terça-feira, 2 de junho de 2009

Toyota: da frente ao verso em seis corridas

Há pouco mais de dois meses, havia três sensações na F1: Brawn GP, Williams e Toyota.

Porém, o início do campeonato foi implacável com as "promessas" e tratou de separar os homens dos meninos. Se analisássemos o rendimento das equipes em um gráfico onde o eixo vertical fosse a performance e o eixo horizontal fosse a linha do tempo, veríamos o seguinte:

  • Brawn GP: constantemente no topo
  • Ferrari: linha ascendente aguda
  • Red Bull: linha ascendente leve
  • McLaren: constantemente entre o meio e o fundo (graças a Hamilton)
  • Renault: constantemente entre o meio e o fundo (graças a Alonso)
  • Williams: constantemente no fundo
  • Toyota: linha descendente aguda

Das promessas, apenas uma foi cumprida: a Brawn GP domina o certame.

A Williams ainda surpreende com sua velocidade pura em volta rápida, mas a inconstância de seus dois pilotos aliada a uma queda de rendimento no carro abastecido de combustível manteve a equipe de Sir Frank sempre distante dos pódios.

Todavia, a despeito da Ferrari batendo recordes sem pontuar, da McLaren deixando Lewis Hamilton bem longe de defender seu brilhante campeonato em 2008 e da BMW fazendo parecer com que Kubica e Heidfeld sejam os piores pilotos do grid, a grande decepção dentre as promessas é a Toyota.

Ninguém poderia imaginar que a equipe nipônica sofreria uma queda tão vertiginosa de rendimento em apenas quatro corridas. De ambos os carros pontuando nas duas primeiras provas e um último suspiro com a pole e o terceiro lugar de Trulli no Bahrein, a Toyota passou em branco nas duas últimas provas com uma performance sofrível.

Mesmo que Mônaco não seja referência para o real ritmo da equipe, a corrida de Barcelona não deixou dúvidas que o desenvolvimento do carro começou a andar para trás.

Num campeonato em que a turma do difusor parecia o bicho papão, a Toyota deixou de lado uma grande chance de se estabelecer firmemente como uma das três melhores equipes de 2009.

Mesmo assim, ainda mantém uma distância de 9,5 pontos sobre a Ferrari, mas que deve ser eliminada já na próxima etapa da Turquia, principalmente se continuarem a errar o alvo como têm feito até agora.

O grande problema parece ser o fato de a equipe não ter nem idéia da razão da queda de rendimento. Em uma entrevista, Timo Glock disse que os engenheiros esperavam uma boa performance em Mônaco, mas os problemas encontrados na classificação não "tinham razão óbvia" para terem ocorrido.

"Em Mônaco, o ideal é que você comece o fim-de-semana com um acerto que te agrade e apenas faça alguns ajustes para acompanhar a evolução da pista, mas isso não aconteceu conosco", disse Glock.

E justificou: "Tenho certeza que Mônaco foi uma exceção, pois nós fomos muito competitivos nas corridas anteriores, então acho que não teremos os mesmos problemas na Turquia. Ainda assim, temos que forçar a barra para entender o que ocorreu e melhorar o carro para as próximas provas".

Aparentemente Glock e Trulli passaram os últimos dias na fábrica da montadora japonesa em Colônia, na Alemanha, para ver de perto os diagnósticos sobre a saúde do TF109 e também dar uma força para os engenheiros que, obviamente, devem estar desapontados.

Ainda é cedo para dizer, mas a Toyota já vem dando sinais de querer se retirar da F1 e caso os seus carros não dêem a volta por cima nas próximas três corridas, é provável que a motivação se esvaneça. Ainda mais depois de ter perdido as chances mais reais de vitória da equipe com um dos maiores orçamentos do grid desde sua chegada à categoria em 2002.

2 comentários:

Bruno disse...

Olá, Daniel
Perdi a esperança na Toyota naquela corrida que largaram na frente e foram ficando para trás. Acho que o carro não piorou tanto, mas os outros melhoraram demais (Ferrari principalmente).
Os japoneses tem muito dinheiro, mas acho que falta um conhecimento maior da categoria, um nome forte comandando o time, além de um piloto de alto nível que consiga desenvolver o carro (Trulli e Glock são no máximo medianos).

O mesmo mal a Williams vem enfrentando. O carro começou prometendo, mas a dupla de pilotos não consegue desenvolver todo o potencial do projeto.

Ao contrário da Brawn. Se Button não é genial em acertos, tem o Barrichello. Aliado a isso, um homem forte, experiente e respeitado - Ross Brawn.

Veremos o que acontece na Turquia.
Abraços.

DGF disse...

Bruno, não sei se chego a perder as esperanças na Toyota, e tb não sei se Glock é de fato mediano (acho que ele tem muito potencial), mas realmente algo não funciona bem na equipe e desconfio que é o mesmo algo que nunca funcionou na Honda.

Na verdade, se vc for analisar, a Honda teve tudo isso que a vc disse que Toyota precisa, ou seja, grana, um nome forte comandando o time e dois bons pilotos, mas nunca decolou.

Iria decolar em 2009? Talvez, mas poderia decolar sem ser tão bem sucedida quanto a Brawn vem sendo.

Isso nunca saberemos!