaque e esperamos que ele mostre suas habilidades na direção ao lado de Fernando enquanto tomamos uma postura mais agressiva para a segunda metade da temporada. Também gostaríamos de agradecer a Nelson por sua contribuição durante o tempo em que esteve conosco e desejamos a ele tudo de melhor no futuro.

Ponto final.

Duas frases.


Nenhuma palavra de agressão, de remorso, nenhuma palavra negativa.

Pode-se dizer que a assessoria de imprensa da equipe trabalhou bem? Sim.


Mas o fato é que, no âmbito geral, ficou muito feio para Nelsinho Piquet ter chorado tanto após sua saída.

O melhor que tinha a fazer era ficar calado e manter o pé no chão (ou afundá-lo no acelerador, como queira).

As chances de a Renault se dar bem na F1 são inversamente proporcionais às chances de a eventual equipe de Nelson Piquet Sr. se dar mal com seu filho no cockpit.


Nelson Piquet, o tricampeão, tanto criticou Rubens Barrichello por ser lento e falastrão, mas perdeu a oportunidade de fazer com que seu filho fosse o oposto.

Até agora, Nelsinho Piquet foi apenas isso: lento e falastrão.

É justamente nessa hora que Felipe Massa, rápido, carismático e calado, faz mais falta.

Cínica ou diplomata, a Renault lidou muito bem com a situação entre Briatore e Piquet Jr. No fim das contas, quem tinha que mostrar serviço de fato era Piquet, e não o polêmico italiano.

E nisso, a roda da história da F1 gira, não sem antes esmagar alguns ossos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caption this!

O Splash-and-go traz agora uma nova seção para você se divertir enquanto visita estas páginas: Caption this!

A idéia é simples. Basta dar uma olhada na foto e postar nos comentários uma legenda criando um contexto fictício para a cena.

Para começar, a foto baixo. Use sua imaginação.

Clique para ampliar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Túnel do tempo à moda Nostradamus

Algumas irônicas tiradas encontradas no sempre ótimo Blog do Capelli previam um futuro que parecia improvável. Onde se lê Honda, leia-se Brawn GP.

E, por fim, a "nova" Honda, anunciada em dezembro de 2007. Parece ou não parece um certo carro branco que conhecemos?

Schumacher: de super-homem a homem em quatro atos

Primeiro ato: campeão, recordista, a lenda das pistas.

Segundo ato: aposentado, milionário, o ex-esportista famoso com hobbies exóticos e doloridos (motociclismo), para não dizer fatais.

Terceiro ato: a volta, o sonho, a especulação, a coragem, a inconsequência.

Quarto ato: a dura realidade. Um homem não pode lutar contra a natureza.

Sim, porque poderia ter sido jogada de marketing, poderia ter sido um alento para a Ferrari, poderia ter sido muitas coisas.

Mas Schumacher é humano como qualquer outro e, como tal, não pode ir contra as leis que regem suas vidas.

O fato é que Michael Schumacher queria muito voltar, mas não deu conta. Foi contra todo o senso de discrição, se achou mais capaz fisicamente do que era.

O lamento do campeão é indicativo de que ele realmente acreditou que poderia voltar, correr, viver tudo aquilo que fez dele o que ele é.


Mas não deu.

A atual temporada da F1 vai entrar para os anais do esporte como mais uma daquelas, como 1984, 1989, 1994, 2002, entre outras, em que os fãs sempre pensarão: "o que teria acontecido se..."

Valeu o sonho! Foi de graça e não doeu.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

BMW x Sauber: será tarde demais?

"Esse é o dia mais amargo dos meus 40 anos de envolvimento com o esporte a motor". Assim Peter Sauber definiu o momento por que está passando com sua antiga parceira BMW.

Desde o anúncio da saída da gigante alemã da F1, Sauber estava correndo contra o tempo para que a equipe já estivesse reestabelecida e ele conseguisse assinar o Pacto de Concórdia entre FIA e Fota.

Acontece que nada foi resolvido. Segundo Sauber, a BMW está simplesmente pedindo dinheiro demais para sair da F1. Algo que a Honda, aparentemente muito mais comprometida e ética, não fez. E o pacto foi assinado.

Desta forma, se Sauber quiser salvar a equipe que continua levando seu nome, terá de se inscrever para o campeonato de 2010 como uma nova equipe e, com isso, gastar mais alguns milhões de libras, o que vai dificultar ainda mais o processo.

A postura da BMW continua fazendo estragos na F1 e, se alguém achava que a equipe ia deixar saudades, agora pode se convencer finalmente que a F1 não precisa dela. Sai pela porta dos fundos e os fãs esperam que não volte nunca mais.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vídeo da semana

Schumacher fazendo o que ele faz melhor.

Raikkonen para nos boxes em Silverstone, em 2006, e Michael, em sua outlap (a volta imediatamente após o pitstop), destroi o finlandês com um giro avassalador.

Confira!