Os testes de pré-temporada para o campeonato de 2011 já estão adiantados e muitas equipes estão bem seguras de onde estão e para onde querem e devem ir neste ano, mas a HRT parece estagnada, tão estagnada quanto no ano passado.
Além disso, pouco se falou da equipe nas últimas semanas, visto que a performance das grandes, o acidente de Kubica e agora o cancelamento do GP do Bahrein tomaram conta do noticiário da F1.
A única novidade do time foi a contratação do indiano Narain Karthikeyan e os testes com o escurraçado Vitantonio Liuzzi. Fora isso, o carro, cujo visual 2011 foi apresentado há alguns dias, é exatamente o mesmo que foi apresentado lá em 2010 com Bruno Senna e Karun Chandhok ao volante.
Nada mudou. Apenas os retrovisores, para adaptar o carro ao regulamento atual. Fora isso, o carro é o mesmo. Não se pode dizer que a HRT não está tirando proveito dos testes, pois tem uma boa referência com o carro do ano passado em relação aos pneus Pirelli.
Ainda em janeiro, Karthikeyan adiantou que a HRT só apresentaria seu bólido versão 2011 no último teste, o que já é um enorme ganho em relação a 2010, quando nem testar conseguiu.
Atitude ousada
Colin Kolles tem uma visão bastante confiante de sua contribuição à equipe. Ano passado, o chefe da HRT explicou que o segundo carro seria construído pela própria equipe, ao contrário do primeiro, quando a Dallara forneceu o chassi e depois abandonou o barco.
A ideia de Kolles é fazer da HRT uma Force India. Em vez de cinco anos para alcançar o pelotão do meio, quer levar a HRT em três. "Eu não tenho como estar na F1 sozinho, então crio valor para outras pessoas. Fiz isso com a Midland, com a Spyker e outras. As equipes sempre foram vendidas por mais grana porque elas se desenvolveram".
Kolles, se considera mais que um chefe de equipe. O romeno se coloca como um otimizador de resultados. "As pessoas sabem que eu sou o único que consegue fazer isso. Não digo isso de uma forma arrogante, mas simplesmente porque ninguém tem a infraestrutura e o know-how", disse na época.
Ora, para a F1, é excelente que a HRT se desenvolva a olhos vistos, mas até agora Colles não fez nada que indicasse um possível salto no desenvolvimento do carro, menos ainda por causa das rusgas que criou com Chandhok e Senna durante o ano de 2010.
A questão é que agora, com o cancelamento do GP do Bahrein, a HRT terá duas semanas extras para trabalhar seu carro e tentar entregar um bólido que seja competitivo.
Projeto de grife
A HRT versão 2011 é totalmente nova e não tem nenhum elemento do carro de 2010 a não ser o motor Cosworth. Toda a geometria em volta do motor Cosworth será exatamente igual à da Williams, já que a HRT está usando a caixa de câmbio da equipe inglesa.
O projeto de Geoff Willis, que trabalhou na Williams, na BAR e na Red Bull, deixou Colles mais do que confiante para 2011. "Há pessoas experientes trabalhando no carro, que não parece tão ruim; se parece com um carro moderno de F1. Vamos ver onde estamos - não posso dizer no momento. Acho que teremos uma performance melhor que no ano passado."
Isso pra não falar na contratação do premiado designer Daniel Simon, que bolou a identidade visual do carro de 2011 que, no fim das contas, não pareceu tão bacana como poderia ter sido... mas certamente é melhor que o de 2010.
Colles diz ainda que, se seu prognóstico estiver certo, a HRT F111 dará um salto espetacular de rendimento de uma equipe que mal tem dinheiro para contratar um segundo piloto.
"Acho que se tivermos o tempo e se o nosso programa estiver no lugar, Lotus não será um problema. Nem a Virgin. Porque eu confio nas pessoas que temos e também em sua qualidade. Não tenho medo nenhum...", explicou o chefe da equipe ao Autosport.
São muitos "ses" na frase de Colles, muitas promessas e muitas expectativas. Fica a esperança de que tudo isso se concretizará em um carro charmoso e principalmente rápido.
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Um comentário:
Daniel,
Essa equipe não passa confiança, alguns jornalistas relataram a "torre de babel" que era o ambiente na temporada passada, onde ninguém se entendia.
Ainda por cima Kolles é do tipo sujeito que desagrega.
Não acredito neles, ainda que esse carro vá para a pista, será um fiasco.
A luz do fim do túnel, deve ser o trem!
abs
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