1 - Alonso
O espanhol foi simplesmente destruidor em 2010. Quando Alonso assinou com a Ferrari, o Splash-and-go levantou alguns pontos sobre o futuro dele e de Felipe Massa de acordo com situações específicas no campeonato. Por um capricho do destino, nenhum dos desdobramentos se concretizou da forma como foi posto, mas o fato é que Felipe não ajudou em nada a Ferrari este ano antes do episódio de Hockenheim. Depois então, nem se fala. De todo modo, Alonso foi bastante paciente no início do ano com Massa, se mantendo atrás do brasileiro, sempre mais lento, em algumas corridas sem forçar a barra até o GP da China.
A partir daquele momento o espanhol deu o tom do resto da temporada em relação ao brasileiro, quando o ultrapassou na entrada dos boxes. Da Alemanha em diante, em nove corridas, Alonso fez a pole em duas, fez volta mais rápida em três, venceu quatro, conseguiu um segundo lugar, dois terceiros e o infame sétimo lugar de Abu Dhabi além, é claro, do abandono em Spa.
Foram 154 pontos (17,1 por corrida) contra 135 de Vettel (15 por corrida), que conseguiu se manter na parada por se beneficiar de sua boa primeira metade de campeonato para levar a vantagem sobre o asturiano. Por muito pouco o espanhol não fez o que dele se esperava, mas sua temporada, embora tenha começado errática (mesmo com a sortuda vitória do Bahrein), se mostrou fortíssima. Com a mesma média de pontos da segunda metade do campeonato na primeira metade, Alonso teria feito estrondosos 308 pontos, com oito vitórias em 19 corridas. A Ferrari é franca favorita em 2011 e o espanhol tem tudo para levar o tri quando as luzes se apagarem no deserto barenita.
2 - Vettel
O mais jovem campeão mundial da história da categoria quase foi traído em parte pela fragilidade de seu equipamento, é verdade, mas também por sua já conhecida afobação (ganhou o apelido de Crash Kid após o entrevero com Jenson Button em Spa). Isso tudo não lhe tirou o brilhantismo, com 10 pole positions no ano e 10 pódios dos quais cinco esteve no degrau mais alto.
Mesmo com todas as lambanças feitas, Vettel ainda ganhou o campeonato, o que demonstra que ele realmente sobraria caso estivesse em seu ápice psicológico e sua equipe lhe desse um carro 100% infalível. O alemão só não está no topo dessa lista porque Mark Webber conseguiu desestabilizá-lo de uma forma que os grandes campeões nunca se deixariam levar. Daqui pra frente, Vettel tem grandes chances de se tornar uma lenda no automobilismo, mas Alonso ainda será uma grande pedra espanhola em seu caminho.
3 - Webber
Mark Webber reclamou muito, chorou muito, implicou muito... mas correu muito também. As reclamações do australiano foram compensadas por performances arrebatadoras e, em muitos casos, dignas do campeão do ano. Mas mesmo com toda a simpatia que ele angariou por ser o underdog de 2010 e sua forma maldosa de tirar o chão de seu companheiro de equipe, Webber não teve estofo o suficiente para bater o jovem alemão.
Isso não quer dizer que não esteja entre os três melhores pilotos do ano. Webber está, e com autoridade. E muito em função de seu histórico discreto na categoria. Ninguém esperava que ele fosse se colocar na briga dos grandes este ano, mas se colocou e se impôs com um respeito poucas vezes visto, como na dobradinha do GP da Espanha e de Mônaco, em que fez a pole e venceu com folga. Em 2011, Webber terá mais uma chance de mostrar que merece estar no panteão dos campeões, mas será difícil, muito mais difícil que 2010.
A ver.
4 - Hamilton
Na lista dos melhores 10 pilotos na opinião dos chefes de equipe da F1, Hamilton veio em terceiro e na lista da Autosport (Mark Hughes), o piloto inglês encabeçou os nomes. Sim, Hamilton foi rápido, venceu três vezes com autoridade e bateu Button com facilidade. Facilidade porque desperdiçou muito mais pontos que o companheiro (Button só zerou em Mônaco e Spa) e mesmo assim ficou adiante do campeão de 2009. Indicativo de sua boa performance é que Hamilton fez a melhor volta cinco vezes em 2010, sendo duas nas duas últimas corridas do ano.
O campeão de 2008 também fez um excelente trabalho nos treinos de classificação e foi basicamente aí que ele realmente bateu Button com respeito. Entretanto, o jovem piloto inglês ainda depende –e briga- muito com sua equipe. A autoridade que Alonso tem na pista, Hamilton apenas sonha em ter. E é por isso que, mesmo com o segundo carro mais rápido do grid durante quase todo o ano, o piloto ficou atrás de Webber e de Alonso, que quase venceu o campeonato. São detalhes, mas que na F1 se tornam um mundo de diferença. Na pista, é top 3, mas no geral, ainda fica devendo.
5 - Button
É uma coincidência interessante que esta lista dos cinco melhores pilotos do ano coincida com as suas posições na tabela do campeonato. Muitos puseram Kubica e até Rosberg entre os cinco melhores pilotos de 2010, mas Jenson Button, se não fez uma temporada brilhante, mostrou muitas das qualidades que o levaram ao campeonato de 2009.
Além de duas vitórias incríveis em condições extremamente difíceis, Button conseguiu cinco pódios com três segundos e dois terceiros lugares. Sua performance em corrida foi sempre muito constante, conseguindo muitas vezes recuperar posições importantes quando largava atrás.
No entanto, o defeito de Button foi exatamente esse. Largar atrás. Sua performance em classificação em relação a Hamilton foi frustrante. E de nada adianta um bom ritmo de corrida se você está ganhando exatamente as posições que deveriam ser suas já no sábado. Por isso Button acabou correndo atrás do próprio rabo a temporada inteira, e isso foi o suficiente para tirá-lo da briga mais cedo que todos os outros acima.
O que preocupa em Button é sua aparente tranquilidade com o banho-maria que levou de Hamilton este ano. Para vencer o companheiro e ter reais chances de título, Button não deveria estar nada satisfeito. Mesmo na lista dos cinco melhores de 2010, o campeão de 2009 deve tomar muito cuidado para não se tornar um novo Trulli ou Fisichella. E idade para isso ele já tem.
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2 comentários:
Discordo diametralmente... Alonso tinha uma Ferrari, logo o que fez foi o que tinha de ser feito.
Kubica pilotou melhor que ele durante o ano.
Koba entra fácil no lugar de Webber, que embora tenha disputado o título, foi imprudente e burro.
De resto beleza.
Ron, entendo seu ponto de vista, mas, sinceramente, a Ferrari esteve longe de ter um carro dominante este ano e o Alonso não ganhou o título por detalhe.
Esse ano ele mostrou uma capacidade de reação característica de pilotos como ele que me deixou boquiaberto.
Isso sem falar no baile que deu em Massa, o que não é pouca coisa.
Na minha opinião, a Ferrari poucas vezes foi superior à McLaren este ano e ainda assim Alonso bateu Hamilton e Button até com facilidade. Coisa de gênio.
Quanto ao Kubica, teve um ano muito muito bom sem dúvida. Talvez devesse estar no lugar do Button nessa lista, mas ao mesmo tempo considero a temporada de Button muito boa por estar sempre colado no Hamilton.
Enfim, listas são assim... difíceis.
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