
Entretanto, algumas observações pendem maior destaque.
O feito da Force India de Fisichella, ainda que monumental em si só, retrata fielmente uma temporada que teve como tônica um novo regulamento técnico.
A Force India fez pole position e terminou em segundo pressionando a Ferrari 4 de Raikkonen pelo mesmíssimo motivo que Hamilton venceu na Hungria, Barrichello venceu na Espanha, Webber venceu na Alemanha...
A lista segue e a loucura é tanta que nas últimas seis provas, a F1 viu seis vencedores diferentes, a saber:
- Button
- Vettel
- Webber
- Hamilton
- Barrichello
- Raikkonen
Há quem critique a imprevisibilidade do campeonato, pois consistência (após a derrocada de Button a partir da oportunista vitória na Turquia) se tornou artigo de luxo.
A falta de testes quase torna a adaptabilidade das equipes um lance de sorte, e certamente a Force India teve muita sorte, ainda que Vijay Mallya diga o contrário.
De todo modo, para os fãs, tudo se torna um grande ponto de interrogação e os méritos de equipes como a Force India, a BMW (que alcançou seu melhor resultado este ano) e a própria Brawn são constantemente colocados sob perspectiva.
Talvez, ao se observar a temporada até aqui, a única equipe que constantemente subiu, desenvolveu, buscou resultados cada vez melhores corrida após corrida foi a Ferrari.
E isso é um indicativo de duas coisas:
- é a mais poderosa e tecnicamente apurada equipe da F1 hoje e;
- em 2010, será muito certamente a equipe a ser batida.
Talvez a McLaren seja tão forte quanto, mas fato é que a temporada de 2009, por caótica que seja, mostra que quem domina os fundamentos e tem os recursos vai se manter no topo ou vai se recuperar rápida e consistentemente após um tombo.
Dito tudo isso, Kimi Raikkonen, sem a sombra de Felipe Massa, tem brilhado à bordo da única Ferrari competitiva de Maranello. Nas últimas três provas, o Homem de Gelo amealhou 24 pontos em 30 possíveis, com um segundo, um terceiro e um primeiro lugares.
Sozinho, Raikkonen conseguiu mais pontos que os três mais bem colocados postulantes ao título somados (20 pontos). Tivesse chegado em segundo em Valência teria feito o mesmo montante de pontos que os quatro primeiros somados (26).
Caso a Scuderia contasse com Felipe Massa no carro número 3, certamente o cenário seria ainda melhor para o time de Maranello.
Muito se falou da falta de motivação de Raikkonen, mas o fato é que, sem Massa para comparar, o finlandês parece pilotar melhor.
Entretanto, isso não é verdade.
O que mudou foi a performance do time vermelho e Raikkonen, piloto fantástico e campeão mundial, está apenas fazendo jus ao carro.
Massa foi e sempre será um adversário duríssimo para Raikkonen e é por causa do brasileiro que o finlandês não parece tão sensacional ao volante. Simplesmente porque Massa também é muito bom.
O campeonato está muito bonito e aberto. É uma pena que o caso Renault vá tomar tanto tempo dos fãs e cartolas da categoria nos próximos dias.