terça-feira, 13 de julho de 2010

GP da Inglaterra: Lotus, passo a passo

Durante o GP da Inglaterra, uma ótima especulação foi colocada à prova pela imprensa internacional. A Lotus estaria negociando com a Renault para ser equipada com os propulsores da gigante francesa já a partir de 2011 e reeditar a parceria Lotus-Renault do início da década de 1980.

Segundo a BBC, o dono do time, Tony Fernandes, e o diretor técnico, Mike Gascoyne se reuniram com a cúpula da Renault na manhã de domingo em Silverstone.

Gascoyne, que se recusou a falar da Renault especificamente, disse que "(nós) temos um contrato com a Cosworth e estamos conversando com eles sobre maneiras de trabalharmos juntos no futuro".

É claro que isso significa mais do que apenas a F1, pois a Lotus é propriedade da Proton, gigantesca montadora de carros malaia, e uma parceria entre Renault e Proton irá afetar todos os produtos da companhia.

A Lotus, que desde que revelou sua pintura no início do ano ganhou total admiração deste blog, vem surpreendendo, e conquistando, os seus mais ferrenhos críticos, que discriminaram a equipe por querer ressucitar o lendário nome de Colin Chapman.

Fernandes, com Kova e Trulli: confiança no projeto

A equipe já mostrou a que veio ao contratar Kovalainen e Trulli, o finlandês um jovem piloto, mas com relativa experiência, e o italiano um dos três pilotos mais experientes da categoria.

A abordagem foi sempre profissional e correta, um projeto de médio/longo prazo com objetivos bem traçados e, claro, o reconhecimento de que o trabalho seria árduo.

Décimo por décimo, a equipe vai se aproximando dos times estabelecidos sem firulas e sem grandes comoções. Em Silverstone, Tony Fernandes comemorou muito a sólida prova da equipe, com os dois carros completando apenas uma volta atrás dos líderes.

Além disso, a Lotus, que se chama oficialmente Lotus F1 Racing, também está a um passo de conseguir da família de Collins o nome original, Team Lotus

Ainda segundo a BBC, a cúpula da F1 já trata a equipe como uma continuação oficial da antiga escuderia "british green", que tantas alegrias trouxe ao Brasil com Fittipaldi, Senna e Piquet.

Um comentário:

Daniel Médici disse...

Lotus trocando o Cosworth pelo Renault realmente parece uma manchete de 30 anos atrás. Será que eles vão tentar também contratar o Bernard Dudot como engenheiro de motores? E tirar o Doucarouge da aposentadoria para fazer o novo carro?

Muita gente em quem confio, como o Joe Saward, nutre a maior simpatia pelo Fernandes, diz que o cara é sério e tal. Mas mesmo assim o uso do nome Lotus me soa como uma apropriação indevida. Como diriam os professores de sociologia de Birmingham, as afinidades são eletivas - tambem o são as antipatias, e eu ainda não consigo reconhecer legitimidade na retomada da identidade Lotus. Por mais que Fernandes tente.

Aliás, e como ele tenta: o próprio Saward disse outro dia que ele tentou adquirir o Katteringham Hall, antiga sede do Team Lotus de Colin Chapman. Mas os atuais proprietários não aceitaram ceder.