Quem ainda não acha que tire management é o ponto-chave para as equipes na temporada 2009 de F1 deve rever seus conceitos.
O GP da Hungria de F1 mostrou algumas coisas bastante inusitadas, mas, é bom lembrar, não permitiu concluir nada. Foi praticamente um treino de sexta-feira.
Sabe-se que a Renault vem evoluindo corrida a corrida. Talvez não como ano passado, mas Alonso nunca esteve tão pronto para dar o bote.
Sabe-se que a Ferrari está muito próxima da vitória, embora tenha sofrido um duro golpe com a ausência de Felipe Massa na corrida e no restante do ano.
Sabe-se que a McLaren chegou à vitória, mas seria a mesma coisa com Felipe Massa na pista? Seria a mesma coisa com Vettel atrás (ou à frente) de Hamilton? Enfim, seria?
E a Brawn? O que se sabe sobre a equipe branca?
Um curioso dado da corrida de Hungaroring mostra uma equipe que, pela primeira vez, andou mais nos pneus mais duros que nos mais macios.
Ainda que o intervalo dos pneus tenha sido o simples, ao contrário do duplo de outras corridas, Jenson Button foi um segundo mais rápido por volta no stint em que usou os pneus mais duros do dia.
O interessante é que, pouco antes de seu primeiro pit-stop, o inglês reclamou muito do carro e do graining nos pneus, ao que a equipe lhe indagou com quais compostos queria que seu carro fosse calçado.
Sem titubear, Button respondeu “option” (o “apelido” dos pneus mais moles do dia em qualquer corrida). Pior, o stint era longo e ele e a equipe já sabiam que os pneus iriam se degradar rapidamente.
Na sua segunda parada, Button finalmente calçou o carro com os pneus mais duros, até para seguir a regra de alternar pelo menos uma vez os compostos durante a prova.
Com isso, andou um segundo inteiro mais rápido que nas 10 melhores voltas dos stints anteriores na média dos tempos, conforme a tabela a seguir:
Para um panorama ainda mais claro sobre o quão importante tire management é este ano, das oito melhores voltas da corrida, apenas duas –de Hamilton e Webber– tinham carros com os pneus moles.
Que não se iluda quem pensa que apenas o túnel de vento e grana resolvem os problemas das equipes.
Com o banimento dos testes, a interação entre chassi e pneu na pista fica para ser avaliada apenas nos treinos de sexta e sábado... e isso pode ser traiçoeiro.
Jenson Button saiu sorrindo dos treinos de sexta-feira por achar que o carro estava se comportando bem na temperatura húngara, mas descobriu da pior forma que tudo ia dar errado... quando nada mais dava tempo de dar certo.
Está na hora de Ross Brawn usar seu gênio estrategista e compensar a queda de desempenho da Bran com táticas inteligentes e eficientes que diminuam os danos causados pelas Red Bull à liderança de Button, coisa que não tem sido feita.
O campeonato está em aberto. E, assim como Button, Mark Webber não está muito afim de desperdiçar aquela que talvez seja sua única chance de levar um título mundial.
Só resta agora aguardar... e torcer por Felipe Massa. Será a maior mancha do campeonato e uma tremenda pena acabar com a recuperação e a evolução do piloto brasileiro, que prometia dar muita dor de cabeça não só a Raikkonnen, como também a seu arquirrival Lewis Hamilton e, claro, às Red Bull e à Brawn.
Forza, Felipe!
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