quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um clichê vale mais que mil verdades...

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Vídeo da semana

O mundo da F1 vive um aparente marasmo, então vai aí mais um vídeo da semana (lembrando que o vídeo da semana é postado no Splash-and-go sempre na quarta ou quinta-feira de cada semana).

Luca Badoer comete mais uma de suas barbeiragens durante sua desastrada passagem pela Ferrari como piloto oficial da Scuderia. Ainda bem que Adrian Sutil não teve que acionar o seguro!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vídeo da semana

Na década de 1980, um jovem Ross Brawn põe a mão na massa como aerodinamicista da antiga Team Haas Lola/Beatrice, que teve como pilotos Alan Jones, Patrick Tambay e Eddie Cheever.

Pouco dos bastidores da vida de figuras como Ross Brawn é conhecido pelo grande público, por isso é sempre interessante ver que, antes de serem os chefões ganha-tudo da F1, esses caras ralavam como qualquer outro para vencer.

Fantástico!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

GP da China: o que há com Felipe Massa?

Antes de mais nada, é bom deixar claro... Pode ser que não haja NADA com Felipe Massa. O que pode estar havendo é simplesmente a constatação de que Fernando Alonso é um piloto excepecional, muito melhor do que Kimi Raikkonen jamais conseguiria ser.

O carro da Ferrari este ano está meio passo atrás das Red Bull e das McLaren, mas esse meio passo é reversível e a equipe rossa deve vir com tudo no GP da Espanha em Barcelona, daqui a três semanas.

De todo modo, conhecendo Felipe Massa, é mais prudente acreditar que existe algo mais do que simplesmente a diferença de talento entre o brasileiro e o espanhol. Da primeira perna asiática do campeonato, chega-se às seguintes conclusões:
  • Massa está tendo dificuldades tremendas de adaptação ao carro, embora não seja possível dizer a razão;
  • Alonso é simplesmente impecável na adaptação. A exemplo de Jenson Button, Fernando chegou e se aclimatou rapidamente à Ferrari. Parece não ter deixado o mito Ferrari subjugar a equipe Ferrari 2010, que é uma equipe normal, que comete erros e ainda lambe as feridas dos dois últimos campeonatos;
  • a Ferrari sofre sérios problemas com seus motores;
  • a chuva definitivamente não ajuda Felipe Massa;
  • Alonso tem se mostrado, para espanto de alguns, mais rápido na classificação;
  • Alonso cansou de bancar o bonzinho;
  • Massa percebeu, mas não deixa transparecer fora da pista o que sofre dentro dela.
Não há dúvida de que Felipe Massa não sofre nenhuma sequela de seu acidente pavoroso em 2009, mas ao mesmo tempo, parece não conseguir colocar em prática a agressividade pela qual ficou conhecido na Sauber.

Felipe ficou várias voltas preso atrás de Rubens Barrichello e Michael Schumacher com carros muito mais lentos, enquanto Alonso passou facilmente pilotos como Adrian Sutil, que aliás, fez uma tremenda corrida.

Alonso: tolerância zero

Além disso, o incidente na entrada do pit mostrou que Alonso não estava mais afim de ficar preso atrás de um Massa muito mais lento como havia ficado na Austrália e na Malásia. Acabou a paciência!


Com a ultrapassagem, Massa perdeu pelo menos duas posições na pista e Alonso ganhou uma boa vantagem. É a diferença entre um pódio e um décimo lugar representada em uma certeira, embora polêmica, manobra. A decisão de um campeão.

Uma coisa é certa. É por causa das loucas corridas molhadas desta fase europeia que Alonso não está solidamente liderando ou ao menos numa confortável segunda posição no campeonato, e isso não é nada bom para Felipe Massa.

Ainda assim, o asturiano fez o que pode para se recuperar da quebra do seu carro na Malásia e da queimada de largada na China. Já Felipe Massa parecia liderar a tabela mais por circunstância do que por mérito, algo que, aliás, ele sabia bem.

Diante da relação de forças que existe na F1 2010, o sexto lugar ocupado por Felipe Massa hoje é mais representativo do que o brasileiro realmente fez até agora. No apanhado das corridas, não era justo que ele estivesse à frente de Button, Hamilton e Alonso.

São quatro corridas, quatro etapas e 100 pontos distribuídos. Continua cedo para afirmar verdades, mas até quando será cedo? Em algum momento o que era cedo passa a ser tarde demais, e nessa hora, quem não tiver feito o máximo com o que tinha em mãos vai ficar na saudade.

sábado, 17 de abril de 2010

Classificação GP da China: status quo

Vettel mostra o nº 1, mas deveria mostrar o nº quatro...

Segundo o Wikipedia, "Statu quo (da expressão in statu quo res erant ante bellum) é uma expressão latina que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for. Na generalidade das vezes em que é utilizada, a expressão aparece como 'manter o statu quo', 'defender o statu quo' ou, ao contrário, 'mudar o statu quo'.

O estado atual das coisas na F1 não mudaria de uma prova para outra antes da temporada europeia. Assim como ocorreu com a Brawn GP ano passado, a Red Bull dominou até com certa facilidade a primeira fase do campeonato de 2010.

Não houve um elemento-chave que pudesse causar uma mudança do status quo. O duto aerodinâmico da McLaren foi novidade no Bahrein, mas na quarta corrida já cheira a coisa velha, com naftalina e tudo.

Acontece que a mídia deu muita atenção ao F-duct, o que acabou desviando o olhar de todos a Lewis Hamilton. E o que houve nos treinos do GP da China? O campeão de 2008, além de perder a pole, ainda larga atrás do campeão de 2009, o sempre discreto e ultra-eficiente Jenson Button.

Como dito no post abaixo sobre o que esperar para o GP da China, o carro a ser batido era a Red Bull. E a equipe não contradisse essa afirmação, pois, embora discreta nos treinos livres, no Q1 e no Q2, quando chegou a hora, enterraram as chances de Ferrari, McLaren e Mercedes.

E este jornalista mantém sua posição. Se a "Luscious Liz" não estiver de TPM, Vettel dispara para sua segunda vitória consecutiva, que deveria ser, sempre é bom lembrar, o QUARTO triunfo do alemãozinho, não fossem os caprichos de uma senhorita danada de temperamental.

Coisas da F1...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

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Buemi: Caraca!!! Olha lá!!! Minhas rodas estão voltando!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vídeo da semana

Sensacional comercial da Puma, parceira da Ferrari.

terça-feira, 13 de abril de 2010

GP da China: o que esperar para o fim-de-semana

Setenta e cinco. Seria esse o número de pontos que Sebastian Vettel teria amealhado caso seu RB6 não o tivesse deixado na mão nas duas primeiras corridas do ano. Ainda assim, o alemão ocupa a terceira colocação no campeonato com o mesmo número de pontos que Fernando Alonso.

Caso as outras três grandes do G4 não reajam, a cena acima, no GP da China em 2009, corre o risco de ficar perigosamente comum em 2010

Em 2009, a Red Bull conseguiu sua primeira dobradinha justamente na China, debaixo de muita chuva. Vettel, que havia vencido pela primeira vez com a Toro Rosso em uma encharcada corrida em Monza em 2008 deu o mesmo show de pilotagem e consistência sem um único erro sequer.


Este ano, a prova de Xangai é a quarta corrida da temporada. De novo, a Red Bull conseguiu sua primeira dobradinha na terceira corrida e agora segue em direção a uma prova que dominou de ponta a ponta ano passado. Ou seja, dobradinha à vista de novo, caso não chova loucamente como na Malásia, principalmente na classificação.

Na volta à Europa, as equipes vão trazer fortes pacotes aerodinâmicos, mas mesmo que isso ocorra, dessa vez não existe uma Brawn GP com um forte subterfúgio como o difusor duplo para ganhar a distância necessária da equipe energética.

Quem dá as cartas é a Red Bull e ela que determinou o benchmark deste ano desde a primeira corrida no Bahrein. A dominância da equipe de Adrian Newey não se deve a um ponto específico, mas a um conjunto de elementos fundamentalmente corretos e eficientes que dão à Red Bull uma vantagem muito mais consistente e palpável do que a da Brawn ano passado.

Além disso, há no volante Sebastian Vettel, um piloto que cada vez mais se assemelha a Schumacher no que diz respeito a passar por cima dos adversários sem dar chance a ninguém.

Se Ferrari e McLaren não reagirem, corremos o risco de não mais ver Vettel na nossa TV, não porque ele vai abandonar ou não fazer show, mas sim porque ele vai estar lá na frente, apenas administrando a monstruosa vantagem que tem como piloto e também de seu carro.

Na China, a Red Bull vai continuar fazendo uso de suas longas asas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Vídeo da semana

Na épica batalha de Spa-Francorchamps, em 2008, Fernando Alonso fez aquela aposta suicida de parar na penúltima volta (a chuva caiu forte poucas voltas antes do fim) para colocar os pneus de chuva.

Mesmo perdendo muito tempo nos boxes, ultrapassou quatro carros na última volta. Se tivesse parado uma volta antes, provavelmente teria vencido brilhantemente o GP.

É daqueles momentos de arrepiar e ficar sentado na beirada do sofá por causa da emoção. O vídeo mostra o que há de melhor na F1. Fora de série!

terça-feira, 6 de abril de 2010

GP da Malásia: Alguersuari e o toque de Deus

É certo que o GP da Malásia só foi tão interessante por causa da bagunçada classificação de sábado, judiada pela chuva. Entretanto, outros aspectos foram positivos para a melhora do espetáculo.

A batalha direta entre os jovens Alguersuari, Petrov e Hulkenberg foi digna de aplausos. A ultrapassagem do espanhol em cima do Hulk caracterizou a melhor disputa da prova de longe. A manobra lembrou muito a ultrapassagem de Piquet Jr. em Hamilton ano passado, em que dividiram três curvas lado a lado.

Jaime Alguersuari caiu de paraquedas na F1 ano passado ao ser convocado para substituir Sébastien Bourdais na Toro Rosso. O garoto não conseguiu pontuar e ainda andou atrás do outro Sebastian, o Buemi, praticamente o tempo todo.

Este ano Buemi parecia estar na posição de continuar batendo Jaime, mas quem tem dado show, além de pontuar primeiro, foi Alguersuari.

Segundo o piloto espanhol, o divisor de águas foi sua acirrada disputa durante quase 20 voltas com ninguém menos que Michael Schumacher no GP da Austrália.

"Michael me mostrou como pilotar um carro de F1 no limite com os outros pilotos", disse o espanhol. "Terminar o GP da Austrália e lutar contra ele me mostrou o caminho - como ser agressivo com outros pilotos. A corrida da Malásia funcionou desta forma com o (Vitaly) Petrov e o Nico (Hulkenberg). Foram brigas maravilhosas e muito limpas, como deve ser na F1".

A Toro Rosso parece estar especialmente rápida, embora, de acordo com Alguersuari, ainda tenha que trabalhar mais no setup de classificação.

Nas corridas no entanto o carro parece ser muito constante e bastante potente já que carros bem melhores como a Ferrari e a Mercedes não conseguiram ultrapassá-los nas corridas.

A distribuição de forças no meio do pelotão está bastante equiparada no que diz respeito ao ritmo de corrida. Ter mais um piloto como Alguersuari se colocando combativo e competitivo só vai servir para melhorar o espetáculo da F1.

Obrigado, Michael Schumacher!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

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Petrov: O negócio é o seguinte! Eu pago para estar aqui, então faz o favor de me tratar como o Alonso ou o Kubica!!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Por que a F1 atual precisa do reabastecimento

A F1 é um esporte de precisão. Um esporte onde as margens são ínfimas, a janela operacional dos carros é mínima e o espaço para erro praticamente inexistente.

A evolução da tecnologia levou os pilotos a se tornarem máquinas ainda mais precisas que aquelas que guiam fim-de-semana após fim-de-semana. Horas de simuladores, treino físico pesado e muitos testes fazem dos pilotos praticamente robôs. A diferença de performance entre o melhor e o pior piloto do grid é muito menor que a diferença de performance entre o melhor e o pior carro.

Os motivos acima, além de outros menos importantes, mas não menos decisivos, são a causa concreta da falta de ultrapassagens na F1. O resto são apenas conjecturas sem sentido.

Se uma disputa não pode ser resolvida na pista, ela tem que ser resolvida fora dela. A habilidade de ultrapassar, ser agressivo, frear mais tarde, intimidar, “mostrar o bico do carro”, tudo isso foi trocado pela habilidade do quartzo, aquele mineral colocado dentro do relógio que mantém o tic-tac preciso e constante durante décadas.

Os melhores pilotos hoje são as pedras de quartzo mais precisas. Aqueles que conseguem manter um nível de concentração, precisão e constância mais alto e inabalável possível são recompensados.

Então adianta Alonso andar mais que Massa, mas não ultrapassa-lo? Adianta Hamilton andar mais que Alonso e não ultrapassa-lo? Adianta Massa andar mais que Kubica e não ultrapassa-lo?

Por mais que o GP da Austrália tenha sido excelente para o (tele)espectador, os pilotos acima viveram estas situações durante toda a corrida. Então, se a tecnologia não vai andar para trás e os carros vão continuar muito semelhantes e criando dificuldades de ultrapassar, como resolver o problema?

O reabastecimento é a resposta.

O reabastecimento é a única forma, na F1 moderna, de recompensar a constância do melhor piloto. É por meio dele que as posições são trocadas e os pilotos realmente merecedores ocupam seus lugares de direito na bandeirada final.

Veja bem, leitor, que o reabastecimento não faz o espetáculo, mas ele é uma saída para que a F1 se mantenha competitiva do ponto de vista do campeonato, dos pontos, da mobilidade de um piloto e uma equipe dentro da tabela de pontos.

O CONTEXTO da F1 atual é que torna o reabastecimento um elemento imprescindível para se ter uma competição sadia e justa entre equipes e pilotos.

Não é exagero dizer que acompanhar corridas pelo Live Timing se tornou algo praticamente inútil. Não interessa quantos segundos um carro está mais rápido que outro (alguém se lembra do Bahrein?).

Não interessa se o carro tem mais ou menos performance com o pneu duro ou macio. Não interessa se o cara vai parar na volta 15 ou 20. Quando um parar, todos vão parar junto, pois agora a desvantagem é de quem para depois.


Tudo isso se torna irrelevante se a posição na pista não pode ser mudada pelos motivos elencados acima.

Se a F1 estivesse nos anos 1980, o reabastecimento seria inútil. Mas a F1 da era Schumacher, o reabastecimento é onde está a competição.

Muito se falou que as estratégias tornavam a F1 um esporte inacessível para o leigo, pois o que se via na TV não é o que de fato um instantâneo da prova (carros fora de posição, em "estratégias diferentes", etc.), mas ocorre que a F1 evoluiu demais e nas atuais condições, é impossível voltar atrás e tornar o esporte mais simples, pelo simples fato de ele NÃO O SER.

Em um dos textos do jornalista James Allen, um dos seus leitores postou a seguinte pensata sobre o reabastecimento:

O problema das novas regras é que se você tem um carro mais rápido e não pode ultrapassar na pista, não há NENHUMA estratégia de pitstop que o coloque na frente do outro piloto. Não há nada que possa ser feito. É realmente deprimente.

Por exemplo, se houvesse reabastecimento no GP da Austrália, Button poderia ter tomado sua decisão da mesma forma e alcançado a liderança, Massa e Alonso poderiam ter tomado a posição de Kubica. Alonso poderia ter passado Massa e Hamilton e Webber poderiam estar muito mais próximos dos primeiros.

O reabastecimento tem o poder de fazer com que o vislumbre da melhor estratégia seja muito mais difícil. Isso porque um carro mais leve com pneus novos é tão mais rápido que um carro cheio de combustível que é possível ultrapassar e ganhar uma vantagem.

Com as regras atuais, há uma solução de equilíbrio em que é SEMPRE melhor não parar para troca de pneus depois do primeiro pitstop, a não ser que todo mundo faça isso também. Ninguém vai fazer a parada a não ser que os pneus não consigam aguentar até o fim da corrida sem explodir. Não é esse o caso porque a Bridgestone cria os pneus para serem duráveis e eles estão na F1 para vender pneus!

Outro aspecto é o de que esses caras são os melhores pilotos do mundo. Eles VÃO tornar a ultrapassagem muito difícil porque eles têm a habilidade para fazer isso. [As soluções sugeridas] podem ser o caminho, mas ultrapassar um carro um pouco mais lento vai continuar sendo muito difícil, não importa o que seja feito. Então o reabastecimento e a oportunidade de passar outro carro por meio da estratégia são necessários para manter a F1 interessante.

Essa discussão continuará cerrada nos próximos meses, mas a princípio, a F1 urge repensar sua condição de esporte evoluído. É diante do contexto que o esporte deve se adaptar, e não de forma retrógrada ou reativa.

E você, o que pensa sobre isso?