terça-feira, 10 de maio de 2011

GP da Turquia: qual F1 o povo quer?

Antes de mais nada, a pista construída por Hermann Tilke na Turquia vai fazer muita falta para a F1. Por mais que o público seja fraco e o país tenha virado as costas para a categoria, a pista é realmente uma das três obras-primas do designer alemão.

E mais uma vez, após a quarta corrida do ano, o que mais se fala por aí é sobre a artificialidade ou não das corridas, e não das corridas em si. Isso é preocupante, porque está estabalecendo um precedente perigoso.

Realmente, mesmo indo para a quinta etapa do campeonato, agora em solo europeu, fica difícil chegar a uma conclusão sobre os gimmicks utilizados pela FIA/FOTA/FOM para melhorarem as corridas.

Ficam as hipóteses. Se houvesse apenas os pneus Pirelli, eles já teriam dado conta do recado e deixado as corridas mais instáveis. Caso fosse só o KERS, teria resolvido a questão de carros rápidos ficando atrás de carros lentos. Caso fosse a asa móvel, ela também teria dado conta sozinha (até demais) dessa mesma questão...

Reclamou-se do ponto escolhido na pista para o acionamento da asa. Reclamou-se da instabilidade suprema dos pneus italianos, que desencadeou milhares de pit-stops a mais que o previsto. Reclamou-se do fato de a Red Bull, mesmo sem KERS, destruir a concorrência.

Mas continua a pergunta: que F1 o povo quer assistir? Será que dar ao povo o que ele quer significa dar o melhor ao povo? Ou seria melhor educar o povo a receber o que é bom pra ele?

Existe uma claríssima divisão entre os apoiadores dos novos recursos e os que acham que as regras foram longe demais. E há, claro, aqueles que defendem a volta do reabastecimento, que é o caso do autor deste blog ainda hoje.

A verdade é que do ponto de vista da audiência, aparentemente é bom para a F1 que as regras mudem tanto, pois sempre haverá um ar de curiosidade sobre a próxima temporada. O problema com a era Schumacher era justamente a falta de novidades realmente modificadoras do status quo.

Mas fora todo o debate nos bastidores, a corrida foi mais um festival de ultrapassagens. É verdade que a asa móvel tornou algumas ultrapassagens fáceis demais, e o próprio Mark Webber reclamou disso ao dizer que é ótimo se aproximar do carro da frente, mas ultrapassá-lo sem dificuldade são outros quinhentos...

Alonso no pódio: Massa que se cuide

Fernando Alonso foi o grande destaque da prova. Pilotou como um grande campeão, o que começa, mais uma vez, a enterrar as esperanças de Felipe Massa para este ano.

Mas uma coisa não se pode deixar de notar. Todos os pilotos que fizerma ultrapassagens visualmente fáceis não foram ultrapassados novamente na volta seguinte.

Isso significa que o piloto mais rápido continua tendo a vantagem sobre o outro. A diferença é que ele nunca mais vai ficar preso atrás do piloto da frente. Fernando Alonso teria agradecido aos céus por essas novas regras na última corrida do ano em Abu Dhabi, pois teria passado Petrov, Kubica, e provavelmente levaria o caneco pela terceira vez.

Na próxima etapa, em Barcelona, a F1 vira seus olhos de novo para os efeitos dos novos equipamentos e dos pneus Pirelli. A pista é uma das mais difíceis de se ultrapassar e, segundo James Allen, a asa não será o diferencial como foi na Turquia.

Mas será que, se isso acontecer, ela não é na verdade um grande fracasso?

A ver...

2 comentários:

Ron Groo disse...

Eu penso que sempre será o diferencial... E vai ver como este treco vai funcionar bem até na Hungria.

alexgontijo disse...

Assinado!