Nosso amigo Itamar conta agora casos engraçados e curiosos que só aqueles que trabalham no circuito de Interlagos poderiam viver...
Vários casos curiosos aconteceram nesses anos. Um dos GPs mais engraçados talvez tenha sido o de 2003. Tínhamos certa amizade com o motorista do Barrichello e, no sábado, escutamos a transmissão do treino oficial graças ao áudio da Alfa 156 Sportwagon 2.0 do piloto. Curioso que sou, até sentei no banco do motorista para dar uma olhada nos comandos, no volante de madeira, etc.
Quando ele marcou a pole, o autódromo veio abaixo. O som da torcida celebrando o momento me deu muito mais arrepios que a Jordan do Takuma Sato. Era dia do meu aniversário, meu piloto preferido estava na pole, eu ouvi o treino dentro do carro dele e ainda tirei um sarro do Gino Rosato que havia me sacaneado na manhã perguntando quem era o nº 1.
Respondi que no Brasil era Barrichello e aguardei pacientemente pela sua volta. Ele estava dirigindo para o Schumacher, numa Alfa 156 Sportwagon 2.5 V6 azul. O massagista indiano também costumava chegar junto dos dois. Mas o alemão não circulava no estacionamento; o gordo de cavanhaque o deixava próximo aos boxes.
No domingo de manhã, quase todos os pilotos haviam chegado. Montoya chegou apontando o carro em direção a um rapaz da equipe, que tentou impedir que sua X5 fosse estacionada em local não permitido. Sua educação não permitiu que nutríssemos simpatia por ele; seu então companheiro Ralf, igualmente mala, era muito mais fácil de lidar.
O clombiano respondia “non” a todos que se aproximassem; já Sato e Villeneuve eram os mais populares do estacionamento, sendo que às vezes apareciam caras como Alex Dias Ribeiro. Em um dos anos ele apareceu no autódromo, e alguém me perguntou quem era aquele baixinho de moto. Um absurdo não saber quem era o Alex.
A maioria do pessoal esperava Schumacher, Alonso e Barrichello. Cristiano Da Matta, por exemplo, foi pouco assediado. O público conhecia mais o Pizzonia, esperança brasileira na época.
Voltando ao colombiano, o gorduchinho foi advertido sobre a infração assim que desceu do carro. Correndo, nos deixou falando sozinho, comunicando que voltaria rápido. E a melhor parte foi quando ele abandonou precocemente, se não me falha a memória, na 25ª volta (2003). Voltou bravo e ainda ouviu a gozação do Portuga, o cara mais sangue quente da equipe que gritava em alto e bom som: “Bem que você falou que ia voltar mais cedo mesmo! Você é bração, você se f*deu, %$#@&$#%”. Foi o momento mais hilariante de 2003.
E o colombiano foi vencer em Interlagos nos dois anos seguintes...
Leia os demais relatos de Itamar em Interlagos aqui e aqui.
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Um comentário:
Nessa pole do Rubinho eu fiz parte do coro.. foi o melhor dos três dias de 2003, ou, pelo menos, o único que não choveu. Daquele ano, foi o dia que eu mais curti.
Bem legais as histórias desse cara, mas caramba, esse tal de Portuga deve ser um tremendo sem-noção.
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