O Splash-and-go paralisa suas atividades nesta data por motivos de força maior e sem previsão para retorno.
O autor agradece aos leitores que se mantiveram fieis a este recanto virtual do automobilismo.
Que essa bandeira vermelha não dure para sempre...
segunda-feira, 20 de junho de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
GP de Mônaco: a bandeira vermelha
Quem diria que o GP de Mônaco seria tão sensacional como foi desconsiderando o fato de que, se em anos anteriores sempre o pole não conseguiu vencer, foi porque a corrida foi confusa, mas nunca disputada e emocionante.
Graças a Mônaco, pilotos como Jarno Trulli e Olivier Panis têm em seu currículo uma única vitória na F1, mas pelos motivos errados. Neste domingo, levou a corrida o piloto mais competente e houve disputas genuínas, se não um pouco exageradas, durante toda a prova.
Mas a bandeira vermelha... Ela acabou com um fim de corrida que seria bastante interessante. E muitos fãs ficaram com a pulga atrás da orelha em relação às mudanças de pneus que os carros sofreram enquanto ficaram parados no grid.
Pois bem, Fábio Seixas foi buscar no regulamento e descobriu que é perfeitamente normal que os carros possam trocar os calçados borrachudos enquanto a poeira não baixa, mas o fato é que essa regra existe não para casos como visto no principado.
A real finalidade da regra é que a maioria das interrupções de prova/treinos ocorre devido ao clima. Ou seja, chuva torrencial. Daí, carros podem trocar os pneus por de chuva e podem continuar correndo sem o perigo de se arrebentarem na primeira curva.
Mas essa regra, tão inteligente, foi na direção diametralmente oposta no domingo, causando um efeto mais do que burro no fim da prova. O artigo foi mal redigido e certamente deve ser revisto agora, prevendo que, apenas em casos de chuva torrencial, os carros podem trocar os pneus sob bandeira vermelha.
Se a organização da prova não queria que a corrida terminasse sob a batuta do safety-car, a regra da troca de pneu apenas trocou uma formalidade por outra e permitiu que Vettel selasse sua vitória em um fim de corrida "normal", mas apenas burocrático.
São detalhes... e pela primeira vez em um bom tempo os fãs reclamaram de uma adversidade ocorrendo, em vez de o contrário, quando há apenas alguns meses, todos rezavam para Deus e o mundo para que houvesse uma bandeira amarela, um safety-car, um acidente, para que a corrida fosse chacoalhada e as variáveis realinhadas.
Sinal dos tempos...
Graças a Mônaco, pilotos como Jarno Trulli e Olivier Panis têm em seu currículo uma única vitória na F1, mas pelos motivos errados. Neste domingo, levou a corrida o piloto mais competente e houve disputas genuínas, se não um pouco exageradas, durante toda a prova.
Mas a bandeira vermelha... Ela acabou com um fim de corrida que seria bastante interessante. E muitos fãs ficaram com a pulga atrás da orelha em relação às mudanças de pneus que os carros sofreram enquanto ficaram parados no grid.
Pois bem, Fábio Seixas foi buscar no regulamento e descobriu que é perfeitamente normal que os carros possam trocar os calçados borrachudos enquanto a poeira não baixa, mas o fato é que essa regra existe não para casos como visto no principado.
A real finalidade da regra é que a maioria das interrupções de prova/treinos ocorre devido ao clima. Ou seja, chuva torrencial. Daí, carros podem trocar os pneus por de chuva e podem continuar correndo sem o perigo de se arrebentarem na primeira curva.
Mas essa regra, tão inteligente, foi na direção diametralmente oposta no domingo, causando um efeto mais do que burro no fim da prova. O artigo foi mal redigido e certamente deve ser revisto agora, prevendo que, apenas em casos de chuva torrencial, os carros podem trocar os pneus sob bandeira vermelha.
Se a organização da prova não queria que a corrida terminasse sob a batuta do safety-car, a regra da troca de pneu apenas trocou uma formalidade por outra e permitiu que Vettel selasse sua vitória em um fim de corrida "normal", mas apenas burocrático.
São detalhes... e pela primeira vez em um bom tempo os fãs reclamaram de uma adversidade ocorrendo, em vez de o contrário, quando há apenas alguns meses, todos rezavam para Deus e o mundo para que houvesse uma bandeira amarela, um safety-car, um acidente, para que a corrida fosse chacoalhada e as variáveis realinhadas.
Sinal dos tempos...
terça-feira, 10 de maio de 2011
GP da Turquia: qual F1 o povo quer?
Antes de mais nada, a pista construída por Hermann Tilke na Turquia vai fazer muita falta para a F1. Por mais que o público seja fraco e o país tenha virado as costas para a categoria, a pista é realmente uma das três obras-primas do designer alemão.
E mais uma vez, após a quarta corrida do ano, o que mais se fala por aí é sobre a artificialidade ou não das corridas, e não das corridas em si. Isso é preocupante, porque está estabalecendo um precedente perigoso.
Realmente, mesmo indo para a quinta etapa do campeonato, agora em solo europeu, fica difícil chegar a uma conclusão sobre os gimmicks utilizados pela FIA/FOTA/FOM para melhorarem as corridas.
Ficam as hipóteses. Se houvesse apenas os pneus Pirelli, eles já teriam dado conta do recado e deixado as corridas mais instáveis. Caso fosse só o KERS, teria resolvido a questão de carros rápidos ficando atrás de carros lentos. Caso fosse a asa móvel, ela também teria dado conta sozinha (até demais) dessa mesma questão...
Reclamou-se do ponto escolhido na pista para o acionamento da asa. Reclamou-se da instabilidade suprema dos pneus italianos, que desencadeou milhares de pit-stops a mais que o previsto. Reclamou-se do fato de a Red Bull, mesmo sem KERS, destruir a concorrência.
Mas continua a pergunta: que F1 o povo quer assistir? Será que dar ao povo o que ele quer significa dar o melhor ao povo? Ou seria melhor educar o povo a receber o que é bom pra ele?
Existe uma claríssima divisão entre os apoiadores dos novos recursos e os que acham que as regras foram longe demais. E há, claro, aqueles que defendem a volta do reabastecimento, que é o caso do autor deste blog ainda hoje.
A verdade é que do ponto de vista da audiência, aparentemente é bom para a F1 que as regras mudem tanto, pois sempre haverá um ar de curiosidade sobre a próxima temporada. O problema com a era Schumacher era justamente a falta de novidades realmente modificadoras do status quo.
Mas fora todo o debate nos bastidores, a corrida foi mais um festival de ultrapassagens. É verdade que a asa móvel tornou algumas ultrapassagens fáceis demais, e o próprio Mark Webber reclamou disso ao dizer que é ótimo se aproximar do carro da frente, mas ultrapassá-lo sem dificuldade são outros quinhentos...
Fernando Alonso foi o grande destaque da prova. Pilotou como um grande campeão, o que começa, mais uma vez, a enterrar as esperanças de Felipe Massa para este ano.
Mas uma coisa não se pode deixar de notar. Todos os pilotos que fizerma ultrapassagens visualmente fáceis não foram ultrapassados novamente na volta seguinte.
Isso significa que o piloto mais rápido continua tendo a vantagem sobre o outro. A diferença é que ele nunca mais vai ficar preso atrás do piloto da frente. Fernando Alonso teria agradecido aos céus por essas novas regras na última corrida do ano em Abu Dhabi, pois teria passado Petrov, Kubica, e provavelmente levaria o caneco pela terceira vez.
Na próxima etapa, em Barcelona, a F1 vira seus olhos de novo para os efeitos dos novos equipamentos e dos pneus Pirelli. A pista é uma das mais difíceis de se ultrapassar e, segundo James Allen, a asa não será o diferencial como foi na Turquia.
Mas será que, se isso acontecer, ela não é na verdade um grande fracasso?
A ver...
E mais uma vez, após a quarta corrida do ano, o que mais se fala por aí é sobre a artificialidade ou não das corridas, e não das corridas em si. Isso é preocupante, porque está estabalecendo um precedente perigoso.
Realmente, mesmo indo para a quinta etapa do campeonato, agora em solo europeu, fica difícil chegar a uma conclusão sobre os gimmicks utilizados pela FIA/FOTA/FOM para melhorarem as corridas.
Ficam as hipóteses. Se houvesse apenas os pneus Pirelli, eles já teriam dado conta do recado e deixado as corridas mais instáveis. Caso fosse só o KERS, teria resolvido a questão de carros rápidos ficando atrás de carros lentos. Caso fosse a asa móvel, ela também teria dado conta sozinha (até demais) dessa mesma questão...
Reclamou-se do ponto escolhido na pista para o acionamento da asa. Reclamou-se da instabilidade suprema dos pneus italianos, que desencadeou milhares de pit-stops a mais que o previsto. Reclamou-se do fato de a Red Bull, mesmo sem KERS, destruir a concorrência.
Mas continua a pergunta: que F1 o povo quer assistir? Será que dar ao povo o que ele quer significa dar o melhor ao povo? Ou seria melhor educar o povo a receber o que é bom pra ele?
Existe uma claríssima divisão entre os apoiadores dos novos recursos e os que acham que as regras foram longe demais. E há, claro, aqueles que defendem a volta do reabastecimento, que é o caso do autor deste blog ainda hoje.
A verdade é que do ponto de vista da audiência, aparentemente é bom para a F1 que as regras mudem tanto, pois sempre haverá um ar de curiosidade sobre a próxima temporada. O problema com a era Schumacher era justamente a falta de novidades realmente modificadoras do status quo.
Mas fora todo o debate nos bastidores, a corrida foi mais um festival de ultrapassagens. É verdade que a asa móvel tornou algumas ultrapassagens fáceis demais, e o próprio Mark Webber reclamou disso ao dizer que é ótimo se aproximar do carro da frente, mas ultrapassá-lo sem dificuldade são outros quinhentos...
Fernando Alonso foi o grande destaque da prova. Pilotou como um grande campeão, o que começa, mais uma vez, a enterrar as esperanças de Felipe Massa para este ano.
Mas uma coisa não se pode deixar de notar. Todos os pilotos que fizerma ultrapassagens visualmente fáceis não foram ultrapassados novamente na volta seguinte.
Isso significa que o piloto mais rápido continua tendo a vantagem sobre o outro. A diferença é que ele nunca mais vai ficar preso atrás do piloto da frente. Fernando Alonso teria agradecido aos céus por essas novas regras na última corrida do ano em Abu Dhabi, pois teria passado Petrov, Kubica, e provavelmente levaria o caneco pela terceira vez.
Na próxima etapa, em Barcelona, a F1 vira seus olhos de novo para os efeitos dos novos equipamentos e dos pneus Pirelli. A pista é uma das mais difíceis de se ultrapassar e, segundo James Allen, a asa não será o diferencial como foi na Turquia.
Mas será que, se isso acontecer, ela não é na verdade um grande fracasso?
A ver...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Vídeo da semana
Um raro vídeo com imagens de Tiff Needell correndo pela Ensign em 1980 nas ruas de Mônaco. Ele acabou não se classificando para a corrida.
Lindos carros!
Lindos carros!
terça-feira, 12 de abril de 2011
GP da Malásia: gregos e troianos
Que não dá pra agradar a todos, já é sabido, mas a F1 está levando isso às últimas consequências. Na realidade, nem os próprios pilotos estão agradando das novas regras e peças utilizadas, já que Jenson Button considerou a prova malaia "confusa".
Mas também, pudera. Mesmo com toda a "confusão", pela segunda vez consecutiva, ao menos uma coisa foi a mesma: Vettel pole e vitória. Aí vai sobrar para a Pirelli mesmo.
Ora, conforme publicado por James Allen em seu blog, a empresa italiana está praticamente lavando as mãos para a categoria depois da saraivada de críticas que receberam, primeiro nos testes, e agora nas duas primeiras corridas.
A FIA e a F1 correram com a Bridgestone, que fazia pneus duráveis demais, e agora a Pirelli toma pedradas por fazer pneus duráveis de menos. Paul Hembery, diretor da divisão de automobilismo da Pirelli, disse que era exatamente isso que pediram para a fabricante de pneus fazer.
"Se vou ser criticado por tornar as corridas mais emocionantes, não sei o que dizer. É difícil para nós. Estamos no meio (do fogo cruzado). Todo mundo tem que se decidir", desabafou.
Na realidade a categoria se tornou por demais racional e fria. As tecnologias e a profundidade das análises técnicas torna o esporte cada vez menos passional e mais robotizado. É como analisar o metabolismo de cada jogador no campo para justificar porque o zagueiro não alcançou o atacante no contra-ataque que levou ao gol. Tem cabimento?
Como bem disse Hembery, há de haver uma decisão definitiva para que a Pirelli possa trabalhar em paz. E a partir daí, os engenheiros, mecânicos, pilotos e chefes de equipe que se virem para ganhar na pista, pois é pra isso que são (muito bem) pagos.
A corrida da Malásia foi confusa sim, se se tentar compreender o todo de uma vez, mas ao se analisar a corrida de cada piloto, fica perfeitamente compreensível onde erraram e onde acertaram.
Foram 55 pitstops e várias ultrapassagens, muitas das quais foram apenas circunstanciais, ou seja, não definiram o resultado, mas é o que se pode esperar com pneus que duram 12 voltas. Ultrapassagens sem valor no quadro maior.
Então não dá pra entender de onde tiram tantas críticas, pois isso iria acontecer de uma forma ou de outra. A corrida se torna muito interessante na medida em que não se consegue prever o resultado, e isso a Pirelli fez com maestria.
Agora, de fato, gregos e troianos nunca serão agradados ao mesmo tempo, e é assim que funciona desde os tempos da Grécia antiga.
Mas também, pudera. Mesmo com toda a "confusão", pela segunda vez consecutiva, ao menos uma coisa foi a mesma: Vettel pole e vitória. Aí vai sobrar para a Pirelli mesmo.
Ora, conforme publicado por James Allen em seu blog, a empresa italiana está praticamente lavando as mãos para a categoria depois da saraivada de críticas que receberam, primeiro nos testes, e agora nas duas primeiras corridas.
A FIA e a F1 correram com a Bridgestone, que fazia pneus duráveis demais, e agora a Pirelli toma pedradas por fazer pneus duráveis de menos. Paul Hembery, diretor da divisão de automobilismo da Pirelli, disse que era exatamente isso que pediram para a fabricante de pneus fazer.
"Se vou ser criticado por tornar as corridas mais emocionantes, não sei o que dizer. É difícil para nós. Estamos no meio (do fogo cruzado). Todo mundo tem que se decidir", desabafou.
Na realidade a categoria se tornou por demais racional e fria. As tecnologias e a profundidade das análises técnicas torna o esporte cada vez menos passional e mais robotizado. É como analisar o metabolismo de cada jogador no campo para justificar porque o zagueiro não alcançou o atacante no contra-ataque que levou ao gol. Tem cabimento?
Como bem disse Hembery, há de haver uma decisão definitiva para que a Pirelli possa trabalhar em paz. E a partir daí, os engenheiros, mecânicos, pilotos e chefes de equipe que se virem para ganhar na pista, pois é pra isso que são (muito bem) pagos.
A corrida da Malásia foi confusa sim, se se tentar compreender o todo de uma vez, mas ao se analisar a corrida de cada piloto, fica perfeitamente compreensível onde erraram e onde acertaram.
Foram 55 pitstops e várias ultrapassagens, muitas das quais foram apenas circunstanciais, ou seja, não definiram o resultado, mas é o que se pode esperar com pneus que duram 12 voltas. Ultrapassagens sem valor no quadro maior.
Então não dá pra entender de onde tiram tantas críticas, pois isso iria acontecer de uma forma ou de outra. A corrida se torna muito interessante na medida em que não se consegue prever o resultado, e isso a Pirelli fez com maestria.
Agora, de fato, gregos e troianos nunca serão agradados ao mesmo tempo, e é assim que funciona desde os tempos da Grécia antiga.
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