terça-feira, 3 de agosto de 2010

GP da Hungria: testemunha ocular

Hungaroring foi testemunha de um massacre que há muito não se via. Talvez desde 1992, com a Williams "de outro mundo" que Senna tanto admirava e com a qual o "Leão" Nigel Mansell levou seu único título mundial.

No GP da Alemanha de 2009, Mark Webber teve uma largada ruim e perdeu a posição para Rubens Barrichello. Na briga até a primeira curva com Rubens, o australiano foi desleixado, jogou o carro em cima da Brawn e acabou punido com um drive-through.

Mesmo com a punição, Webber ainda foi rápido o suficiente para fechar em cima de Rubinho, destruir a estratégia de três paradas do brasileiro e vencer a folgados nove segundos de Vettel e 15 de Felipe Massa, o primeiro piloto de outra equipe que não a Red Bull.

Esta dominância foi amplificada este ano. No GP da Hungria, a RBR alcançou o maior domínio em uma corrida até agora. Para se ter uma ideia da disparidade, em 2009 algumas corridas tinham os 10 primeiros separados por no máximo sete décimos de segundo.

Em Hungaroring, pista que só não é menor que Monte Carlo, Interlagos e Montreal, a pole de Vettel era astronômicos três segundos mais rápida do que o 10º colocado, Nico Hulkenberg. Essa diferença de performance em um esporte altamente competitivo como a F1 é considerada estapafúrdia. Não à toa, os adversários estão de olho no carro dos rubrotaurinos desde o início do ano para saber se há algo de errado com ele

É bom lembrar que o fato de uma pista ser pequena relativiza a distância entre os competidores. Quanto menor a pista, menor será a distância nominal entre um e outro.

Em outras palavras, uma distância de dois segundos na Bélgica (uma pista longa) seria o mesmo que um segundo em Interlagos (uma pista curta). Então, a distância de três segundos de Vettel sobre Hulkenberg seria de mais de cinco segundos numa pista longa como Spa-Francorchamps. Sim, mais de CINCO segundos para o DÉCIMO colocado.

Mas mais do que isso, como provado ano passado e em outros anos, o verdadeiro campeão é aquele que, ao ter à sua disposição o melhor carro, amplia sua vantagem para os outros de forma exponencial. Ao contrário de Vettel, Webber, quando dominou, o fez de tal forma que a concorrência foi esmagada, atrofiada, desfigurada.

Existe um certo desânimo das outras equipes de ver a RBR tão rápida, mas é bonito de se ver uma equipe sendo elevada ao topo por um piloto que, se não é consistente, é destruidor no seu dia de rei. Mark Webber não tem quatro vitórias à toa e teria tido uma quinta na Turquia caso Vettel não tivesse jogado tudo para as cucuias.

O campeonato continua apertado por questão de detalhes, mas a verdade é que Mark Webber merece mais do que nunca levantar o troféu ao fim do ano e entrar para o panteão dos grandes. Sua união com a Red Bull finalmente lhe renderá os frutos que, talvez, nem ele acreditasse que um dia colheria.

4 comentários:

Anônimo disse...

O chefe da Renault, acredita que a equipe vem tendo um desempenho muito melhor principalmente pela atitude positiva de Robert Kubica.
“Competência, devoção e espírito de equipe, isso muda completamente o cenário, Kubica não divide a equipe, essa era a maior fraqueza no ano passado, a total falta de comprometimento do piloto”.
“Alonso de volta à Renault após a situação que ele criou na McLaren e tendo contrato já assinado com a Ferrari, Fernando sabia que iria sair, quase aniquilou a Renault, um piloto que é muito difícil de se trabalhar, bastante arrogantes e impulsionando a Renault na direção errada, foi o principal componente que estava errado, como ele divide tenho pena do ambiente na Ferrari, tanto a Renault e a Mclaren já passaram por isso”.
“Kubica, trouxe novos ares e muita motivação, ele é muito dedicado e tem uma capacidade de unir”.
Felix

Ron Groo disse...

Webber é responsável por mudança nos conceitos de muita gente, inclusive eu.
Nunca o imaginei sequer vencendo gps, quanto mais disputando e com chances reais de ganhar um titulo.

Anônimo disse...

Com informações de jornais europeus, algumas equipes da F-1 terão de reforçar a rigidez de suas asas dianteiras antes do GP da Bélgica.
Red Bull e Ferrari, depois de tantas vantagens nas ultimas corridas, com as asas se movimentando visualmente a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) está sendo obrigada a realizar novos testes, dando quase um mês para que essas duas equipe reforcem onde são fixadas as asas fronteiras, para tentarem passar nos novos testes de carga e flexibilidade após acatar as reclamações das outras equipes.
“A FIA nos informou sobre a mudança nos testes de carga e nós vamos ter que reforçar totalmente essa área, penso que isso não afetará nossa competitividade”, teria dito um membro da Ferrari.
Felix

Vitor, o de Recife disse...

Convenhamos, tá merecendo muito mais o campeonato do que o Vettel...