quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Os ameaçados

A temporada de 2011 será essencial para uma série de pilotos e equipes que se encontram na famosa “tábua da beirada”. Alguns por razões óbvias, outros por circunstâncias complexas. O cenário é um só: 2011 precisa ser melhor que 2010 para estas personagens. Mas quem são elas?

Nosso quase-campeão Felipe Massa está definitivamente na posição mais difícil do grid, não só dentro como fora da pista. O brasileiro ocupa hoje o assento mais cobiçado de todo o mundo do esporte a motor. Você, leitor, conseguiria imaginar a pressão?

Olhando a carreira de Massa principalmente dentro da Ferrari, é possível notar que ele sempre fez um trabalho muito bom, embora talvez não tão constante quanto se gostaria. A falta de constância dele em 2008 pesou muito na perda do título para Lewis Hamilton. Em 2009, Massa estava fazendo uma temporada excelente no fraco F60 até o acidente do GP da Hungria, que acabou ofuscando o trabalho do piloto até então.

Para Felipe Massa, 2011 é um divisor de águas. Para permanecer na Ferrari, ele precisa estar colado em Alonso na tabela de pontos durante todo o ano. Simples assim. Não cabe aqui discutir os benefícios de Massa permanecer ou não na Ferrari. Isso é assunto para outra hora.

Em outro ponto do paddock, está Michael Schumacher. É hipocrisia dizer que o alemão está “ameaçado”. A situação dentro da Mercedes é outra, mas todos sabem que um 2011 que repita a performance ridícula do heptacampeão em 2010 será quase que garantidamente o motivo de sua segunda aposentadoria.

Não é nem tanto uma questão de a Mercedes querer vê-lo pelas costas, mas aqui entra, é claro, o próprio Schumacher. Por mais que ele tenha sido o Sr. Sorriso na temporada passada, dizendo aos quatro ventos que estava se divertindo sem nenhuma pressão, a F1 continua sendo um esporte de milhões e milhões de dólares e uma marca como a Mercedes-Benz não pode se dar ao luxo de dar carrinhos de corrida para seu filho mais velho dar voltas em pistas do mundo todo.

Cada ponto na tabela é fundamental e Schumacher deixou de marcar muitos deles em 2010, seja em função do carro não tão bom, seja em função dos pneus, seja em função de sua própria falta de capacidade devido à idade. Em 2010, Schumacher brincou de pilotar. Em 2011, ele vai ter que voltar a pilotar de verdade, ou então vai descobrir que seu heptacampeonato não garante lugar no grid nem para ele, nem para nenhum outro piloto.

Outros dois pilotos que estão sempre em vias de dizer adeus à F1 são Rubens Barrichello e Jarno Trulli. O veterano italiano já pôs a boca no trombone este ano dizendo que a Lotus esteve abaixo de suas expectativas. Não é elegante dizer isso quando seu companheiro de equipe lhe deu um relativo banho na pista, mas Trulli o fez. É quase certo que Trulli deixe a F1 em 2011, mas se a Lotus lhe entregar um carro competitivo, pode ser que ele desencante e ganhe motivação para ir além.

Desde 2005 Rubinho sempre esteve na lista de desempregados do ano seguinte, a não ser após a fantástica temporada de 2009 com a Brawn GP. Mas a pressão continua porque Rubens só se manteve na Williams com tanta certeza porque Sir Frank e Patrick Head descolaram os petrodólares de Pastor Maldonado. Por essa razão, o brasileiro terá um 2011 relativamente tranquilo para trabalhar e levar a Williams em direção à Renault e à Mercedes. Mas tem que mostrar o serviço que geralmente mostra para manter a o sonho de ser campeão vivo.

A dupla da Toro Rosso, Jaime e Sébastien, também estão na alça de mira da cúpula da equipe. Diz-se que STR está à venda, o que não foi confirmado pelo todo-poderoso dono da Red Bull. Já está claro que nenhum dos dois jovens pilotos estão no mesmo patamar de Sebastian Vettel, mas hoje ambos têm um importante aliado na busca por novas equipes: experiência. De todo modo, para a Toro Rosso, os dois pilotos não farão diferença se tiverem mais um ano fraco, sem grandes destaques, ainda que o carro que lhes é oferecido não dê condição para tanto.

Por fim, dos que estão sentados no cockpit, o russo Vitaly Petrov é uma das maiores incógnitas da categoria. E talvez, por isso mesmo, tenha a situação mais instável, mesmo com a promessa da expansão do mercado de várias empresas para a Rússia. Vitaly é um excelente piloto, não resta dúvida disso. Entretanto, Kubica é fora de série, o que acaba ofuscando seu talento, e o jovem piloto também precisa trabalhar sua consistência, inclusive terminando mais provas e melhorando consideravelmente nos treinos de classificação. O assento da Renault é importantíssimo no médio prazo para a dança das cadeiras da F1 e Petrov será avaliado duramente no decorrer de seu segundo ano na categoria.

Já entre as equipes, o ano da HRT, não é preciso lembrar, será decisivo. Não se sabe de onde veio, nem para onde vai, mas Carabante, sua família e seus executivos precisam definir prioridades. O objetivo da equipe não parece definido em nenhum aspecto. Se serve de suporte para os negócios de Carabante, se serve como um escape esportivo para a alma competitiva do empresário espanhol, se serve de máquina de lavar dinheiro...

A sorte está lançada para o pessoal presente nesta lista.

3 comentários:

Ron Groo disse...

Perfeito.

Diego Trindade disse...

Todos citados acima estão meio q no "fio da navalha" haha
Dê uma olhada no meu blog, http://teamtrindade.wordpress.com/, podemos ser parceiros.

Claudemir Freire disse...

Bem observado os seus pontos de vistas, concordo com alguns aspectos e discordo de outros, como por exemplo Trulli, ele mesmo com um carro melhor não fica na categoria.

"Vitaly é um excelente piloto, não resta dúvida disso. Entretanto, Kubica é fora de série"

Petrov é um piloto mediano e Kubica é um bom piloto, não mais que isso.

Nem Hamilton é um fora de série, nem mesmo Alonso pode ser chamado assim. Nesse clube poucos podem figurar, e no grid atual apenas Schumacher tem esse título.

E ainda tenho minhas ressalvas quanto a qualidade do polonês, ele ainda não teve um carro vencedor nas mãos para dizer realmente a que veio.

É só lembrar od Barrichello naqueles Jordans e Strwarts, ele era um grande piloto, depois que chegou a uma Ferrari campeão ficou um bom piloto.