sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O grid em 2010: um retrato infiel do campeonato

Observe a tabela abaixo:
  1. Vettel - 2,1
  2. Webber - 2,1
  3. Hamilton - 5,5
  4. Massa - 6,5
  5. Alonso - 6,79
  6. Button - 7,14
  7. Kubica - 7,14
  8. Rosberg - 8,07
  9. Barrichello - 10,29
  10. Schumacher - 10,36
Os números acima representam a posição média em que cada um desses pilotos largou até agora no campeonato. Por uma coincidência incrível, os dois pilotos que mais largaram na frente este ano dividem a primeira posição com uma média exatamente igual.

Agora compare com os 10 pilotos mais bem posicionados no campeonato:
  1. Webber - 187
  2. Hamilton - 182
  3. Alonso - 166
  4. Button - 165
  5. Vettel - 163
  6. Massa - 124
  7. Rosberg - 112
  8. Kubica - 108
  9. Schumacher - 46
  10. Sutil - 45
Vettel: número 1 de mentirinha

Repare em algumas contradições.
  • A primeira, obviamente, é Vettel, que embora tenha feito sete pole positions no ano, ocupa apenas a quinta colocação no campeonato; um baixíssimo aproveitamento de posição de largada em relação aos pontos conquistados.
  • A segunda contradição é Massa, que supera Alonso por pouco, mas está muito atrás no campeonato, com 42 pontos a menos que o espanhol. Isso, é claro, com a ingerência da Ferrari, mas não deixa de mostrar a contradição.
  • A terceira é o péssimo aproveitamento de classificação de Jenson Button em relação à sua posição na tabela. Com apenas um ponto a menos que Alonso, o inglês ocupa a quarta colocação no campeonato, mas na média das largadas, sai do Top 5 empatando com Robert Kubica, que está nada menos que 57 pontos atrás de Button. O atual campeão do mundo tem feito milagres saindo das posições em que tem saído.
  • A quarta é a troca de posições de uma tabela para outra, entre Rosberg e Kubica. Uma clara vantagem do alemão em ritmo de corrida sobre o polonês ao longo da temporada.
  • A quinta é a "intrusão" de Sutil na segunda tabela entre os 10 primeiros, enquanto na primeira ele nem aparece. Ao contrário de Rubinho, que aparece entre os 10 na primeira, mas sai na segunda. Isso significa que Sutil capitaliza mais pontos nas corridas enquanto Rubens tem melhor ritmo de classificação.
  • Por fim, e isso não é uma contradição se você não considerar o fato de quem estamos falando, Michael Schumacher, que tem a pior média de largada entre os 10 primeiros e ocupa a mesmíssima décima posição na tabela do campeonato. Nada mais justo para o heptacampeão, que faz a temporada mais medíocre de sua carreira, seja por causa do carro ou não.
A primeira tabela explica em parte porque a Red Bull tem a melhor chance de vencer ambos os campeonatos esse ano. A diferença de 2,1 de Vettel e Webber para 5,5 de Hamilton é abismal. É claro que o inglês tem sido mais eficiente nas corridas, pois mesmo com essa performance, está a apenas cinco pontos do líder, que larga em média três posições À FRENTE de Lewis.

A primeira tabela demonstra também a capacidade de adaptação universal da Red Bull a qualquer tipo de traçado, o que não ocorre com Ferrari e McLaren, e muito menos com a Mercedes.

É por essas e outras que nas últimas cinco corridas, a Red Bull terá chance de não só manter como melhorar a sua média de posição de largada e, consequentemente, estar em uma posição privilegiada para marcar pontos e vencer.


As pistas de Interlagos e Suzuka são pole positions garantidas para os rubrotaurinos, restando apenas a formalidade de saber qual dos dois pilotos fará as honras da primeira posição.

Abu Dhabi e Cingapura também são territórios positivos para a equipe. A incógnita fica a cargo do circuito da Coreia, mas este, pelo que se viu, não deve dar trabalho a Webber e Vettel.


O carro que Adrian Newey desenhou para seus pilotos é algo fora do normal e vai ser muito, mas muito difícil tirar o título das mãos de um dos pilotos da equipe. Mark Webber está muito próximo de ser o primeiro australiano campeão do mundo desde 1980. Vai ser coroado rei da Austrália caso isso ocorra.

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