Vamos dar uma olhada mais de perto em uma das equipes que se inscreveram para a temporada 2010 de F1, a espanhola Epsilon Euskadi. Por causa do nome praticamente desconhecido em terra brasilis e também no exterior em geral, a equipe tem sido relegada a mera sonhadora entre os times postulantes.
Após confirmar a inscrição de sua equipe para a temporada 2010, Joan Villadelprat, presidente da Epsilon Euskadi, deu uma importante panorâmica sobre a fôlego da equipe caso seja selecionada por Max Mosley para debutar ano que vem. Segundo ele, o orçamento para os próximos quatro anos da equipe na F1 já está acertado, conforme entrevista concedida por ele ao site Autosport.
A diferença entre nós e outras pessoas é que, primeiro, nós temos um projeto que é diferente de todos os outros, com um fim social, que é o que Max Mosley está procurando. Nós temos a escola de mecânica, a escola de engenharia, as categorias de base, do kart, a Fórmula Renault 2.0 até a World Series (da Renault).
Nós temos a infraestrutura, com um investimento de 65 milhões de euros (cerca de 180 milhões de reais), algo que nem todo mundo tem. Nós temos um túnel de vento, autoclaves, etc. E agora posso dizer que, se formos escolhidos, temos o orçamento assegurado para os próximos quatro anos.
Além disso, o dono da Epsilon disse não estar preocupado com o teto orçamentário. Segundo ele, a equipe fez as contas e, devido à sua larga experiência, ele sabe o quanto precisa para fazer as coisas da forma certa. "Nós temos o orçamento para fazer e eu sei disso porque tenho feito isso há muitos anos", disse.
Por fim, Villadelprat lembrou que o teto proposto é enganoso, porque há vários outros gastos, como marketing, pilotos e outras coisas. Isso sobe o orçamento para no mínimo 80 milhões de libras, mas não será incômodo para a Epsilon.
Depois deste depoimento cheio de confiança, vamos ver o que há por trás da futura equipe. Embora tenha apenas seis anos de vida, estreando na Nissan World Series em 2003, a Epsilon tem realmente uma das maiores infraestruturas entre as novas equipes, o que não pode ser desconsiderado.
Joan Villadelprat tem mais de 30 anos de experiência na F1 em equipes como McLaren, Ferrari, Tyrrel, Prost e Benetton, e amealhou cinco campeonatos de pilotos, dois com Schumacher, dois com Prost e um com Niki Lauda, além de três campeonatos de construtores.
Já o engenheiro-chefe, Sergio Rinland, também não é nenhum noviço na categoria máxima, tendo participado de equipes como Williams, Brabham e Benetton. Foi o designer-chefe da equipe Sauber antes da vinda da BMW e também da Arrows.
Mas não é a impressionante experiência desses dois senhores espanhois que eleva a Epsilon Euskadi a uma condição mais respeitável dentro do circo da F1. É sim o conceito por trás da fábrica da Epsilon, citado por Villadelprat no início do post, que é digno de orgulhar qualquer pessoa que tenha consciência social.
Por trás da velocidade e do dinheiro, Villadelprat vislumbrou, quando ainda era dirigente na F1, um local que pudesse contribuir com o parque tecnológico automotor de seu país, tornando sua fábrica um celeiro de talentos do design, pesquisa, desenvolvimento e produção, fechando um pacote completo de serviços e produtos.
O site da empresa explica que "este modelo de negócios traz vários benefícios sociais e econômicos à sociedade. Pessoas jovens e talentosas são atraídas para o esporte a motor e estimuladas de forma positiva a aspirar e alcançar objetivos. É um polo de atração de talento e inteligência de todo o mundo e beneficia a indústria em geral com novas oportunidades tecnológicas e infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento".
E haja infraestrutura! A fábrica da Epsilon se localiza em Azkoitia, em uma área industrial da Espanha, e ocupa um terreno de quatro mil metros quadrados, com todas as ferramentas que uma equipe precisa para desenvolver seus carros.
A fábrica da Epsilon tem inclusive um inovador curso de mestrado em parceria com a Universidade Mondragon. A grande vantagem do curso é o caráter altamente prático, onde mais de 50 mestrandos podem estudar, pesquisar e observar tudo relacionado à engenharia dos veículos automotores de rua e de competição em um senhor laboratório.
É claro que é cedo para falar em que equipes ficarão, que equipes sairão, o que vai acontecer, mas diante de tudo isso, este blog já tem uma equipe a quem apoiar, e essa equipe é a Epsilon Euskadi. Se não pelo estranho nome, se não pela tradição ou pela competitividade, que seja por uma postura de iniciativa diante da máquina de fazer dinheiro e engolir pilotos que se transformou a F1 moderna.
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5 comentários:
Olá,
Gostei do blog ;-)
Esta matéria é bem legal, pois sou uma das que estava tirando o maior sarro desta equipe e nem imaginava que ela tivesse uma boa estrutura... valeu pela informação e pelo post lá no meu blog.... já te adicionei em meus blogs favoritos tb...
bjos
Paty
Paty, obrigado pela visita.
Acho que é interessante esclarecer os fatos sobre essas novas equipes, que muitas vezes poderiam honrar com muito mais força um lugar no grid da F1, não é verdade?
Beijos!
Fora o nome horroroso, me parece que eles tem uma fabrica em condições de fazer um f1 bom.
E tem alguma tradição em corridas de longa duração.
Tem dinheiro e talvez fique mesmo se o teto for elevado pros tais cem milhões.
já venho acompanhando seu blog faz um tempo, daniel. boa análise da epsilon..eu já tinha lido antes, mas só agora pude comentar
criei um blog recentemente, e fiz um post sobre a classificação da turquia hj ...se puderem conferir...
http://historiasevelocidade.blogspot.com/2009/06/classificacao-e-pitacos-da-turquia-2009.html
Caramba o kra de cima diz verdade o seu blog esta muito loko
Comenta o meu também
:http://omelhordaformula1.blogspot.com/
Obrigado
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