terça-feira, 21 de dezembro de 2010

2010 - As cinco maiores decepções do ano

1 – Massa

Ao menos no Brasil, Felipe Massa chega perto da unanimidade quando o assunto é decepção. Talvez não tanto por ter sido derrotado por Alonso, mas sim pela margem que o espanhol colocou sobre o brasileiro. Foram 108 pontos de diferença, o que significa que o vice-campeão de 2010 marcou em média 5,6 pontos a mais que Massa por corrida. Cinco pontos é quase o que o sétimo lugar ganha ao fim de cada fim-de-semana. Pilotos como Kobayashi, Hulkenberg e Liuzzi tiveram como melhor colocação no ano um sexto lugar enquanto a melhor colocação de Buemi na Toro Rosso foi um oitavo no Canadá. Com a mesma máquina, Felipe teve uma diferença (negativa) constante para Alonso ao longo do ano.

A temporada de Massa se resume em sua ausência da foto acima

Não interessa aqui apontar as razões para essa performance fraca de Massa, um vice-campeão mundial de F1. O fato é que se esperava mais dele, muito mais. Por ter marcado apenas 57% dos pontos de Fernando Alonso durante o ano, Felipe Massa foi a maior decepção de 2010.

2 – Schumacher

No resto do mundo, a briga é ferrenha entre Schumacher e Massa como maiores decepções do ano. O heptacampeão ganha o benefício da dúvida no entanto por causa de seu hiato de três anos fora da categoria. Isso não impede que houvesse por parte dos fãs da F1 uma grande expectativa sobre a performance do alemão. A exemplo de Massa, ninguém esperava que Schumacher levasse um passeio de Rosberg. E foi um grande passeio. Nico marcou praticamente o dobro de pontos de Schumacher (50,7%) e raramente brigou com o veterano lado a lado na pista, pois largou na frente 13 vezes e se manteve lá, chegando a três pódios no ano. Sempre que foi promessa, Schumacher correspondeu às expectativas. Pela primeira vez Michael não deu conta do recado, mas na F1, como na vida, promessa é dívida. Embora a Mercedes faça mistério e Schumacher diga que os novos pneus vão ajudá-lo, a vida tende sempre a ser mais difícil não só para ele, mas para todo o restante do grid.

3 – Heidfeld

Como toda sua carreira, Heidfeld mais uma vez foi discreto como lhe é de costume. Voltou sem barulho, correu quatro corridas e voltou para o ostracismo. Talvez não seja de todo justo colocá-lo nesta lista, mas Quick Nick é o homem que bateu Kimi Raikkonen, Felipe Massa e Robert Kubica. Um currículo invejável na F1 atual. Embora passe despercebido, Heidfeld tem um séquito de seguidores, fãs e admiradores espalhados pelo mundo que torceram como nunca para que ele conquistasse a vaga de titular na Mercedes depois de duas tentativas frustradas de ingressar na McLaren. Quando foi anunciada a substituição de Pedro de la Rosa pelo alemão, muitos vibraram com a perspectiva de vê-lo digladiar-se com Kamui Kobayashi. Mas pura e simplesmente, Kamui bateu Heidfeld em três das quatro corridas, tanto em classificação quanto nas provas. Noves fora, um resultado que certamente foi o último prego no caixão do piloto alemão na F1.

4 – di Grassi

Colocar um piloto de uma das novas equipes nesta lista é temerário, mas ao se comparar a temporada de todos eles, é fácil perceber que Lucas di Grassi foi o piloto que menos conseguiu combater seu companheiro de equipe, principalmente na classificação. Perder para Glock desta forma diz mais sobre o brasileiro do que sobre Timo, que não é nenhum top de linha da categoria, embora tenha tido seus momentos. Por di Grassi não ser um nome “de grife” no Brasil, sua entrada na F1 foi pouco comentada, mas, ao mesmo tempo, sua condição de franco-atirador lhe dava menos pressão para trabalhar e tentar cavar seu lugar na F1. Ao fim de 2010, di Grassi foi chutado pela Virgin para a entrada do belga Jerome D’Ambrosio. Cereja no bolo.

5 – Liuzzi

Ao lado de Hulkenberg e Petrov, o italiano da Force India foi o único piloto a marcar menos da metade dos pontos de seu companheiro. A diferença é que Liuzzi é um piloto experiente, enquanto que Hulkenberg e Petrov estavam em suas temporadas de estreia. Além disso, o alemão, que figurou na lista do Splash-and-go dos melhores pilotos em carros não vencedores, teve uma temporada de ascensão, enquanto Liuzzi começou bem, mas acabou por cima do carro de Schumacher no GP de Abu Dhabi. Quando substituiu Fisichella em 2009, Liuzzi teve boas performances enquanto o enferrujado Luca Badoer e o próprio Fisichella, que correu pela Ferrari substituindo Massa, fizeram corridas para esquecer. Este ano era de se esperar que evoluísse e desse combate ao talentoso Sutil. O que se viu no entanto foi um banho do alemão, principalmente na classificação. O assento de Liuzzi em 2011 talvez estivesse melhor aproveitado por pilotos como o próprio Paul Di Resta, test driver da Force India, ou Bruno Senna, que parece estar cada vez mais próximo da porta de saída da F1.

2 comentários:

felipe_rsl disse...

Só não concordo em colocar o diGrassi nessa lista.
Um piloto novato, numa equipe novata não tem como decepcionar já que não havia muita perpectiva sobre seu desempenho.
Ainda mais que por ser "experiente" o Glock sempre tinha um carro mais atualizado do que o diGrassi.
Enfim.. cada um com sua opinião.
Gostaria de ver ele numa equipe média e grande.
abraços

Ron Groo disse...

Heidfeld entrou tarde na brincadeira e com um carro meia boca e um companheiro de equipe sensacional.
Mas beleza.
De resto ta tudo ok.