O assunto em voga nas últimas semanas é o salário dos pilotos. O fato de Kimi Raikkonen, um fenômeno da F1, ter se tornado free agent causou um rebuliço na categoria.
O finlandês ainda está sem equipe e parece estar decidido a não aceitar salários menores do que espera receber, o que é ruim para todo mundo, inclusive para ele como piloto.
Agora, o grande protagonista das bancas de negociação é Jenson Button. O campeão desta temporada tem jogado duro com Ross Brawn em relação a seu salário.
Button não aceita continuar com o salário de 2009 depois de ter vencido o campeonato; espera no mínimo receber o que recebia antes na Honda.
Fala-se que o salário do inglês este ano foi de £3 milhões, £5 milhões a menos que em 2008.
Entretanto, Ross Brawn está irredutível em não mexer no salário de Button, o que causou ainda mais uma trava na dança das cadeiras da F1.
A McLaren aguarda pacientemente as negociações de Raikkonen e Button e não perderá a chance de ter algum dos dois pilotos para substituir Kovalainen.
Na edição de hoje do The Guardian, jornal inglês, Brawn deu uma entrevista dizendo que vai dar a Button uma "maior proporção de liberdade ao piloto e é o que provavelmente vamos fazer".
Isso significa que Button deve capitalizar ele mesmo sobre seu recém-vencido campeonato e conseguir patrocinadores por conta própria. Em outras palavras, ele vai correr atrás do próprio salário.
Ross Brawn não é noviço nas pistas e muito menos ingênuo no mundo dos negócios. O dirigente abre um interessante precedente para os anos vindouros.
A questão não é que Button vale pouco. São os outros pilotos que andam valendo demais e cujos valores de mercado estão distorcidos.
Sabedor deste contexto, Brawn está simplesmente negociando em patamares realistas condizentes com o orçamento de uma equipe ainda em fase de estabilização.
Se ele paga o que Button quer, se quiser se manter no topo com a Brawn GP, terá que pagar a outros pilotos quantias faraônicas quando tiver que substituir o inglês.
Brawn está agindo como um verdadeiro garagista, como Frank Williams, que sempre foi considerado "pão-duro". Mas ninguém comenta que a Williams é a única equipe tradicional de garagem na categoria, e isso se deve a uma gerência impecável de Sir Frank.
Ross Brawn segue agora o mesmo caminho para manter sua equipe dentro de níveis realistas de custos.
Dentro da nova F1 do teto orçamentário, os pilotos vão obrigatoriamente precisar repensar seu posicionamento nas negociações e saber buscar valor onde ele realmente é dado.
A chance de Button assinar com a Brawn é grande por causa do histórico entre eles, mas é cada vez mais provável que o piloto não terá o que está pleiteando. Ponto para Ross Brawn.
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5 comentários:
Sei lá, pode ser marra, mas acho que o Button merece uma majorada no salário sim. Afinal foi campeão.
E Raikkonen ganhava o justo, mas a equipe, segunto ele, não o valorizava e nem queria saber dele.
Groo, não falei nem ninguém falou que ele não deve ter um aumento. O lance é que ele não deve ter o aumento que ele QUER, mas sim o que o Ross quiser pagar.
Agora, pelo que o Ross disse, ele não tá querendo é aumentar em nada o salário. Aí talvez eu ache um exagero, mesmo que Button seja um dos que mais fatura com patrocínio na F1.
Tudo bem, mas essa liberdade comercial garantida por Ross já será um bom caminho para Button.
Como campeão do mundo o que não vai faltar é empresa querendo patrociná-lo. Ross realmente fez uma jogada de mestre!
O problema do Button é que lhe faltam muitos stickers no fato de competição. O mesmo se passa com o carro da Brawn. Patrocinadores precisam-se urgentemente. Para ambos.
Ernesto Sousa
Ainda não entendo o SUPER VALOR que a imprensa, torcedores e jornalistas de F1 dão ao Raikkonen. 9 temporada em uma das duas melhores equipes da F1 e apenas um título é muito pouco na minha opinião.
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