
Alguns detalhes, entretanto, continuam sem esclarecimento: a Williams é ou não é um bom carro?; Nico Rosberg é ou não um bom piloto?; Kazuki Nakajima é ou não é um péssimo piloto? Essas respostas podem não interessar a muita gente, mas cabe refletir sobre essa que, sem dúvida, é a dupla mais inusitada da F1 atual.

Kazuki Nakajima, filho do sempre presente na memória dos brasileiros Satoru Nakajima, entrou na F1 na última corrida de 2007, substituindo Alex Wurz. Já naquela corrida de estreia, o piloto japonês terminou em décimo, mas teve a quinta volta mais rápida da prova, batendo o próprio Nico Rosberg, quarto colocado no fim. Isso lhe rendeu elogios rasgados de Patrick Head e um contrato para a temporada de 2008.
Em 2009, a Williams tem frequentemente dominado várias sessões de treino nas sextas-feiras e, algumas vezes, feito o melhor tempo no Q1 e no Q2 no sábado, mas nunca transformou suas flying laps em bom ritmo de corrida como as Toyota fizeram.
Abaixo, uma comparação, corrida a corrida, entre Nakajima e Rosberg, tanto na classificação (primeira linha) quanto na prova (segunda linha).
Austrália
Rosberg 5º - 13º Nakajima
Rosberg 6º - RET Nakajima
Malásia
Rosberg 6º - 12º Nakajima
Rosberg 8º - 12º Nakajima
China
Rosberg 7º - 15º Nakajima
Rosberg 15º - RET Nakajima
Bahrein
Rosberg 9º - 12º Nakajima
Rosberg 9º - RET Nakajima
Espanha
Rosberg 9º - 11º Nakajima
Rosberg 8º - 13º Nakajima
Mônaco
Rosberg 6º - 10º Nakajima
Rosberg 6º - RET Nakajima
Turquia
Rosberg 9º - 12º Nakajima
Rosberg 5º - 12º Nakajima
Inglaterra
Rosberg 7º - 5º Nakajima
Rosberg 5º - 11º Nakajima

Não é difícil perceber, pelos resultados de Rosberg e por sua nítida evolução durante esta temporada, o quanto ele pode ser valioso pilotando para uma escuderia como a Brawn ou a McLaren, equipe esta com a qual ele já foi relacionado várias vezes pela imprensa especializada desde 2007.
Não há dúvida que ambos os pilotos são muito rápidos, mas o único da dupla que evolui a olhos vistos é Rosberg. Constante, quase sempre pontuando, terminou todas as provas e não deixa de colocar a Williams em evidência nos treinos, como faz Nakajima, embora com menos eficiência

Com a F1 se mantendo como está em 2010 e Rosberg já dizendo publicamente que pensa em correr para outra equipe, a Williams vai perder um grande patrimônio, pois o alemão ainda está na escalada para seu ápice técnico e físico e pode vir a ser um grande concorrente de Vettel, Hamilton e Alonso nas próximas temporadas. Resta saber, na dança das cadeiras da F1, quem vai pilotar para qual equipe.